Wednesday, 25 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Programa 26
>>O presidente do Conselho de Ética
>>Onde Jefferson começou
>>Reforma política, corolário sensato da crise
>>A TAP e a Varig
>>Danuza, antídoto contra o deslumbramento
>>Argentina começou a ganhar fora do

 

O presidente do Conselho de Ética

 

Volta ao noticiário o presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar.

 

Apesar da posição de destaque, a mídia não forneceu um perfil do deputado. Mencionou-se apenas que ele também é do PTB de Roberto Jefferson. Mais uma demonstração de memória curta da mídia.

 

No ano passado, Izar defendeu a nota em que o comandante do Exército procurou justificar a tortura durante a ditadura militar, e que resultou na demissão de José Viegas do Ministério da Defesa. Em 1999, Izar foi citado pela imprensa no caso do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, aquele do juiz Lalau.

 

Ricardo Izar foi secretário das Administrações Regionais na gestão de Paulo Maluf na prefeitura paulistana. Foi do PL, da Arena, do PDS, do PFL, do PPR, do PPB, do PMDB e do PSDB antes de passar para o PTB, do qual é vice-líder.

 

São itens da biografia do presidente do Conselho de Ética da Câmara, perante o qual o presidente do PTB, Roberto Jefferson, deverá apresentar uma defesa.

 

Onde Jefferson começou

 

Uma curiosidade da trajetória política do advogado criminalista Roberto Jefferson é que ela começou num programa de pseudo-jornalismo da antiga TVS, hoje SBT, O Povo na TV. Cavou aí 83 mil votos para deputado federal, em 1982.

 

Reforma política, corolário sensato da crise

 

Surgiu a oportunidade para se dar início à reforma política, que alguns chamam de mãe de todas as reformas. O Alberto Dines destaca que a mídia não valorizou essa circunstância.

 


Dines:
– Quando o Procurador Geral da República diz alguma coisa, a imprensa deveria parar pensar, sobretudo quando o Procurador Geral chama-se, Cláudio Fonteles. Na última segunda-feira, na solenidade de formatura dos novos procuradores da República, Fonteles disse o seguinte: ‘O Brasil está passando por momentos difíceis? Está. Mas a imprensa hiperavalia isso e faz um manchetismo danado. Isso é da vida, a gente não deve se apavorar.’ A imprensa não deu muita bola, apenas a Folha registrou a frase em parte da sua edição de terça-feira.
Mas o doutor Cláudio Fonteles chama atenção para algo importante. As revelações divulgadas pela imprensa são muito sérias mas os comentários têm sido muito catastrofistas, apocalípticos. É preciso entender que toda crise contém uma oportunidade. Este novo tumulto nos oferece uma chance enorme de moralizar os partidos, combater o fisiologismo e dar mais respeitabilidade ao Legislativo. A imprensa está sabendo produzir boas manchetes mas está ensandescida demais para perceber as oportunidades para resolver velhos problemas.

 

A TAP e a Varig

 

O Jornal do Brasil mostra hoje que a TAP, a salvadora da Varig, não pagou impostos no Brasil entre 1989 e 1999.

 

Uma pergunta que a mídia não faz, nem responde: quantos funcionários por avião tem a Varig? Quantos tem a Gol, por exemplo? Seria possível alguma solução sem cortes dolorosos no quadro de funcionários da Varig?

 

Danuza, antídoto contra o deslumbramento

 

Danuza Leão faz uma intervenção salvadora na Folha de S. Paulo desta quinta-feira, 9 de junho, sobre a nova sede da loja de roupas Daslu. A frase mais engraçada a Danuza é: ‘Hebe Camargo vai enlouquecer’. A mais esclarecedora: ‘É a banalização do luxo, e o luxo precisa dar a impressão de ser menos acessível, mais misterioso, mais exclusivo’.

 

Argentina começou a ganhar fora do campo

 

A mídia brasileira caiu direitinho na esparrela argentina de aparentar humilde antes do jogo com o Brasil. Parecia até que tinha sido combinado com o técnico argentino.

 

A Globo na periferia da Bolívia

 

Ontem à noite a repórter que o Jornal Nacional enviou por terra à Bolívia continuava na fronteira, em Puerto Suarez, vizinha a Corumbá, Mato Grosso do Sul. E o jornal O Globo mantinha a cobertura feita a partir de Buenos Aires. É contenção de despesas ou subestimação da crise boliviana?