Pesquisite
A semana é da nova pesquisa Datafolha. É preciso insistir: nenhum grupo político trabalha só com pesquisas quantitativas.
Em campanha
À imagem de Lula no palanque em Petrolina e Juazeiro, o Jornal Nacional contrapôs ontem o retrato desolador da seca, que já atinge 693 municípios brasileiros.
Também é campanha
Geraldo Alckmin, governador do estado mais importante do país, também está em campanha. Com êxitos inesperados. Mas é campanha. Declaradamente.
Caso Santo André
Há certeza de que havia corrupção em Santo André, mas diminui a convicção de que o assassinato do prefeito Celso Daniel tenha tido causas políticas. Por trás da dúvida há um conflito entre policiais e promotores paulistas.
A vida pela notícia
O editor do Observatório da Imprensa Online, Luiz Egypto, aborda a gravíssima situação que enfrentam repórteres em áreas conflagradas.
Egypto:
– O próximo domingo, no Brasil dedicado à folia, pode ser marcado por mais uma tragédia – entre tantas – no Iraque. Nesse dia expira o prazo para que sejam atendidas as exigências dos seqüestradores da jornalista americana Jill Carroll.
A vida da repórter, que trabalha para o Christian Science Monitor, está por um fio. Ela foi capturada na manhã de 7 de janeiro, num bairro a oeste de Bagdá, quando saía para entrevistar um dirigente político sunita. Na ação, o seu intérprete iraquiano foi assassinado a tiros.
Ontem, a organização Repórteres Sem Fronteiras promoveu uma mobilização internacional pela sua libertação. Desde março de 2003, quando começou a guerra no Iraque, 37 profissionais da mídia foram seqüestrados no país, entre os quais oito mulheres.
Um levantamento da ONG Freedom Forum informa que a guerra do Iraque já matou mais jornalistas do que a do Vietnam – 66 mortos contra 63. Nesta estatística macabra, por enquanto o conflito iraquiano perde apenas para a Segunda Guerra Mundial, em que morreram 69 jornalistas. Até quando?
A vida pela cana
Na discussão sobre o problema do álcool e o potencial espetacular da indústria da cana-de-açúcar no Brasil falta tratar da melhoria das condições do trabalhador braçal, do homem que corta a cana. Houve mortes por estafa em canaviais paulistas.
Requião manipula TV
Se o governador de São Paulo fizesse na TV Cultura o que faz o governador Roberto Requião na TV Paraná Educativa não haveria régua para medir o tamanho do escândalo.
Requião está em conflito com o jornal Gazeta do Povo. Ouça o tipo de enquete apresentada ontem na emissora pública do Paraná. O apresentador sai pela rua e fala sempre distante do transeunte que será abordado. Não dá para entender como a pessoa ouve a pergunta. Mas a resposta não falha:
– Você acredita que tudo o que a Gazeta do Povo publica é verdade?
– Não.
– E você, acha que tudo é verdadeiro?
– Não.
Mauro:
– Será por pura coincidência que as três primeiras pessoas abordadas responderam “não” a essa pergunta literalmente sem sentido? É um linchamento midiático na TV pública do estado.
O diretor de Defesa Corporativa do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, Aurélio Munhoz, fala da dificuldade de enfrentar a problemática relação do governo Requião com a mídia.
Aurélio:
– As empresas, muitas vezes, não tiveram esse interesse em levar a coisa adiante. A gente acabou, como sindicato, ficando sozinhos na luta. Ou então a própria imprensa local repercutiu de alguma forma, mas não houve uma ação coordenada mais efetiva no estado. Por isso eu reivindico engajamento de outros setores da sociedade. Que haja solidariedade do sindicato patronal, da API, da OAB, de outros órgãos de classe. Não para bater no governador. Não é isso que nós queremos. Mas para discutir o assunto com seriedade e construir uma relação mais positiva entre o governo do estado e mídia, de modo geral.
(Veja lista de choques do governador Requião com a imprensa.)
Os poderes da República
O ouvinte Luiz Seixas, de São Paulo, diz que jornais e revistas, diante de problemas financeiros semelhantes, adotaram soluções semelhantes, abre aspas, “como dividir fraternalmente o bolo pequeno de publicidade, vender a preço vil os jornais e revistas para entregar a mensagem política comprada”, fecha aspas.
Dita assim, é uma generalização com a qual não posso concordar. Mas Seixas escreveu também algo que merece ser repetido. Abre aspas: “Não creio que caiba ao Congresso ou à mídia a apuração de ilegalidades. Cabe à polícia investigar, à mídia divulgar e aos tribunais punir, amparados em leis que o Congresso criou, mesmo que defasadas”, fecha aspas para a citação do ouvinte Luiz Seixas.
Na CPI
Fundos de pensão, bancos, Duda Mendonça: cada vez mais enrolados.
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