Cassações
Hoje se vota pelo menos um pedido de cassação, o do deputado do PFL Roberto Brant. Poderá ficar para amanhã a votação sobre o destino do petista Professor Luizinho.
É um momento delicado na vida do Congresso.
Primus inter pares
Sem arroubos retóricos salvo algum latinório juridiquês, o deputado Cézar Schirmer deu lição ao propor a cassação do mandato do deputado João Paulo Cunha: como presidente da Câmara, Cunha deveria ter dado exemplo de correção.
Novela
O Estadão pede em editorial que Serra saia para governador. Informa em reportagem que ele pediu pesquisa sobre a disputa estadual. A Folha diz que ele quer mesmo é a presidência.
Doações de Okamoto
Saiu com atraso de cinco dias a repercussão de reportagem da Veja sobre ajuda financeira que teria sido dada pelo hoje presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, a Lurian Cordeiro, filha de Lula. Demorou, mas veio respaldada, na Folha de S. Paulo de hoje, por novos depoimentos e nova denúncia, relativa a uma ajuda que teria sido dada por Okamoto ao deputado Vicentinho na disputa perdida, em 2004, pela prefeitura de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
O Roberto que não era Bob
A Veja deu até foto de um Roberto Marques amigo e auxiliar de José Dirceu, chamado de Bob, e acusou-o de sacar 50 mil reais do valerioduto. Foi em agosto de 2005. No domingo passado, reportagem do Correio Braziliense afirmou que se tratava do motorista Roberto Jefferson Marques, ex-funcionário do gabinete do senador Romero Jucá. Aguardam-se comentários da Veja.
Gripe e sensacionalismo
O editor do Observatório da Imprensa Online, Luiz Egypto, comenta texto de avaliação do noticiário sobre a gripe aviária publicado neste site pelo jornalista Ullisses Capozolli.
Egypto:
– O noticiário do dia-a-dia e as revistas semanais descobriram a gripe aviária. Com as evidências de contaminação de animais na Europa, a imprensa daqui passou a dedicar mais espaço ao assunto, às vezes de forma equilibrada e bem-apurada, não raro de modo atabalhoado e sensacionalista.
A edição desta semana da revista IstoÉ chega a marcar prazo para o desembarque da gripe no Brasil. Setembro seria o mês fatídico. E chuta em 50 milhões o número de mortes que uma pandemia poderia fazer pelo mundo – o equivalente às vítimas fatais da Segunda Guerra Mundial. Mas baseado em quê a revista faz essas previsões?
Como mostra o jornalista Ulisses Capozolli, em artigo disponível na edição online deste Observatório, os prognósticos alarmistas da IstoÉ não têm base alguma. Pergunta Ulisses:
“Que analistas fazem essa previsão? IstoÉ não diz. Nem poderia. A frase foi pinçada de outro contexto para a montagem de uma caricatura.”
Na cobertura da gripe aviária, o sensacionalismo pode ser mais letal do que o vírus H5N1. O distinto público merece coisa melhor. Muito melhor.
Pressa digital
A Folha afirma em manchete nesta quarta-feira, 8 de março, que o presidente Lula já se decidiu pelo padrão tecnológico japonês para a TV digital brasileira. O jornal se esqueceu de avisar seu próprio colunista Luís Nassif, que ainda trabalha com a hipótese de uma escolha em aberto, como os outros jornais.
Nelson de Sá, na Folha, registra protestos em sites engajados e especializados. Critica-se o que seria precipitação em ano eleitoral para agradar as redes abertas de televisão.
Tecnologia é uma parte da questão. A outra, talvez tão relevante quanto essa, é a do modelo de negócios, em torno do qual, segundo a própria Folha, se concentrarão os debates no Congresso Nacional.
Mais equilíbrio
A França convocou, sob pressão do presidente Jacques Chirac, um jornalista negro, Harry Roselmack, para ancorar o principal noticiário da televisão aberta do país.
Verde-oliva
Novos e velhos problemas se juntam numa temporada ruim para o Exército.
Cresce a repercussão negativa do que a imprensa já trata correntemente como carteirada do general Francisco Albuquerque para embarcar num vôo da TAM. Ancelmo Gois constata que o comandante do Exército não foi capaz de pedir desculpas. O general, lembra hoje o Globo, foi o responsável imediato pela queda do ministro da Defesa, José Viegas, depois que a Força divulgou nota em que defendia a tortura e assassinatos durante a ditadura.
Isso num momento em que o Exército cerca favelas no Rio para recuperar armamento roubado. O Globo noticia que traficantes da Ilha do Governador zombam dos militares.
E a família do general Luis Alfredo Reis Jeffe, encontrado morto em Belo Horizonte, diz que ele pode ter sido assassinado por colegas de farda investigados por denúncia de corrupção.
A mídia ainda está distante da realidade das Forças Armadas, que são uma parte indissociável da democracia no país.
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