Edmar quer indenização
O deputado Edmar Moreira, que se celebrizou como o “senhor do castelo”, ficou indignado, considerou que sua moral foi arranhada por “notícias desabonadoras” publicadas no Diário do Comércio de São Paulo e no site do jornal.
Entrou com processo na Justiça e quer uma indenização compatível com sua renda, de mais de R$ 200 mil anuais, por danos morais.
São processados o jornal, o editor do site, Luiz Octávio Lima, e o repórter Sérgio Kapustan.
Além do dinheiro, Edmar exige que as reportagens sobre ele sejam apagadas do site.
O “senhor do castelo” é um dos personagens de reportagens postadas no MuCo, Museu da Corrupção (www.muco.com.br), idealizado pelo diretor de redação do Diário do Comércio, Moisés Rabinovici, junto com Luiz Octávio Lima.
O site é alimentado com reportagens próprias e material de agências de notícias.
O noticiário sobre Edmar Moreira e seu castelo na cidade mineira de Nepomuceno foi reproduzido de reportagens distribuídas pela Agência Estado.
O deputado não acionou a agência.
Prefere tentar tirar dinheiro do jornal.
Além disso, alegando que foi absolvido pelo Conselho de Ética da Câmara, pretende clarear sua biografia eliminando os registros no acervo do Museu da Corrupção.
Em editorial publicado nesta terça-feira, o Diário do Comércio comenta que “tudo que contra ele foi levantado e até provado, embora os amigos o tenham livrado da cassação do mandato, é assunto político, de interesse da sociedade, que não quer uma imprensa dócil ou manipulada”.
Dano moral sofre o Brasil com emblemas da corrupção como o castelo do deputado, diz o jornal.
O editorial também questiona se o exercício de ações indenizatórias não seria uma forma de fazer renascer a censura.
Acertou na mosca.
Com o fim da Lei de Imprensa, extinta pelo Supremo Tribunal Federal sob pressão dos próprios jornais, aqueles que se sentem atingidos pelo noticiário apelam para as normas genéricas do Código Penal, como faz Edmar Moreira.
O “senhor do castelo” exerce seu direito de espernear, e aproveita o vácuo legal criado por inspiração da própria imprensa, que ao promover a supressão da legislação geral, acabou por eliminar as regras do direito de resposta.
A campanha eleitoral vem aí.
Se a moda pega, e se ao contrário do Diário do Comércio, outros jornais se intimidarem com ameaças de processos, teremos de volta, na prática, a vigência plena da censura.
A guerra sem fim
Os jornais desta terça-feira fazem referência à passagem dos 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, deflagrada na manhã do dia 1o. de setembro de 1939, quando as tropas nazistas invadiram a Polônia.
Mas ainda há controvérsias, que se refletem na imprensa contemporânea, sobre os efeitos do pacto de não agressão assinado em 1939 entre russos e alemães, que teria deixado o campo aberto para a agressão nazista.
O governo russo condena o pacto feito ainda no tempo da União Soviética, mas observa que também franceses e britânicos fizeram acordos com os alemães, e lembra que as demais nações européias deixaram o exército soviético sozinho para conter a expansão nazista.
Alberto Dines:
– Jornais estampam todos os dias notícias sobre guerras nos quatro cantos do mundo. Algumas destas são herdeiras de outra, a mãe de todas as guerras. Há 70 anos, em 1º de Setembro de 1939, o poderoso exercito alemão invadia a Polônia.
Dois dias depois, Inglaterra e França, declaravam guerra à Alemanha e começava a 2ª Guerra Mundial. Foi a primeira guerra total, a primeira guerra midiática e a mais bestial de todas.
Hoje à noite, o “Observatório da Imprensa” começa a exibir uma série de quatro episódios sobre a conflagração que mudou o mundo. Não perca: parte do que hoje acontece tem relação com o que aconteceu há 70 anos. Às 22:40 na TV-Brasil em rede nacional. E, S.Paulo, pelo Canal 4 da Net e 181 da TVA. Pela internet no site do Observatório da Imprensa, a partir da próxima sexta-feira.