Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

>>Cassações
>>Gripe e sensacionalismo

Cassações


Hoje se vota pelo menos um pedido de cassação, o do deputado do PFL Roberto Brant. Poderá ficar para amanhã a votação sobre o destino do petista Professor Luizinho.


É um momento delicado na vida do Congresso.


Primus inter pares


Sem arroubos retóricos salvo algum latinório juridiquês, o deputado Cézar Schirmer deu lição ao propor a cassação do mandato do deputado João Paulo Cunha: como presidente da Câmara, Cunha deveria ter dado exemplo de correção.


Novela


O Estadão pede em editorial que Serra saia para governador. Informa em reportagem que ele pediu pesquisa sobre a disputa estadual. A Folha diz que ele quer mesmo é a presidência.


Doações de Okamoto


Saiu com atraso de cinco dias a repercussão de reportagem da Veja sobre ajuda financeira que teria sido dada pelo hoje presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, a Lurian Cordeiro, filha de Lula. Demorou, mas veio respaldada, na Folha de S. Paulo de hoje, por novos depoimentos e nova denúncia, relativa a uma ajuda que teria sido dada por Okamoto ao deputado Vicentinho na disputa perdida, em 2004, pela prefeitura de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.



O Roberto que não era Bob


A Veja deu até foto de um Roberto Marques amigo e auxiliar de José Dirceu, chamado de Bob, e acusou-o de sacar 50 mil reais do valerioduto. Foi em agosto de 2005. No domingo passado, reportagem do Correio Braziliense afirmou que se tratava do motorista Roberto Jefferson Marques, ex-funcionário do gabinete do senador Romero Jucá. Aguardam-se comentários da Veja.


Gripe e sensacionalismo


O editor do Observatório da Imprensa Online, Luiz Egypto, comenta texto de avaliação do noticiário sobre a gripe aviária publicado neste site pelo jornalista Ullisses Capozolli.


Egypto:


– O noticiário do dia-a-dia e as revistas semanais descobriram a gripe aviária. Com as evidências de contaminação de animais na Europa, a imprensa daqui passou a dedicar mais espaço ao assunto, às vezes de forma equilibrada e bem-apurada, não raro de modo atabalhoado e sensacionalista.


A edição desta semana da revista IstoÉ chega a marcar prazo para o desembarque da gripe no Brasil. Setembro seria o mês fatídico. E chuta em 50 milhões o número de mortes que uma pandemia poderia fazer pelo mundo – o equivalente às vítimas fatais da Segunda Guerra Mundial. Mas baseado em quê a revista faz essas previsões?


Como mostra o jornalista Ulisses Capozolli, em artigo disponível na edição online deste Observatório, os prognósticos alarmistas da IstoÉ não têm base alguma. Pergunta Ulisses:


“Que analistas fazem essa previsão? IstoÉ não diz. Nem poderia. A frase foi pinçada de outro contexto para a montagem de uma caricatura.”


Na cobertura da gripe aviária, o sensacionalismo pode ser mais letal do que o vírus H5N1. O distinto público merece coisa melhor. Muito melhor.


Pressa digital


A Folha afirma em manchete nesta quarta-feira, 8 de março, que o presidente Lula já se decidiu pelo padrão tecnológico japonês para a TV digital brasileira. O jornal se esqueceu de avisar seu próprio colunista Luís Nassif, que ainda trabalha com a hipótese de uma escolha em aberto, como os outros jornais.


Nelson de Sá, na Folha, registra protestos em sites engajados e especializados. Critica-se o que seria precipitação em ano eleitoral para agradar as redes abertas de televisão.


Tecnologia é uma parte da questão. A outra, talvez tão relevante quanto essa, é a do modelo de negócios, em torno do qual, segundo a própria Folha, se concentrarão os debates no Congresso Nacional.


Mais equilíbrio


A França convocou, sob pressão do presidente Jacques Chirac, um jornalista negro, Harry Roselmack, para ancorar o principal noticiário da televisão aberta do país.


Verde-oliva


Novos e velhos problemas se juntam numa temporada ruim para o Exército.


Cresce a repercussão negativa do que a imprensa já trata correntemente como carteirada do general Francisco Albuquerque para embarcar num vôo da TAM. Ancelmo Gois constata que o comandante do Exército não foi capaz de pedir desculpas. O general, lembra hoje o Globo, foi o responsável imediato pela queda do ministro da Defesa, José Viegas, depois que a Força divulgou nota em que defendia a tortura e assassinatos durante a ditadura.


Isso num momento em que o Exército cerca favelas no Rio para recuperar armamento roubado. O Globo noticia que traficantes da Ilha do Governador zombam dos militares.


E a família do general Luis Alfredo Reis Jeffe, encontrado morto em Belo Horizonte, diz que ele pode ter sido assassinado por colegas de farda investigados por denúncia de corrupção.


A mídia ainda está distante da realidade das Forças Armadas, que são uma parte indissociável da democracia no país.


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