Sin non è vero….
Vai haver todo tipo de negativa do PT e dos demais partidos citados ontem por Toninho da Barcelona, mas o relato do doleiro sobre a falta de reais e o excesso de dólares durante a campanha eleitoral de 2002 tem o selo da verossimilhança. Assim como o relato de outro doleiro, Najun Turner, de que houve acordo para Paulo Maluf não depor na CPI do Banestado por interesse de Marta Suplicy durante a campanha eleitoral do ano passado.
Severino e 2006
Para poder concorrer em 2006, não bastará a Severino Cavalcanti escapar da cassação, com a renúncia de hoje. Ele precisará se livrar também de condenação em processo penal.
Daniel Dantas
Um dos maiores desafios à competência da mídia será cobrir o depoimento do banqueiro Daniel Dantas na CPI. Ele diz em entrevista hoje ao Estado de S. Paulo que o motivo de sua convocação para depor na CPI pode ser não político, mas comercial. E agora se trata de um peixe grande, com ligações na própria mídia.
Jobim e a ética
A Folha desta quarta-feira, 21 de setembro, dá destaque a manifesto em que juízes gaúchos pedem que o presidente do STF, Nelson Jobim, afaste a possibilidade de ser candidato à presidência da República ou renuncie à presidência do Supremo. Chama-se Manifesto pela Ética. (Ver a respeito o blog Verbo Solto, de Luiz Weis: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/blogs/verbosolto.asp .)
Enredo policial em Marília
No programa de televisão do Observatório de ontem, cujo tema foi o atentado contra o jornal Diário de Marília e as rádios Dirceu AM e Diário FM, ocorreu algo surpreendente. O jornalista Oswaldo Machado, de Marília, entrevistado por telefone, disse que o ex-prefeito Abelardo Camarinha, acusado pelo editor-chefe do jornal, José Ursílio de Souza, de ser o mandante do crime, é sócio da empresa. Segundo Oswaldo Machado, o jornal passou a criticar a gestão de Camarinha, que antes elogiava, depois que o prefeito parou de lhe destinar recursos. A explicação do editor chefe Ursílio tinha sido outra: depois de um período de expectativa simpática, o jornal, embora reconhecesse os êxitos da prefeitura nas áreas de saúde e educação, começou a cobrar obras não realizadas.
Uma história rocambolesca, que mostra quão distante dos fatos pode estar a fraca cobertura feita pelos grandes jornais de São Paulo quando o jornal e as rádios foram destruídos.
Oswaldo Machado chamou a atenção para a hegemonia da elite local que torna muito difícil a independência dos jornalistas. Disse que foi espancado e ameaçado com uma arma na cabeça. O dirigente da Federação Nacional dos Jornalistas Fred Ghedini denunciou a sucessão de atentados contra jornalistas em cidades do interior. O presidente da Associação dos Jornais do Interior de São Paulo, Luís Carlos Paes Vieira, afirmou que a maioria dos cerca de 1.200 jornais do interior paulista é de propriedade de políticos locais.
As grandes empresas de comunicação preferem desconhecer essa realidade, para não brigar com políticos.
Jornalismo científico
O Luiz Egypto, editor do Observatório da Imprensa online diz que no Brasil o jornalismo científico ainda está na fase heróica.
Egypto:
– O nome do bicho é pra lá de esquisito: GRB050904. Esta é a denominação da estrela supernova que explodiu no dia 4 de setembro. A mídia internacional deu destaque ao assunto; jornais e telejornais daqui também repercutiram. Foi a explosão mais distante já localizada na história da civilização – um evento ocorrido a 12 bilhões e 800 milhões de anos-luz.
A atenção da mídia para a uma estrela tão distante indica uma perspectiva da ciência não apenas com função prática, mas como fonte de reflexões que dizem respeito à existência do Universo e da vida, e ao significado de estarmos aqui. Isto nos remete ao jornalismo científico. No Brasil, ele ainda depende quase que exclusivamente de poucos jornalistas abnegados, às vezes até com certa hostilidade das empresas em que trabalham.
Empresas jornalísticas que não se envolvem com a educação para a ciência revelam a exata dimensão de seu próprio analfabetismo científico. Confira em nossa edição online.
Tanure quer a Varig
O Jornal do Brasil e a Gazeta Mercantil noticiam hoje que seu donos, Nelson Tanure, apresentou à Justiça, por intermédio da empresa Docas Investimentos, proposta de recuperação da Varig. Durante muitas semanas o assunto Varig teve um destaque ambíguo nos dois jornais.
O empresário Tanure declarou que disse que a “Docas tem experiência em gestão de empresas em crise”. Que o digam os jornalistas do Jornal do Brasil e da Gazeta Mercantil.