Duda e Gushiken
Com as denúncias que envolvem uma sócia de Duda Mendonça e o desmoronamento da Secretaria de Comunicação de Luiz Gushiken, pode ter chegado ao fim uma era do marketismo político alçada às culminâncias por Paulo Maluf. E uma era da publicidade oficial inaugurada durante a ditadura militar.
Faltam os clientes
A publicitária de Brasília Maria Tereza Teixeira escreveu no blog deste programa que um publicitário jamais teria a iniciativa de propor a um cliente governamental um esquema de corrupção. Ela diz que falta investigar as ordens que partiam dos clientes oficiais das empresas de Marcos Valério. E nota que Delúbio Soares não era um deles.
Publicidade negada
O Observatório da Imprensa na televisão desta semana, que terá reprise amanhã, sábado, às 20 horas, na TVE do Rio de Janeiro e em outras emissoras, tratou do uso irregular da publicidade oficial. Mas a manipulação pode ser exercida também como negação. Foi o que aconteceu com o Midiamax, jornal online de Mato Grosso do Sul, segundo relato de seu sócio diretor, Carlos Eduardo Naegele.
Carlos Eduardo:
− A coligação do governador Zeca do PT, que disputava a reeleição em 2002, demonstrando talvez insatisfação com a linha editorial da nossa cobertura da eleição, entrou com uma ação judicial junto ao TRE para impedir que os nossos painéis eletrônicos, que divulgam as notícias na rua, veiculassem notícias de política.
Foi concedida uma liminar, nós recorremos no mesmo dia, ganhamos, ou seja, continuamos a veicular notícias de política até o final da eleição, uma eleição de dois turnos, o governador foi reeleito, e no segundo mandato nossos canais de mídia não foram contemplados por quase dois anos em nenhuma campanha publicitária do governo, de qualquer natureza ou de qualquer espécie.
A roda aumenta
Além do PFL e do PSDB, entrou na roda das denúncias que envolvem o banco BMG a esquerda gaúcha do PT.
Depois do show
O Alberto Dines aponta quais são agora os desafios da CPI.
Dines:
− A CPI dos Correios superou galhardamente diversas etapas sendo que a primeira foi a tentativa de abafá-la logo no início do escândalo. Hoje, a CPI entrou na rotina do cidadão que deseja participar deste grave momento. Porém as batalhas mais difíceis começam nos próximos dias. A primeira delas é evitar que o Supremo continue tão generoso na concessão do hábeas-corpus preventivo que permite ao inquirido silenciar diante de perguntas que possam incriminá-lo.
A outra batalha vai travar-se no âmbito da própria CPI: os parlamentares precisam esquecer os holofotes e fazer o dever de casa – precisam começar a estudar as pilhas de documentos que chegam todos os dias. Todos os membros da CPI já mostraram os seus dotes histriônicos no rádio e na TV. Agora precisam mostrar que são capazes de examinar aquela papelada para encontrar as provas do “mensalão” e dos demais negócios escusos que estarrecem a sociedade.
Cabe à própria mídia dizer à CPI: Está na hora do batente; chega de show. As lâmpadas dos holofotes queimam muito depressa.
Melissa Monteiro
A jornalista Melissa Monteiro, que entrevistou o presidente Lula em Paris, escreve nesta sexta-feira, 22 de julho, na Folha de S. Paulo, artigo em que defende seu trabalho e denuncia tentativa de censura por parte de assessores de Lula. Melissa diz principalmente que jornalistas brasileiros são movidos por inveja e arrogância ao sugerir que ela foi envolvida numa manobra do governo.
Fronteira americana
A mídia tratou sumariamente a morte da brasileira Maria Aparecida da Costa Silva, que estava com o passaporte de sua filha adolescente Jenny, na fronteira do México com os Estados Unidos. A situação na fronteira é tensa. Cartéis mexicanos do tráfico estão em guerra. Milícias americanas reagem agressivamente à imigração ilegal.
Segundo o jornal Los Angeles Times, nos doze meses encerrados em setembro passado as autoridades americanas prenderam 8 mil e 900 brasileiros que tentavam cruzar a fronteira. Nos cinco meses seguintes, as detenções de brasileiros triplicaram.
A negligência da imprensa brasileira priva o público de informações sobre riscos que podem chegar à morte.