Jornais para crianças
Reportagem curiosa do correspondente da Folha de S.Paulo em Londres relata que uma editora da França está conseguindo arejar o mercado de jornais de papel com títulos dirigidos a crianças e jovens.
A Editora La Play Bac já tem três títulos de diários há cinco anos. Enquanto os jornais para adultos perdem leitores continuamente, as publicações para crianças e adolescentes mantem uma carteira estável de 150 mil assinantes em toda a França.
Le Petit Quotidien (O Pequeno Diário), dirigido a crianças de até dez anos, Mon Quotidien (Meu Diário), para crianças e adolescentes entre dez e 14 anos, e L’Actu (derivativo de “últimas notícias”), com público-alvo entre 14 e 18, são jornais compactos, de quatro a oito páginas, com muitas imagens coloridas e assuntos de interesse de seus públicos específicos.
Segundo um dos sócios da editora, entrevistado pelo repórter da Folha, os temas de cada edição são escolhidos pelos leitores.
Todos os dias são levados à redação dois meninos e duas meninas, que atuam como redatores-chefes convidados.
Os jornalistas propõem as pautas, eles decidem o que será publicado e os destaques.
Também são os leitores que escrevem as críticas de jogos, filmes e livros.
Os donos da editora consideram que o segredo do sucesso tem sido publicar notícias para crianças e adolescentes, em vez de tentar explicar o noticiário de adultos para crianças.
Além disso, seus jornais são feitos para serem lidos em dez minutos e funcionam como parte do esforço de educação das famílias.
Cada assinatura custa em torno de R$ 20 por mês, a empresa fatura 18 milhões de euros por ano e 10% dos lucros vêm dos anúncios.
Comparados aos suplementos infantis e juvenis dos jornais brasileiros, os diários para meninos e adolescentes na França parecem oferecer muito mais do que as reportagens sobre comportamento, jogos eletrônicos e bandas de música que enchem o Estadinho, Folhinha, e Globinho.
Perguntado se os leitores infantis vão migrar para os jornais de adultos quando crescerem, o diretor da editora francesa, entrevistado pela Folha, foi direto: “Não, se os jornais de adultos não derem a eles o mesmo prazer de leitura”.
Simples assim.
De olho na Copa
A imprensa segue atenta aos preparativos para a Copa de 2.014.
Mas vai conseguir manter os olhos bem abertos por quase quatro anos?
O Observatório da Imprensa na TV vai tratar desse assunto nesta terça-feira.
Alberto Dines:
– A hora da verdade está marcada para acontecer dentro de três anos e onze meses. Em junho de 2014, quando a bola começar rolar nos gramados brasileiros, saberemos se o país fez a opção pela badalação ou pela seriedade. A 20ª Copa do Mundo será o nosso vestibular para o rol de estados competentes.
A mídia por enquanto está atenta, cobrando providências e velocidade, mas conseguirá manter-se na antipática posição de eterna cobradora ou logo afrouxará a vigilância? O que menos inquieta é o futebol, razão de ser do campeonato.
Os torcedores sabem que em pouco menos de quatro anos é possível criar dois ou três excelentes conjuntos e com eles formar os 23 que vestirão a camisa amarela. O que mais preocupa são as obras de infra-estrutura – os estádios aos aeroportos, das redes de hotéis às estradas, da segurança nas grandes cidades à hospitalidade aos visitantes.
Você está preocupado ou confiante ? De qualquer forma, não perca a edição de hoje do “Observatório da Imprensa” às dez da noite pela TV-Brasil, ao vivo, em rede nacional. Em S. Paulo pelo canal 4 da NET e 181 da TVA.