Na Rádio Nacional em Brasília e no Rio
Este é o programa de número 200 do Observatório da Imprensa no Rádio. Queremos agradecer aos ouvintes que nos acompanham e participam dos debates neste site.
A partir de segunda-feira, dia 13, o Observatório da Imprensa passará a ser transmitido também pela Rádio Nacional de Brasília, em FM, às nove da manhã, e em FM e AM às doze e trinta. E também pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro.
Manipulações
Gustavo Patu mostra hoje na Folha como petistas e tucanos manipulam dados sobre o balanço dos governos de Lula e Fernando Henrique. O papel do jornalismo é esse. Não pode engolir a retórica de palanque.
Levado a conseqüências mais extremas, o tiroteio entre PT e PSDB pode abrir espaço para o crescimento de uma terceira candidatura.
Prioridades
Há mais espaço no noticiário para as eleições no Haiti, onde o governo brasileiro desempenha importante papel, do que para a seca no Nordeste.
Tolerância versus intolerância
O programa de televisão do Observatório da Imprensa de ontem tratou do episódio das caricaturas dinamarquesas e também da intolerância religiosa crescente na mídia brasileira. Será reprisado na TV Educativa do Rio de Janeiro e em outras emissoras no sábado, às oito da noite.
Ontem, no Observatório da Imprensa Online, o Alberto Dines escreveu que “No limiar do século 21 retornamos ao final do século 18, quando o Iluminismo revelou o problema dos problemas: a convivência entre os diferentes. Tolerância versus intolerância, a questão é esta”.
Vozes moderadas
No episódio das charges de Maomé, a iniciativa das ações está com governos e religiosos radicais muçulmanos. O governo do Irã, por exemplo, a cada dia dá uma volta no parafuso da confrontação.
Como diz o Globo em editorial nesta quarta-feira, 8 de fevereiro, cabe aos moderados evitar que o confronto se transforme num “choque de civilizações”, expressão usada com cautela, entre aspas.
Gestos pelo entendimento serão notícias que a mídia sensata dará com grande alívio. Nesta manhã, chega a informação de que o Conselho de Ulemás, principal organização islâmica do Afeganistão, onde já morreram seis pessoas, pediu o fim da violência.
Traços anti-semitas
A Folha reproduz do Le Monde artigo de Joël Kotek em que esse historiador diz que limites à liberdade de expressão devem existir, mas fixados apenas por profissionais da imprensa ou por tribunais. E critica, como os mais intolerantes do mundo, caricaturistas anti-semitas da imprensa árabe-muçulmana.
TV digital adiada
O governo adiou a definição sobre o padrão de TV digital que o Brasil adotará. Há na Esplanada dos Ministérios uma briga de bastidores que o presidente Lula terá que arbitrar.
Ensino de jornalismo
O editor do Observatório da Imprensa Online, Luiz Egypto, diz que os cursos de jornalismo ainda não se adaptaram ao advento da internet.
Egypto:
– Os programas de ensino dos cursos de jornalismo estão se adaptando às alterações que a internet provocou na atividade jornalística?
Esta é uma pergunta que alunos e professores deveriam fazer neste início de ano letivo. Os quase 400 cursos de jornalismo em funcionamento no país, com raríssimas exceções que só confirmam a regra, têm seus programas e currículos montados com base no jornalismo impresso – ou em suas variantes de rádio e TV.
A revolução da interatividade e da multimídia causou um impacto decisivo no ofício jornalístico, mas essa realidade ainda não foi muito bem assimilada pelas escolas.
Estamos evoluindo de um padrão de leitura tradicional para um modelo que, na prática, se assemelha a uma conversação. A audiência agora passa a determinar quando e onde quer receber a informação, e em qual plataforma. Então, de novo a pergunta: como as escolas estão lidando com isso? Convém prestar atenção redobrada às aulas.
Tanure na Folha
O Painel da Folha noticia que o jornal foi visitado ontem por Nelson Tanure, presidente da Gazeta Mercantil e do Jornal do Brasil. Nenhum dos concorrentes dos jornais de Tanure criticou, nem sequer noticiou, a campanha de perseguição feita pelo empresário contra o repórter Lourival Sant´Anna, do Estado de S. Paulo.
Arquivos da ditadura
A transferência dos arquivos da ditadura militar que estavam na Agência Brasileira de Inteligência, Abin, para o Arquivo Nacional não facilitou a busca de informações. Desde dezembro, cerca de 500 pedidos estão se acumulando, informou ontem a historiadora Janaína Teles. O Arquivo Nacional não tem estrutura adequada para atendimento.
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