FREE-LANCERS
A Suprema Corte dos EUA finalmente encerrou a batalha entre jornalistas free-lance e veículos de comunicação: decidiu apoiar o lado mais fraco ? o dos jornalistas independentes. Ficou acertado que free-lancers reterão direitos sobre o uso eletrônico de seus artigos. No dia 25 de junho, de acordo com David D. Kirkpatrick [The New York Times, 26/6/01], jornais e revistas passaram a coletar milhares de artigos da Lexis-Nexis e outras bases de dados online. Mas vem aí um segundo round contra os free-lancers.
A Corte Suprema repassou o caso a um tribunal inferior para determinar os prejuízos que os jornais podem atribuir aos jornalistas, que vão fazer a mesma coisa, além de pedir a definição de um status para os free-lancers. Os jornais dizem que os artigos começarão a desaparecer dos bancos de dados nos próximos meses, mas o impacto total do veredicto permanece incerto.
Os jornais alegam que a sentença foi um golpe no fácil acesso a informações, que é de interesse público. "O mais triste é que essa destruição em massa de registros históricos não levará a nenhum benefício aos free-lancers", disse John F. Sturm, presidente da Newspaper Association of America.
CHINA
Jiang Weiping, repórter que escreveu sobre corrupção na China, foi condenado a quatro anos de prisão por vazar segredos de Estado, segundo Su Li-wen, editor da revista FrontLine, na qual ambos trabalharam. Em 1999, Jiang escreveu dois artigos sobre suborno na revista, afirmando que o poderoso governador da província de Liaoning, Bo Xilai, encobriu corrupção de amigos e funcionários de alto escalão do governo.
Christopher Bodeen [The Associated Press, 27/6/01] conta que Weiping foi preso no final do ano passado. Editores da revista souberam da sentença, mas não conseguiram entrar em contato com o colega. Jiang também era chefe de redação da sucursal em Dalian do jornal Wen Wei Po. Um funcionário do jornal informou que Jiang pediu demissão no final do ano passado e não sabe por onde anda o jornalista.
Jiang, de 45 anos, foi preso em 12 de dezembro e condenado em junho, de acordo com um grupo de direitos humanos de Hong Kong. Seu caso está sendo avaliado secretamente numa Corte em Dalian. O governo chinês declara combater a corrupção, mas amordaça quem a revela, temendo que a exposição reduza a força do Partido Comunista.
No sul da China, um tribunal adiou mais uma vez o processo contra Huang Qi, empresário da internet, enquanto inspetores do Comitê Olímpico Internacional visitavam Pequim, sondando a possibilidade de realizar ali as olimpíadas de 2008. Qi foi a julgamento em fevereiro, nove meses após sua prisão, acusado de publicar documentos subversivos online.