Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

>>Crime sob controle. De quem?
>>Pagar para ver o mundo

Crime sob controle. De quem?


Enquanto agentes penitenciários são mortos numa seqüência macabra, a segurança pública em São Paulo é objeto de desinibida politização. O ex-governador e candidato Geraldo Alckmin diz que o número de fugas em prisões paulistas segue padrão europeu. E o governador Claudio Lembo repete que a situação está sob controle. Sob controle de quem?


Aviso prévio


É difícil entender por que o governo de São Paulo divulgou uma lista com nomes de 40 condenados que deverão ser transferidos para o presídio federal de Catanduvas, no Paraná. Está na Folha de hoje.


Pagar para ver o mundo


Alberto Dines questiona o monopólio dos direitos de transmissão de eventos como a Copa do Mundo, quando ocorrem fatos que têm repercussões muito além das quatro linhas do campo.


Dines:


– Ontem falamos sobre isso na nossa edição televisiva e o assunto está hoje em nosso site. A famosa cabeçada de Zidane no zagueiro Materazzi vai entrar para a história das Copas e provavelmente para a história da intolerância no esporte. Mas aquelas imagens têm dono, só podem ser exibidas pelas emissoras que para aquelas fábulas de dinheiro para transmitir os jogos. Coisas do jornalismo-espetáculo: para conhecer a história do mundo é preciso pagar ingresso.



Mais corporativismo


A Federação Nacional dos Jornalistas fez nova ofensiva corporativista. Apresentou, por intermédio do deputado Pastor Amarildo, do PSC de Tocantins, um projeto de lei que aumenta de 12 para 23 as funções de comunicação que exigiriam diploma de jornalista.


Se diploma fosse garantia de qualidade, o Brasil teria uma das melhores mídias do mundo.


A Fenaj foi a autora da proposta, encampada pelo governo Lula, de criação de um Conselho Federal de Jornalismo, em 2004. Houve fortes reações e o governo recuou.


Fair-play


A Câmara dos Deputados aprovou ontem proposta que torna flexível o horário de transmissão da Voz do Brasil. Um dos primeiros noticiários a informar sobre a proposta foi a própria Voz do Brasil, no mês passado. A matéria ainda vai ao Senado.


Congresso em Foco


Em 1997, quando era repórter do Correio Braziliense, Sylvio Costa produziu, com Jayme Brener, um dos primeiros levantamentos sobre a distribuição de concessões de radiodifusão a políticos. (Clique aqui para ler.) Hoje ele é diretor do site Congresso em Foco, o primeiro a repercutir, ainda em novembro de 2005, a representação entregue à Procuradoria Geral da República pelo Projor, entidade mantenedora do Observatório da Imprensa, com pesquisa sobre irregularidades em concessões.


Sylvio Costa diz que a atividade do Congresso em Foco, presente apenas na internet, não segue receitas tradicionais da grande imprensa.


Costa:


– Fornecer matérias interessantes, exclusivas, sobre o Congresso, e tentar retratar o dia-a-dia do Congresso, e da própria política brasileira em geral, com uma visão um pouco mais larga, um pouco mais plural e mais independente do que aquela que a gente encontra em muitos veículos de comunicação mais tradicionais.


Abrir espaço para a polêmica, exercer vigilância tanto em relação às forças de oposição como em relação às forças de governo. Investimos muito em levantamentos, então apuração da assiduidade dos deputados, processos de deputados, patrimônio individual, declarações que são prestadas à Justiça.


A idéia é ser um instrumento para que o leitor possa fiscalizar aqueles que ele elege e acompanhar o trabalho que eles fazem.



CPI das Concessões?


No programa de televisão do Observatório da Imprensa de ontem à noite, o deputado Orlando Fantazzini, do PSOL de São Paulo, disse que estuda a possibilidade de propor a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para examinar a posse indevida de concessões de radiodifusão no Brasil. Seria curioso verificar se o assunto entraria na pauta dos noticiários das redes de televisão, que têm afiliadas com concessões irregulares.


Fantazzini também se comprometeu a verificar por que se tornou inoperante o Conselho de Comunicação Social, órgão auxiliar do Congresso. Alberto Dines, ex-integrante do Conselho, criticou a nova composição do órgão. Quem nomeia os conselheiros é a Mesa Diretora do Senado.


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