Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

>>Ministério das Comunicações será ouvido sobre emissoras de parlamentares
>>Greve sem critério


Ministério das Comunicações
será ouvido sobre emissoras de parlamentares


Neste mês de maio que começa hoje o
Observatório da Imprensa comemora dez anos de existência. E nesta semana este
programa de rádio, diário, faz um ano.


Entre outras vitórias, hoje podemos
comemorar a notícia dada pela advogada Taís Gasparian a respeito do andamento de
uma representação do Projor, entidade mantenedora do Observatório da Imprensa, à
Procuradoria Geral da República. A representação oferece o resultado de uma
pesquisa dirigida pelo jornalista Venício de Lima sobre propriedade indevida de
canais de rádio e televisão por parlamentares federais.


Desde outubro de 2005 até o começo
de março a representação do Projor ficou parada. Agora, esclarece a advogada
Taís, já há um ofício encaminhado ao Ministério das Comunicações para que preste
informações acerca da representação.



Greve sem
critério


Alberto Dines fala da inércia da
imprensa diante da situação melancólica do sindicalismo brasileiro, ilustrada
pela greve da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).


Dines:


– O governo diz que nunca houve um
Primeiro de Maio como este, promete uma mini-reforma sindical através de uma
Medida Provisória e a imprensa reproduz tudo isso de forma fiel, passiva e
acrítica. O Dia do Trabalho de 2006 pede revisões e reflexões um pouco mais
avançadas. Comparado com o sindicalismo europeu e mesmo americano, o nosso está
num estágio próximo do primitivo. A greve dos agentes da Anvisa, por exemplo,
mostra como algumas categorias de trabalhadores menosprezam o interesse maior da
sociedade. A noção de garantia de “serviços mínimos” ainda não permeou os
estrategistas dos nossos movimentos paredistas. Ainda impera uma exaltação que
pune a comunidade inteira por injustiças que ela não cometeu. O cidadão-usuário
não pode ser culpado e não pode pagar pelos erros cometidos por governos ou
concessionários. É imoral usar a massa de inocentes para pressionar os
responsáveis por políticas salariais injustas. A mídia talvez nem saiba o que
significa a manutenção de serviços mínimos durante uma greve. Deveria saber.


Mídia contra a crise


Neste Primeiro de Maio, vamos ouvir
a opinião de um antigo dirigente sindical, que foi também deputado e dirigente
do Partido Comunista Brasileiro, Hércules Correia, sobre o trabalho da
imprensa.


Hércules:


– A imprensa brasileira é um dos
instrumentos que está nos salvando de uma crise maior, na medida em que ela
desempenha um papel informativo importante, analisando as coisas, retomando, em
algum momento – quando ela se equivoca ela corrige. Um papel permanente. Você
tem os seus articulistas, as suas matérias… Eu só tenho uma pequena
observação, os deslizes que ocorrem no jornal O Globo, quando ele exagera certas
opiniões e certos escândalos. Os escândalos existem, sempre existiram na vida do
Brasil, e não é agora só que está acontecendo.


Mauro:


– Hércules Correia aponta um segundo
elemento de manutenção de uma certa estabilidade política.


Hércules:


– A grande massa pobre, prejudicada
por esse sistema brasileiro, não optou até agora, e acho que não vai optar, pelo
sistema do quebra-quebra.


Esses dois elementos são os que
estão mantendo a estabilidade, que na imprensa aparece como democracia e eu,
pessoalmente, indivíduo, chamo de promiscuidade democrática. Ninguém tasca
porque ninguém quer ser tascado.


Essas duas ações, da imprensa e da
massa pobre do Brasil, é que estão nos mantendo de pé.



A lista de Aldo


É no mínimo discutível a lista de
construtores do Brasil inaugurada na semana passada pelo presidente da Câmara,
deputado Aldo Rebelo. As notícias publicadas sobre o assunto diziam que Rebelo
havia consultado historiadores, mas não quais. Seria interessante ouvir a
opinião de um grupo grande de especialistas sobre os escolhidos pelo deputado do
Pc do B.


O mais curioso é que nem na
Folha de S. Paulo, nem no Jornal da Câmara, era dada a lista
desss nomes.


Ouvinte, veja no Observatório da
Imprensa Online a lista
dos construtores da nação, versão Aldo Rebelo, e dê sua opinião.



Bolívia: ainda não é o
pior


O professor Antonio Carlos Peixoto,
coordenador-geral de relações internacionais do governo do Rio de Janeiro, dá
uma explicação para a crise com a Petrobrás na Bolívia:


Peixoto:


– Existe uma percepção que é muito
complicada, na Bolívia, em relação à Petrobrás. Ela é antes de mais nada de
medo, de receio, porque a Petrobrás, como empresa, é maior do que a Bolívia. Não
há como evitar isto. Não há como mudar essa percepção na base do discurso. “Não,
não se preocupem, nós estamos aqui para fazer o bem. É a mesma coisa,
mutatis mutandis, que o Brasil tinha, nos anos 40, no início dos anos
50, em relação a certas empresas americanas. Para o nacionalismo brasileiro,
elas eram assustadoras.


Clique aqui
para ler a entrevista completa de Antonio Carlos Peixoto.


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