Distorcendo os fatos
Há um falso debate na imprensa, alimentado pela Associação Nacional de Jornais e mantido na pauta dos diários por decisão vinda de cima para baixo, imposta aos editores pelas direções das empresas.
Trata-se de uma suposta determinação do governo federal – ou de parte dele – de impor restrições ao funcionamento da mídia, nos moldes de um controle paraestatal que poderia ser confundido com a imposição de censura.
Não existe essa hipótese.
Os jornais transformam em política oficial uma moção apresentada durante o 4o. Congresso do Partido dos Trabalhadores, realizado no último final de semana.
A proposta original, de criação de um marco regulatório com objetivo de democratizar os meios de comunicação, foi apresentada como determinação a ser incluida no texto final do encontro, como parte das deliberações oficiais do partido, mas acabou rebaixada a simples moção.
Por essa simples e transparente verdade, todas as pessoas que se deram o trabalho de ler os documentos referentes ao congresso do PT sabem que não há uma proposta oficial do partido indicando ao governo intenções de controlar ou censurar a imprensa.
O 4o. Congresso do Partido dos Trabalhadores não concluiu pela defesa de um marco regulatório como diretriz política, como querem dar a entender os jornais – mas propos “abrir o debate no Congresso Nacional sobre o marco regulador da comunicação social”.
Nesses congressos partidários o que não faltam são moções de todos os tipos.
Se alguém se dedicasse a vasculhar a papelada que sobra nas mesas de debates, poderia encontrar até mesmo uma proposta de estatização de bancos estrangeiros.
A manifestação das diversas correntes de opinião que formam os partidos políticos mais autênticos é parte desse festival democrático que são os congressos.
Daí a transformar uma proposta colocada em debate em deliberação partidária vai um grande esforço de má interpretação.
O que diz o texto final do congresso do PT é que o partido deve “repudiar, repelir e barrar qualquer tentativa de censura ou restrição à liberdade de imprensa”
O documento, disponível no site oficial (ver http://www.pt.org.br/index.
Do que, afinal, tem medo a imprensa brasileira?
Relembrando 11 de setembro
Dez anos após o atentado de 11 de setembro, o Observatório da Imprensa na TV vai relembrar o episódio em um especial com a participação de repórteres e editores que trabalharam nessa cobertura, seja nos Estados Unidos, seja no Brasil.
Enquanto os veículos de imprensa se esforçam por lembrar os acontecimentos ligados ao atentado, o Observatório da Imprensa vai enfocar as mudanças que ele provocou no próprio jornalismo internacional.
Para analisar a face jornalística do ataque às Torres Gêmeas do World Trade Center, o programa contará com a presença, ao vivo, dos correspondentes em Nova York, Sérgio D'Ávila, da Folha de S. Paulo, e Edney Silvestre, da Rede Globo.
Por meio de entrevistas, participarão o diretor de conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour; o editor de Internacional da Rede Record, Renato Sardenberg; o editor de mundo da Folha de S. Paulo, Sergio Malbergier; o jornalista Carlos Nascimento; o diretor nacional da Band, Fernando Mitre; o editor de Internacional do Estado de S. Paulo, Paulo Eduardo Nogueira; e o editor-adjunto de Internacional do Globo, Trajano de Moraes. Participará também o correspondente Lucas Mendes, do Manhattan Connection, da GNT.
Excepcionalmente nesta terça o Observatório da Imprensa na TV irá ao ar das 22h30 às 23h30, pela TV Brasil, ao vivo, em rede nacional. Em São Paulo, pelo canal 4 da NET e 116 da Sky.