Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

>>O conflito é em São Paulo
>>Em Paris, página difícil


Espionagem paga


 


O fenômeno que rege o jorro de notícias destes dias chama-se, como lembrou recentemente o leitor deste Observatório Ivan Moraes, espionagem paga. Trinta anos de espionagem paga.


 


O conflito é em São Paulo


 


Oswaldo Bargas é um antigo e leal amigo de Luiz Inácio da Silva. Homem experiente. Por que se meteu em tal trapalhada? O presidente Lula faz outra pergunta: que interesse teria, como candidato amplamente favorito à reeleição, em fazer marola.


 


Há algo que a imprensa ainda não captou. Que o PT está cada vez mais parecido com o PMDB antes do racha que deu origem ao PSDB. Naquela ocasião, há quase vinte anos, havia seis candidatos para os três cargos ambicionados, de presidente, de governador de São Paulo e de prefeito da capital. Eram Ulysses, Montoro, Quércia, Covas, Fernando Henrique e Serra. Não couberam no mesmo partido.


 


Agora, em São Paulo, existem apenas dois cargos, prefeito e governador, para muitos pretendentes petistas. E todo um desenho de olho no segundo mandato e no período após 2010. Todas essas forças, em primeiro plano Marta, Mercadante e Palocci, se engalfinham numa briga feroz de bastidores que quase nunca é relatada pela imprensa.


 


Daí o empenho em bombardear o candidato Serra. Fica até evocativa a participação do candidato Quércia, do PMDB, no atual episódio.


 


Palocci esquecido


 


O tiroteio em torno dos dossiês fabricados pela máfia Vedoin deixou em segundo plano a decretação da prisão preventiva do ex-ministro Antonio Palocci sob a acusação de cometer irregularidades quando prefeito de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.


 


Em Paris, página difícil


           


O editor do Observatório da Imprensa online, Luiz Egypto, fala da crise vivida pelo jornal que há pouco mais de trinta anos representou a maior inovação na imprensa francesa.


 


Egypto:


 


– O diário francês Libération está na tábua da beirada. A crise atingiu em cheio o jornal-ícone da esquerda francesa, fundado em 1973 pelo filósofo Jean-Paul Sartre.


 


Na quinta-feira passada, uma página dupla do Libé trouxe um longo editorial intitulado “Uma página difícil na história do Libération”. A linha-fina anunciava: “Aos nossos leitores. Explicações sobre uma situação interna inédita e uma crise financeira sem precedentes”. No texto, o jornal apela por mais investimentos de seus acionistas e por uma mobilização dos leitores para salvar a publicação.


 


Essa crise vem de longe e atinge o conjunto dos jornais pagos franceses. Mas a ironia no caso do Libé, nascido sob férrea orientação maoísta, é o fato de o acionista majoritário do diário ser Edouard de Rothschild, lídimo representante da fina-flor da aristocracia financeira européia.


 


Rothschild assumiu o controle do jornal em abril do ano passado, aparentemente aceitando o compromisso de independência da Redação. E agora, com um rombo de 21 milhões de euros nos últimos três semestres? É pagar para ver.


 


A edição online do Observatório traz matéria de Renate Krieger, de Paris, sobre o assunto.


           


Polícia versus promotores


 


É preciso dizer claramente que existem conflitos entre polícia e ministério público. No plano nacional e especialmente em São Paulo. Não basta dizer que a Justiça manda soltar pessoas presas e isso é considerado pelo ministério público prejudicial às investigações.


 


Polícia e mídia, a dobradinha


 


O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, finca pé na decisão de não liberar imagens de petistas presos em São Paulo, diferentemente do que se fez em tantas aparatosas operações anteriores. A mídia começa a cobrar do ministro esse duplo critério, mas jamais pensou duas vezes antes de usar imagens gentilmente fornecidas pela Polícia Federal. Quanto Paulo Maluf foi levado de helicóptero para a sede da Polícia Federal em São Paulo, o vôo do helicóptero sofreu mudança de rota para facilitar a participação do repórter César Trali, da Rede Globo.


 


Ajuda da CBN


 


Este programa é feito hoje nas instalações da Rádio CBN do Rio de Janeiro, graças à ajuda da diretora geral da emissora, Mariza Tavares, e do chefe de reportagem, Soares Jr. Nossos agradecimentos à CBN e aos dois colegas. E parabéns pelos quinze anos da emissora, que se completarão em outubro.


 


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