Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

>> Onze pautas jornalísticas
>> Presidentes sabem
>> De fininho
>> Transparência
>> Cartel na construção civil
>> TV Cultura criticada


Onze pautas jornalísticas


O nome do irmão de José Genoíno estava numa agenda de telefones de Marcos Valério de Souza. O Globo de ontem traz uma lista de onze deputados federais, de quatro partidos, cujos nomes figuram na agenda. O caso do homem da cueca mostrou que a agenda é quente. São onze pautas de potenciais reportagens. Haja repórter.


Um dos mais importantes na lista é o deputado João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara. Nesta segunda-feira, 11 de julho, O Globo informa que João Paulo discutiu com Marcos Valério sua candidatura ao governo paulista em 2006. Valério havia trabalhado na eleição de João Paulo à presidência da Câmara e depois ganhou um contrato milionário na Casa.


Presidentes sabem


No Estado de São Paulo de ontem, a historiadora Maria Celina D´Araújo afirma que Lula tem conhecimento das coisas que acontecem em seu governo.


A informação no governo sempre anda de baixo para cima, embora a recíproca não seja verdadeira. Não tem graça alguém saber de alguma coisa e não passar para seu superior hierárquico.


O topo da pirâmide concentra o máximo de informação, em quantidade e qualidade. Lula é o brasileiro que mais tem informações sobre o governo.


De fininho


O Alberto Dines mostra como Veja e IstoÉ Dinheiro navegam tentando não fazer marola em meio a evidências de que usaram métodos inadequados. Fala, Dines.


Dines:


− Estes escândalos em cascata estão sendo bem acompanhados pela imprensa e pela mídia eletrônica. Exceto no tocante aos respingos de lama na imprensa semanal. Veja e IstoÉ estiveram bem visíveis no noticiário da CPI na terça e quarta-feira passadas mas para elas, neste fim de semana, foi como se nada tivesse acontecido. A revista Época sentiu-se à vontade para colocar as concorrentes na berlinda mas o fez com a maior discrição. A solidariedade corporativa impôs-se à obrigação de informar os leitores de forma cabal.


Veja passou completamente ao largo da revelação sobre suas relações com o araponga-videomaker-jornalista, Jairo Martins. Como se o assunto não tivesse aparecido durante constrangedores minutos no Jornal Nacional. E a IstoÉ, mencionada longamente no depoimento de Marcos Valério e de Fernanda Karina, saiu pela tangente: resolveu defender o intermediário da operação-abafa e com isto sentiu-se desobrigada de explicar por que o dono da empresa convidou Marcos Valério para mostrar-lhe a matéria que seria publicada a seu respeito e acabou engavetada.


Nesta dramática hora da verdade, seria conveniente que os arautos das verdades ao menos se explicassem. Se o momento é de cortar na carne não convém que as revistas que deflagraram as denúncias mantenham-se no anonimato. Modéstia indevida. E algo suspeita.


Transparência


Segundo o informativo eletrônico da Transparência Brasil, a entidade pediu à CPI dos Correios que requisite à Casa Civil a lista de indicações políticas, ou, em linguagem técnica, a lista das pessoas que ocupam na estrutura federal cargos de livre provimento. Quer saber também, dos partidos, quem foram os indicados para os cargos.


Cartel na construção civil


A Folha de São Paulo informa hoje que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, Cade, marcou para quarta-feira o julgamento de um processo de cartel no setor da construção civil.


Trata-se da primeira ação por crise de formação de cartel no país. Tramita numa vara criminal de São Paulo.


Até aqui, a imprensa mal arranhou o assunto dos cartéis no Brasil.


TV Cultura criticada


Editorial da Folha de ontem critica os rumos da TV Cultura. Afirma que a programação da emissora procura estabelecer concorrência com a de canais de televisão aberta. Diz que a TV Cultura passou a aceitar qualquer tipo de anúncio publicitário, o que a poderia levá-la a descaracterizar sua programação, em busca de audiência.


O editorial aponta também que, abre aspas, ‘surgiram indícios de que a programação poderia ser posta a serviço de interesses políticos’, fecha aspas.


A direção da TV Cultura deve se manifestar hoje.