Velhos amigos
Confirma-se o ativismo do Congresso Nacional. E complica-se a situação de pessoas que há muitos anos acompanham de perto a trajetória do presidente Lula.
Fiel da balança
Cresce entre repórteres de política de Brasília a impressão de que está na hora de se noticiar melhor a luta política dentro do PMDB, que pode ter um papel muito grande na sucessão presidencial. Hoje, na Folha, o colunista Jânio de Freitas aborda o assunto.
Alckmin e Opus Dei
Só hoje, quase uma semana depois, repercute politicamente a reportagem da Época sobre a prelazia católica Opus Dei. Isso decorre da maneira discreta como entrou na edição o governador Geraldo Alckmin. Se o presidente Lula fizesse reuniões doutrinárias com o MST, por exemplo, dava capa.
O Estadão noticia que Alckmin negou em jantar com dirigentes do PSDB ter ligação com a Opus Dei.
Liberdade ameaçada
O Alberto Dines critica o projeto de lei do governo no qual se propõe que jornalistas sejam punidos com prisão por delitos cometidos no exercício da profissão. O projeto foi condenado ontem pela Associação Brasileira de Imprensa.
Dines:
– A temporada política foi re-inaugurada em grande estilo nesta semana. E, para variar, o governo voltou a apontar as baterias para a imprensa. A idéia de punir os jornalistas que divulgarem grampos, legais ou ilegais, é uma reação ao chamado “jornalismo fiteiro”. E o que é o “jornalismo fiteiro”? As redações recebem fitas, grampos ou vídeos e fazem as transcrições sem qualquer investigação paralela. É uma espécie de chantagem, porque muitas vezes os autores do grampo estão querendo extorquir alguma coisa dos grampeados e, quando não conseguem, por vingança, entregam o material à imprensa. O “jornalismo fiteiro” é uma aberração mas isso não dá o direito ao governo de resolver a questão com um decreto.
Questões que têm a ver com a Constituição – e esta é uma delas – só podem ser dirimidas pelo STF. O mais grave é que a idéia partiu do ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, que não tem o direito de ignorar um preceito tão trivial. A prisão de jornalistas por atos cometidos no exercício da profissão já deveria ter sido abolida há muito tempo. Agora, vem o ministro que é também advogado criminalista e esquece que não cabe ao governo interpretar a Constituição. Ela é clara, o direito de informar sobrepõe-se a todos os outros direitos. Se houve abusos no passado, se o sigilo de um processo é quebrado e muitas vezes prejudicando inocentes, não será com um ato autoritário que se resolverá a questão. O governo começou mal o ano político.
Críticas azedas
O repórter João Domingos, da sucursal do Estado de S. Paulo em Brasília, diz que críticas feitas há anos pelo jornalista e professor Bernardo Kucinski, para leitura do presidente Lula, contribuem para azedar o relacionamento entre o presidente da República e a imprensa.
João Domingos:
– Eu disse isso para ele, Bernardo Kucinski, nesta semana – o que ele manda para o presidente Lula é um boletim que vai com uma série de erros de conceito. Chega para o presidente Lula e diz: A imprensa não gosta de você. Ora, o presidente quando pega aquilo já fala: Os caras não gostam de mim. E daí vem toda essa aversão que ele critica, o presidente Lula ter um mau relacionamento.
Não vejo os jornalistas como um bando de idiotas, uns iletrados, um bando de imbecis, como ele fala. É um erro fazer essa generalização, porque ele também critica essa generalização que a imprensa faz com relação ao governo e ao presidente Lula.
Pode-se dizer até que há críticas exageradas ao governo dele atualmente, isso pode ocorrer. Agora, se havia alguém que contava com a simpatia dentro das redações, era o candidato Lula.
Vias de direito
A competição comercial entre jornais no Rio esquentou tanto que foi parar nas instâncias regulatórias da concorrência. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a Secretaria de Direito Econômico foram acionados pelo Dia. A empresa alega que o Infoglobo faz concorrência desleal em classificados articulando jornais, a Globo Online, na internet, e a Agência Globo. A maneira como a TV Globo divulga os outros veículos do grupo também é questionada.
Caso de polícia
O Jornal do Brasil e a Gazeta Mercantil insistem numa campanha difamatória contra o jornalista Lourival Sant´Anna, do Estado de S. Paulo. Explicam hoje que as reportagens não são assinadas porque o jornalista Pimenta Neves, assassino confesso da jornalista Sandra Gomide, sua ex-namorada, está solto. E mencionam ameaças recebidas pela redação do JB por telefone e correio eletrônico.