Congresso ladeira abaixo
O Congresso continua empenhado, pela maioria de seus integrantes, em se desmoralizar perante a opinião pública. Em janeiro, diante do escândalo da convocação extraordinária, votou-se o fim da remuneração extra. Agora, as Mesas da Câmara e do Senado recorreram à Justiça para que a Câmara pudesse depositar a segunda parcela daquele pagamento.
Vale-tudo eleitoral
Alberto Dines critica a interrupção do Jornal Nacional pela propaganda obrigatória.
Dines:
– O Jornal Nacional virou uma espécie de palanque eleitoral desde o momento em que começou a intensa cobertura da Copa do Mundo. O TSE deveria apresentar um cartão amarelo aos partidos que exigem a exibição da sua propaganda dentro do mais importante tele-jornal brasileiro. Que o fizessem antes ou depois mas não no meio do noticiário. É uma violência contra um veículo. O maior prejudicado é o eleitor-telespectador que tem direito a assistir um programa jornalístico integral, sem quebra de continuidade. As mensagens partidárias às vezes têm mais de 20 minutos e confundem-se com as informações políticas que aparecem em seguida. Ontem, o vale-tudo no horário eleitoral chegou ao seu clímax com a propaganda do PFL mascarada de reportagem. O nome do PFL só apareceu nos momentos finais a respeito do mensalão imaginando que aquilo fazia parte do Jornal Nacional e tinha a chancela de jornalistas já que o narrador aparecia numa tela enfeitada por primeiras páginas dos principais jornais do país. Isto é estelionato, mistificação. O PFL tem todo o direito de usar o seu horário para dizer o que desejar. Mas não pode fingir que está fazendo jornalismo imparcial. Se a Rede Globo não tem coragem de reclamar, este Observatório tem.
Poucos se salvam
Na coluna de Miriam Leitão desta sexta-feira, 16 de junho, no Globo, o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, mostra realismo ao apontar cansaço do eleitor com todas as denúncias e um nivelamento por baixo, que zerou o jogo. Segundo Montenegro, “não tem um contraponto, um poço de honestidade que atraia o eleitor afetado pelas denúncias”.
Hoje volta ao noticiário a suposta lista de Furnas, com caixa dois para campanhas passadas do PSDB, do PFL e de outros partidos.
Leia também ‘De volta à fita dos Correios‘.
A briga das buscas
A revista The Economist desta semana prevê que a batalha pela hegemonia no setor dos mecanismos de busca da internet – onde estão as páginas mais lucrativas da rede – ainda não terminou.
Anteontem, no Brasil, entrou no ar um novo serviço chamado Yahoo! Respostas. É um sistema que funciona na base do que seus executivos chamam “busca social”, destinada a resolver pesquisas ditas “subjetivas”. A idéia é forte, mas exige que o usuário se cadastre e trabalhe um bocado para obter suas respostas, sem o automatismo do mecanismo líder, o Google.
Armas venezuelanas
A cena do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de fuzil na mão, anteontem, preocupou autoridades militares brasileiras, informa hoje no Estado de S. Paulo o especialista Roberto Godoy. Chávez vai receber modernos caças russos. Godoy menciona preocupações do Departamento de Estado americano com a formação de milícias populares na Venezuela e o possível fornecimento de armas para a guerrilha colombiana e para um ressurgido Sendero Luminoso, no Peru.
De Cuba, chega a noticia de que o sucessor de Fidel Castro não será seu irmão Raúl, mas um colegiado do Partido Comunista cubano. Palavras do próprio Raúl. Em entrevista recente ao jornal ABC, de Madri, o dissidente exilado Carlos Franqui disse que o sucessor de Fidel será o chefe da corrente chavista em Cuba, Felipe Pérez Roque.
A leitura das duas notícias dá idéia do tamanho da encrenca que pode estar se formando no continente.
Caminhos da ilegalidade
Trava-se na cidade de São Paulo uma batalha contra o domínio de serviços de Vans por organizações criminosas. Em muitas cidades do país os sistemas alternativos de transporte têm ligação com o crime organizado. Novas redes de atividades ilegais sempre trilham os caminhos abertos por antecessores. Foi assim no Rio de Janeiro quando as quadrilhas de traficantes de drogas se apoiaram na estrutura clandestina ou semiclandestina do jogo do bicho.
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