Thursday, 28 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

>>Cresce a circulação
>>Observatório na TV

Cresce a circulação


O Estado de S.Paulo divulga nesta terça-feira relatório do Instituto Verificador de Circulação segundo o qual a circulação dos jornais brasileiros aumentou 2% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2009.


Tanto o IVC como o jornal comemoram o fato, que confirma o processo de recuperação do setor observado no último trimestre do ano passado.


Entre janeiro e junho de 2010, foram distribuídos 4.255.893 exemplares de jornais por dia.


Segundo a direção do Instituto Verificador de Circulação, os números poderiam ser ainda melhores, mas a venda avulsa caiu durante a Copa do Mundo.


Como o mesmo fenômeno havia sido registrado em junho de 2006, os analistas consideram que, ao contrário do que era de se esperar, o campeonato mundial de futebol prejudica a venda avulsa de jornais.


O levantamento leva em conta 94 diários de todo o Brasil filiados ao IVC, e o Estadão não discrimina os números por região ou por tipos de jornal, o que dificulta o entendimento do resultado.


A despeito do caráter festivo do anúncio, o desempenho do primeiro semestre ainda não é suficiente para cobrir as perdas ocorridas após a crise financeira de 2008.


Na contagem de 2009, com 101 títulos, a circulação média diária chegou a 4.200.743 exemplares, representando uma queda de 3,5% em relação ao ano anterior.


Antes da crise, o setor vinha se recuperando rapidamente após quase uma década de problemas, graças ao crescimento econômico do País e à ascensão da nova classe média, que estimulou o lançamento de mais títulos destinados às classes de renda C e D.


Mas há outros aspectos do mercado que o relato do Estadão não esclarece.


Por exemplo, o novo peso dos chamados “populares”, que se multiplicam em todas as capitais, com preço de capa equivalente a um quinto do custo de um jornal tradicional.


Sem esses dados, fica difícil fazer afirmações sobre a recuperação da influência dos jornais diários e de seu valor como mídia.


Há uma grande diferença, por exemplo, entre o Estado de S.Paulo e o jornal Agora, título do grupo Folha destinado às classes C e D.


Sem esses dados, o relatório do IVC é apenas uma curiosidade. 


Observatório na TV


O Observatório da Imprensa volta a homenagear Hipólito da Costa, oficialmente considerado herói do Brasil.


A imprensa ignorou solenemente as comemorações dos 200 anos de nascimento da imprensa livre, mas a História já registrou sua obra.


Alberto Dines:


– Um dos grandes vexames da nossa mídia nas festas de 2008 foi o embargo imposto pela própria mídia aos 200 anos da fundação do jornalismo brasileiro e ao seu patrono, Hipólito da Costa. Dois anos depois, agora, no início de julho, o governo  federal decidiu inscrever no Livro dos Heróis Nacionais o nome do marginalizado Hipólito da Costa. E para  evitar um mal-estar com as alas radicais da Igreja católica, escolheu como Herói Número 2 o Apóstolo do Brasil, o beato José de Anchieta.


Manobra legítima porque permite devolver ao jornalismo a sua história e sua figura maior. Em homenagem ao novo herói, o Observatório da Imprensa vai reapresentar hoje o documentário de Silvio Tendler, Preto no Branco sobre o atraso da implantação da imprensa no Brasil e a façanha de Hipólito da Costa de driblar a censura imprimindo o Correio Braziliense em Londres. Hoje às dez da noite, pela TV-Brasil,  em rede nacional. Em S. Paulo,  Canal 4  da NET e 181 da TVA.