Poder e dinheiro
Esta campanha eleitoral será mais cara do que a anterior. Candidatos ditos mensaleiros arrecadam generosas contribuições, como noticia hoje o Globo. É preciso acrescentar algo sobre a natureza da crise política brasileira?
Entrevista sem apartes
Luiz Weis, responsável no Observatório da Imprensa pelo blog Verbo Solto, critica a publicação pelo Estado de S. Paulo, ontem, de respostas enviadas pela Presidência da República, por correio eletrônico, a perguntas de uma entrevista a que o candidato Lula preferiu não comparecer. Weis elogia o Globo e a Folha, que publicaram perguntas deixadas sem resposta pelo ausente.
Observadores da Mídia
O Observatório da Imprensa realiza na próxima terça-feira, dia 12, em São Paulo, o Colóquio Latino-Americano sobre Observação da Mídia. Organizações que fazem crítica da imprensa no continente americano vão trocar experiências e avaliar perspectivas. Entre os estrangeiros convidados estão representantes de Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, El Salvador, Estados Unidos e Grã-Bretanha. A Fundação Ford e a BBC apóiam a iniciativa.
Declaração de voto
Alberto Dines comenta o anúncio, pela revista Carta Capital, de apoio à candidatura do presidente Lula à reeleição.
Dines:
– A revista Carta Capital anunciou formalmente o seu apoio à candidatura de Luís Inácio Lula da Silva à Presidência da República. É a primeira publicação nacional a assumir ostensivamente uma preferência para as próximas eleições de outubro. Carta Capital segue um rito adotado com freqüência pelos grandes veículos jornalísticos principalmente nos Estados Unidos regido pelo regime presidencialista. Na Europa, mais inclinada para o parlamentarismo, este tipo de adesão a um candidato é menos usual considerando-se que uma opção partidária sugere sempre um compromisso mais duradouro. Embora louvável e meritória, a iniciativa de Carta Capital é, de certa forma, desnecessária. A revista tem apoiado de forma quase irrestrita não apenas o presidente, mas o seu governo e, principalmente, o seu partido. Poupa apenas os seus aliados. Esta é uma opção antiga e ficou mais visível a partir de maio de 2005 quando começaram as revelações a respeito do escândalo do mensalão. De qualquer forma, a preservação dos ritos é sempre bem-vinda e, sobretudo, a preservação dos ritos democráticos.
Morte exagerada
Um leitor critica na edição desta semana a reportagem de capa da revista The Economist da semana passada, cujo título era “Quem matou o jornal?” Cita o escritor Mark Twain: “A notícia de sua morte foi muito exagerada”. O missivista é o presidente da Associação Americana de Jornais, John Sturm. Ele reconhece que toda a mídia passa por mudanças “tectônicas”, mas argumenta que, por exemplo, boa parte do que é lido online é produzida pelas equipes dos principais jornais impressos. E garante que os jornais aprendem dia a dia a tirar proveito da combinação entre impresso e online.
Desafio digital
O diretor da editora Duetto, Alfredo Nastari, que publica, entre outras, a revista História Viva, comenta o desafio da era digital.
Nastari:
– Eu acredito que hoje o grande desafio das revistas é nós deixarmos de ser editores de papel para nos transformarmos em editores de conteúdo em diferentes plataformas de mídia. É evidente hoje o aumento da demanda do nosso leitor por informação que vai além da revista. Ele quer informação em tempo real na internet, participar de eventos, uma dinâmica muito maior na informação do que uma revista pode dar. Isso não é uma questão da Duetto, nem mesmo brasileira, mas é uma questão mundial. Como fazer, como atender um leitor que é cada vez mais digital. O exemplo que eu posso dar é um dado dos Estados Unidos, onde você pega um jovem na faixa de 14 a 22 anos, hoje ele gasta meia hora por semana lendo revista e praticamente três horas e meia por dia navegando na internet. É realmente preocupante e é o que tem que fazer a gente repensar todo o nosso modelo de empresa, modelo de editora.
Clique aqui para ler a entrevista completa de Alfredo Nastari.
Voto aberto
A mídia deveria ler com atenção a entrevista de hoje do deputado José Carlos Aleluia ao Estadão sobre o fim do voto secreto no Congresso. Ele diz que o voto aberto será “a festa da burrice e da submissão”. A mídia embarcou de cabeça, e sem filtros, na proposta.
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