Renan volta ao palco
O senador Renan Calheiros volta ao noticiário, depois de quase um mês na sombra.
O Conselho de Ética do Senado julga hoje um pacote de três processos contra ele, e os observadores apostam que pelo menos uma das acusações será aceita.
Tanto que já foi marcada a data, dia 22 deste mês, para ele ser julgado no plenário.
Mas Renan tem grandes chances de ser absolvido.
Longe do noticiário, ele trabalhou nos bastidores, evitou atrapalhar as negociações para a prorrogação da CPMF e juntou argumentos a seu favor.
Hoje, até mesmo representantes da oposição aparecem nos jornais prevendo que ele vai conservar o mandato.
Para a opinião pública sedenta de sangue, resta a frustração.
Dos três principais diários brasileiros, apenas o Estado de S.Paulo dá destaque hoje ao caso Renan Calheiros.
A Folha e o Globo dedicam pouco espaço para o tema, mostrando que o interesse pelos desvios do presidente do Senado ficou em segundo plano.
Comparado ao barulho que foi feito há alguns meses, quando se amontoavam as acusações contra Renan, fica difícil para o leitor entender o atual desinteresse dos jornais.
Se Renan sair ileso da enxurrada de acusações, o leitor terá dificuldades para compreender como foi levado a condenar o senador antes do julgamento.
Mas a questão é: se Renan for absolvido, a Justiça estará sendo feita?
A imprensa não tem o costume de explicar suas contradições, mas o leitor tem o direito de se perguntar: será que fui enganado?
Os números da imprensa
Os números da imprensa
A maioria dos grandes jornais comemora bons resultados econômicos, com fartura de anúncios, principalmente às quintas-feiras e domingos.
Mas as estatísticas mostram que, no longo prazo, a imprensa escrita vem perdendo leitores.
Hoje substituindo o comentarista Alberto Dines, o jornalista Luiz Egypto trata do assunto.
Luiz Egypto:
– No domingo passado (11/11), a Folha de S.Paulo publicou matéria sobre a pesquisa ‘Perfil do Leitor 2007’, um levantamento realizado entre abril e junho com intuito de afinar as percepções da empresa editora do jornal sobre seu público leitor. Ações semelhantes foram produzidas em 1997 e 2000. Agora, quatro meses depois de pronta a pesquisa deste ano, a Folha a divulga em tom de discreta comemoração. ‘Jornal se mantém há 21 anos como o de maior circulação no Brasil’, trombeteia o título principal.
O texto também informa que a circulação média da Folha foi de 307 mil exemplares diários em setembro – 7% maior que a do Globo e 26% superior à do Estadão. A notar que em 1997 e 2000 essas médias diárias eram, pela ordem, de 530 mil e 441 mil exemplares. Já os números gerais de circulação exibidos no site da Associação Nacional de Jornais (http://www.anj.org.br/?q=node/170 ) mostram que de 97 a 2000 houve aumento; de 2001 a 2003, queda. A partir daquele ano, novo incremento nas vendas, batendo na taxa de 6,5% de crescimento em 2006 em relação ao ano anterior. A Folha e seus concorrentes não acompanharam esse movimento: todos os principais diários brasileiros contabilizaram perdas de circulação nesse período.
A lição que sobra é que os chamados ‘jornais de qualidade’ brasileiros ainda precisam recuperar muito terreno para se consolidarem como indispensáveis em meio à atual super-oferta de informação. Investir nas Redações sempre será um bom caminho. A propósito, a Folha informa que ‘91% dos leitores são assinantes, e 9% compram o jornal em banca’.
Para conseguir isso, um bom Departamento Comercial é capaz de mover montanhas. Mas o Comercial não escreve reportagens.
– No domingo passado (11/11), a Folha de S.Paulo publicou matéria sobre a pesquisa ‘Perfil do Leitor 2007’, um levantamento realizado entre abril e junho com intuito de afinar as percepções da empresa editora do jornal sobre seu público leitor. Ações semelhantes foram produzidas em 1997 e 2000. Agora, quatro meses depois de pronta a pesquisa deste ano, a Folha a divulga em tom de discreta comemoração. ‘Jornal se mantém há 21 anos como o de maior circulação no Brasil’, trombeteia o título principal.
O texto também informa que a circulação média da Folha foi de 307 mil exemplares diários em setembro – 7% maior que a do Globo e 26% superior à do Estadão. A notar que em 1997 e 2000 essas médias diárias eram, pela ordem, de 530 mil e 441 mil exemplares. Já os números gerais de circulação exibidos no site da Associação Nacional de Jornais (http://www.anj.org.br/?q=node
A lição que sobra é que os chamados ‘jornais de qualidade’ brasileiros ainda precisam recuperar muito terreno para se consolidarem como indispensáveis em meio à atual super-oferta de informação. Investir nas Redações sempre será um bom caminho. A propósito, a Folha informa que ‘91% dos leitores são assinantes, e 9% compram o jornal em banca’.
Para conseguir isso, um bom Departamento Comercial é capaz de mover montanhas. Mas o Comercial não escreve reportagens.