Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

>>Já começou 2006
>>Reforma política esquecida

Já começou 2006


Na semana que vem deverá ser divulgada a rodada de dezembro da pesquisa de opinião do Ibope para a CNI. Será mais um fato da campanha eleitoral prematura de 2006.


Guerra contra a população


A imprensa do Rio e de São Paulo deveria tomar como ponto de honra acompanhar o caso dos PMs acusados de matar cinco pessoas, entre elas duas crianças, no Morro do Estado, em Niterói. É preciso questionar cada vez mais uma estratégia de “guerra ao tráfico” que só fez piorar a guerra.


Reforma política esquecida


O Alberto Dines reivindica da mídia uma cobrança mais intensa da reforma política.


Dines:


– O escândalo da semana tem nome: as camisetas da Coteminas. O PT gastou 12 milhões de reais em camisetas na empresa têxtil do vice-presidente, cifra que daria para vestir todos os descamisados do Brasil. O pior é que o partido pagou um milhão de reais em dinheiro vivo. E tudo indica que seja do famoso caixa dois, ou de um novo caixa três ou quatro. O culpado é o de sempre. O Delúbio. Na próxima semana aparecerá uma nova irregularidade eleitoral e a imprensa continuará passando ao largo do problema central: a reforma política.


Sem a reforma política, a crise de 2005 vai continuar em 2006, em 2007, até 2010. As alterações eleitorais até agora determinadas pelo TSE são insignificantes. Não impedirão a renovação dos escândalos.


A verdade é que a imprensa não consegue fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Mal consegue cobrir as denúncias do dia, e deixa de cobrar dos partidos o apoio a uma reforma política que acabe uma vez por todas com essas perigosas distorções. É evidente que aos partidos políticos interessa deixar as coisas como estão. Mas a sociedade brasileira cansou de ser humilhada pela sucessão de escândalos. Se a imprensa não liderar a mobilização pela reforma política, estará admitindo que não sabe defender o real interesse público.


Venezuela no Mercosul


Desabou ontem na televisão e no rádio a entrada da Venezuela no Mercosul, que chega nesta sexta-feira, 9 de dezembro, à primeira página dos jornais. Quase sem aviso prévio.


O jornal El Nacional, de Caracas, fez uma enquete em seu site. Agora de manhã, 86% dos 2.500 votantes consideravam que a entrada da Venezuela no Mercosul não vai favorecer a economia do país.


Contra a corrupção


Será divulgado hoje para discussão o texto de um pacto anticorrupção proposto por diversas organizações brasileiras e internacionais. Um de seus méritos é não camuflar as responsabilidades da iniciativa privada. O caso Daslu, sem querer fazer julgamento, que cabe à Justiça, tem elementos para ser, como se costuma dizer, emblemático.


Prêmios para o Observatório


O Observatório da Imprensa ganhou ontem dois prêmios. Na pessoa do Alberto Dines, foi homenageado pela Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira no Brasil, sediada no Rio de Janeiro. Em São Paulo, a Aberje, Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, deu o Prêmio Mídia do Ano para os programas de televisão e rádio. O jornal O Globo e a revista Exame ganharam os outros prêmios de Mídia da Aberje.


A presidente da Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira no Brasil, Diana Kinch, fala do significado do prêmio dado a Alberto Dines.


Diana:


– Este ano, a Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira está recuperando uma antiga tradição de dar o prêmio para alguém do ramo jornalístico. Por isso, depois de uma votação apertada, por nossos sócios, e com um leque variado de candidatos, chegamos a um nome muito querido por nossos sócios, o jornalista Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, que está ganhando esse prêmio pelo serviço único que ele oferece de observar e estimular a imprensa.


Independente e crítico


O presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Jornalismo Empresarial, Rodolfo Gutilla, fala do papel do Observatório.


Rodolfo:


– O Prêmio Mídia do Ano reconhece veículos que têm exercido um papel de observação, de controle, mas principalmente de esclarecimento da população. Num momento como este, em que a gente vive uma crise ética, uma crise de transparência, não apenas do poder público mas também da iniciativa privada, o Observatório vem cumprindo um papel fundamental para que o povo possa ter acesso a uma informação de qualidade. O Observatório é uma instituição independente, ela é crítica. O Alberto Dines está sempre no nosso coração, porque são poucas as iniciativas como essa. E vocês estão de parabéns, porque o trabalho é fantástico.