CONGESTIONAMENTO ONLINE
Bambi Francisco, do site CBS.MarketWatch.com, contou de Nova York, na noite do dia 11, que a ânsia pela informação sobre os atentados derrubou vários sites de notícias. Mas às 8 da noite apenas o sítio do FBI ainda enfrentava problemas, informou Bill Jones, diretor de serviços públicos da Keynote Systems, da Califórnia, que monitora o desempenho de páginas da internet.
Segundo ele, o problema maior ocorreu por volta das 9 da manhã. CNN.com ficou inacessível entre 9h e 10h. ABCnews.com, entre 9h e 11h. O tempo de acesso aos sites MSNBC.com e Foxnews.com, normalmente entre 2,5 e 3,5 segundos, chegava a 20 e até 40 segundos.
MSNBC.com viu o acesso a suas páginas aumentar 10 vezes: 300 mil pessoas estão acessando a toda hora em busca de notícias, contou o porta-voz Peter Dorogoff. "Aumentamos o número de servidores e adotamos um sítio light, quase sem gráficos." CNN.com fez a mesma coisa. O acesso ao CBS.MarketWatch.com triplicou.
Allen Weiner, analista da Nielsen/NetRatings, que mede o tráfego na web, disse: "Será um dia como nenhum outro, ultrapassando até os números de acesso do dia seguinte à eleição americana."
O uso de email e mensagens instantâneas também superou os registros anteriores. O AIM, para mensagens instantâneas da AOL Time Warner, travou de manhã. O provedor MSN, da Microsoft, aumentou o número de servidores para evitar o colapso do Hotmail e de seu sistema de mensagens instantâneas. Com as linhas telefônicas e a telefonia móvel sobrecarregadas, o jeito foi apelar para o email. Mas as mensagens corporativas caíram, dada a paralisação das atividades.
JORNAIS
A mídia lutou para encontrar palavras que definissem os ataques, analisa Joji Sakurai [The Associated Press, 12/9/01]. "Inferno", "guerra" e "Armageddon". De Bangladesh à Finlândia, a cobertura das televisões foi ininterrupta, repetidamente mostrando imagens dos aviões indo de encontro ao World Trade Center, do Pentágono em chamas e dos sobreviventes cobertos de poeira.
O diário Corriere della Sera escreveu em editorial de primeira página: "Agora realmente estamos em guerra. E o pior, o inimigo é invisível." O também italiano La Stampa comparou os ataques a Pearl Harbor. Os jornais russos tiveram manchetes parecidas, descrevendo os ataques como apocalípticos. "Armageddon: um grande país. Uma grande desgraça. Uma grande tristeza", escreveu o Izvestia. O Britain Times profetizou que a tragédia mudará o curso da história. Os tablóides finlandeses advertiram: "O inferno está à solta." O maior diário da Finlândia, Helsingin Sanomat, quebrou tradição de décadas ao dedicar a capa, usualmente ocupada por anúncios, às notícias dos ataques.
Os maiores matutinos japoneses reservaram as primeiras oito páginas da edição da manhã à tragédia, e os vespertinos se ocuparam inteiramente do assunto. Muitas das páginas do Asahi Shinbun estamparam apenas fotos dos ataques. Nas Filipinas, o caso dominou os programas de rádio, que expressavam a preocupação dos ouvintes com os 62 mil filipinos que vivem em Nova York e os 65 mil em Washington. Na Holanda, o De Telegraaf reservou a capa a uma foto da primeira explosão. "Guerra nos EUA. O mundo suspende o f&ociocirc;lego", dizia a manchete.
Os jornais da nação islâmica Síria também condenaram os ataques e enviaram condolências ao povo americano. No Iraque, os diários descreveram os atentados como punição justa. "Agora, a América está colhendo os frutos de seus crimes mundiais", declarou o al-Iraq, controlado pelo governo.