Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

>>Cuidado: governo fala em democratizar mídia
>>Festival de pesquisas

Juros e eleição


O Estadão atrela hoje ao processo eleitoral a decisão sobre juros do Comitê de Política Monetária. Um de seus mais qualificados comentaristas de economia, Celso Ming, responde que o Banco Central, do ponto de vista do candidato Lula, já fez muito ao garantir a redução da inflação.



Cuidado: governo fala em democratizar mídia


Alberto Dines pede toda atenção para o contexto em que o partido do governo anuncia a intenção de propor um sistema de mídia que seria mais democrático.


Dines:


– Caso o presidente Lula seja reeleito, o programa de governo preparado pelo PT deve incluir um novo sistema de mídia, segundo seus idealizadores, “mais democrático”. A notícia, adiantada pela Folha no último domingo, foi confirmada ontem pelo Estadão. Os detalhes mencionados pela Folha não foram incluídos no programa do PT para evitar atritos com os meios de comunicação. Mas a impressão que se tem é que a divulgação deste projeto, mesmo de forma genérica, coincidindo com a realização do 6º Congresso Brasileiro de Jornais visa justamente colocar na defensiva as empresas brasileiras de mídia de modo a não criarem embaraços para a candidatura de Lula na reta final das eleições. Tudo indica uma manobra apenas intimidadora, já que o governo e o PT ao longo dos últimos quatro anos não se interessaram em resolver problemas elementares na esfera midiática. De qualquer forma, é bom lembrar que quando um governo anuncia que tornará a mídia “mais democrática” é bom apertar o cinto, porque costuma vir chumbo grosso na direção contrária.



Horário falido


No programa de televisão do Observatório da Imprensa de anteontem o ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence, que por duas vezes presidiu o Tribunal Superior Eleitoral, disse que o sistema de divulgação de candidaturas nos meios de comunicação eletrônicos para cargos legislativos está totalmente falido. Está mesmo. Há décadas.


Festival de pesquisas


Nunca como agora tantos veículos de comunicação fizeram acordos com institutos de pesquisa e entre si, como a TV Globo com a Folha e com o Estadão. Por isso, existe excesso de pesquisas eleitorais. Saiu um Ibope no domingo e um Datafolha anteontem. Amanhã sairá novo Ibope. Retratam quadros semelhantes, com pequenas nuances. Os institutos faturam, as tevês matracam. Mas será que o eleitor fica mais esclarecido com a mera exposição de números?


Luta de classes


Uma característica nova em processos eleitorais brasileiros – a divisão partidária do eleitorado por renda e escolaridade – pode estar sendo revertida. O presidente-candidato Lula começa a atrair novamente fatias do chamado “andar de cima” da sociedade.



Temas valorizados


A diretora-executiva da Rádio CBN, Mariza Tavares, explica como foram feitas séries temáticas de reportagens durante a campanha, em complemento à cobertura das atividades dos principais candidatos.


Mariza:


– A gente fez isso obrigatoriamente para as quatro praças da CBN, São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Brasília, e sugeriu que todas as afiliadas fizessem com igual abrangência. Cada uma teve liberdade para determinar a amplitude dessa cobertura. Cada praça levantou cinco, seis ou até sete grandes temas que seriam extremamente caros ao ouvinte-eleitor, e a gente fez, sem a preocupação de ouvir os candidatos, e mais de mapear as mazelas e as soluções. Basicamente segurança, saúde, educação, saneamento, investimentos, o desenvolvimento econômico, foram assuntos que estiveram em todas as praças. Foram séries que ficaram de segunda a sexta, com matérias de quatro a cinco minutos, você conseguia desenvolver um raciocínio, pelo menos apresentar uma tese e o ouvinte conseguir acompanhar aquilo.


Mauro:


– Algumas das séries especiais, feitas no Rio de Janeiro, já estão no site da CBN, na página de Eleições 2006.


Inimigos externos e internos


Continua o alerta contra ataques do PCC em São Paulo, destacado no Estadão de hoje. A Folha noticia atritos entre o secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro, e a cúpula da Polícia Militar, e atritos também com o Ministério Público. Quem quiser entender melhor o avanço da criminalidade precisa estudar esses conflitos políticos na administração estadual. E não perder de vista o tamanho da corrupção e da criminalidade nas Polícias.


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