A morte do jornalista Vladimir Herzog em uma prisão do DOI-CODI, em São Paulo, completou 40 anos no dia 25 de outubro e o Observatório da Imprensa revisita nesta quinta feira (29/10) o episódio que marcou o processo de luta pela abertura política durante a ditadura.
Vlado ou Vladimir, como era conhecido, foi preso, torturado e morto sob a alegação de pertencer ao Partido Comunista Brasileiro. A morte foi encenada para parecer suicídio, mas a farsa foi tão flagrante que o Sociedade Cemitério Israelita nem considerou a hipótese de enterrar o corpo na área reservada aos suicidas, como determina a religião judaica.
Um ato ecumênico conduzido pelo cardeal D. Paulo Evaristo Arns, pelo rabino Henry Sobel e pelo pastor James Wright, seis dias depois da morte de Vladimir Herzog, reuniu 8 mil pessoas e se transformou num protesto contra os militares. “Aquele foi um momento de união de forças a partir do qual ficou claro para o regime que a sociedade civil caminharia determinadamente para a reconstrução da democracia”, diz o jornalista Audálio Dantas.
Depois da morte, a luta prosseguiu até 1979 quando a família conseguiu a condenação da União pelo assassinato do jornalista na Justiça, mas só recebeu a certidão de óbito em 2013.
A nossa homenagem à lembrança de um colega, cujo assassinato simboliza o ódio, a intolerância, discriminação e todas as formas de violências que ainda sobrevivem na sociedade brasileira.
O programa conduzido por Alberto Dines terá as participações em estudio de Audálio Dantas, jornalista, e Ivo Herzog, filho de Vlado, em São Paulo; e de Maurice Capdevilla, cineasta, no Rio de Janeiro. O programa inclui ainda depoimentos de Fátima Jordão, pesquisadora; dos jornalistas Paulo Markum, Luis Weiss, Zuenir Ventura e Sérgio Gomes.
A seguir trechos de dois depoimentos incluídos no programa:
Transmissão do programa pela TV Brasil, dia 29 de outubro às 23 horas. O dia e horário podem variar na programação das emissoras afiliadas TV Brasil ou retransmissoras independentes.