Assassinatos e motins
A crise da segurança pública prossegue no Rio de Janeiro, onde nove motoristas foram mortos por ladrões de carros em 40 dias, e em São Paulo, onde motins em prisões se repetem.
Conversão
O ex-deputado José Genoíno, que adorava os holofotes da mídia, agora quer distância deles. O que teria mudado: a imprensa ou Genoíno?
A bola é uma abóbora
lberto Dines calcula que, antes da bola rolar na Alemanha, predominaram as abobrinhas na cobertura da Copa do Mundo.
Dines:
– Enfim, futebol. Chega de abobrinhas e risadinhas. Para quem gosta mesmo de futebol estas duas semanas foram praticamente inúteis. Até o jogo da Alemanha com a Costa Rica, na última sexta, de cada de 100 palavras publicadas ou transmitidas, 90 eram perfeitamente descartáveis. Ronaldo, o Camisa 9, tem toda a razão ao reclamar contra a imprensa mas suas críticas são genéricas, cada veículo tem seus padrões de comportamento. Além disso, é preciso lembrar que quem está dominando o noticiário é a Rede Globo, que comprou a exclusividade das transmissões para a TV aberta. Portanto, quando se critica a mídia é preciso fazer as contas e ver o percentual que cabe à Rede Globo. Aquela choradeira do Zagallo ontem no Jornal Nacional não teve nada de jornalismo, fui puro exorcismo. E como a cena não foi transmitida ao vivo mas gravada, percebe-se que atendeu plenamente às necessidades do espetáculo. Enfim, o futebol. Mas às onze e meia da noite na TV-Cultura e antes, às dez e meia na TVE, os vexames da cobertura.
Caixa dois tucano
O noticiário sobre caixa dois do PSDB de Minas Gerais na campanha de 1998 fala em recursos de estatais mineiras e de empreiteiras. Uma modalidade velha de décadas, que a imprensa nem começou a esmiuçar.
Perda de controle
O jornalista Carlos Castilho, que escreve no Observatório da Imprensa o blog Código Aberto, diz que o uso da internet nas campanhas eleitorais brasileiras ainda é incipiente.
Castilho:
– A presença de sites de candidatos ou sites de partidos é muito mais no sentido da publicidade convencional do que no sentido de buscar uma interatividade com o eleitor. O grande elemento positivo para os partidos é a facilidade de comunicação, a capilaridade da mensagem e o baixo custo. Mas tem uma contrapartida. Na medida em que o eleitor tem a possibilidade de expressar suas opiniões junto ao partido, vão surgir as críticas, as acusações, etc., como acontece já hoje nos blogs. De certa maneira a mensagem dos candidatos passa a ser uma mensagem dos eleitores, e eles reformulam as iniciativas ao sabor de seus próprios interesses.
Aconteceu na campanha do pré-candidato democrata Howard Dean em 2004. Os comícios eram organizados pelos próprios eleitores. Ele chegava na cidade e nem sabia muito bem o que ia acontecer. O Howard Dean era contra o controle de armas. Chegava em determinados lugares, onde a maioria dos eleitores eram a favor do controle, e aí se criava uma situação embaraçosa, uma saia-justa para o candidato.
Caciques mexicanos
O jornal texano Houston Chronicle iniciou no domingo uma série sobre o México, onde haverá eleições no dia 2 de julho. A vitória de Vicente Fox em 2000, que encerrou o domínio de 71 anos do Partido Revolucionário Institucional, não significou a derrocada do caciquismo.
Em Acayucan, cidade de 100 mil habitantes, um chefete local chamado Cirilo Vazquez, preso anos atrás sob a acusação de traficar drogas, elegeu duas filhas, a mulher e um meio-irmão para prefeituras vizinhas e para o Congresso Nacional.
E então vem o seguinte trecho:
“Quer uma rua asfaltada ou uma ponte construída? Fale com o senhor Vazquez. Precisa de dinheiro para pagar um funeral? Converse com Cirilo. Pensando em concorrer a algum cargo, ou em arranjar alguma mutreta junto a uma autoridade federal ou estadual? Embarque no bonde de Cirilo Vazquez”.
Será que é mesmo no México?
Partido do governismo
Enquanto isso, José Sarney e Renan Calheiros, caciques de uma tribo chamada PMDB, eram recebidos ontem no Palácio do Planalto para discutir cargos federais. Nem agências regulatórias escaparam.
Logomarcas de aluguel
Os jornais Valor e Gazeta Mercantil venderam hoje a imagem de suas capas hoje para publicidade do Banco do Brasil. É ousadia ou capitulação?
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