Seis meses depois de adotar o formato Berliner, entre o tablóide e o jornalão, como o periódico da capital alemã que lhe deu o nome e o parisiense Le Monde – e poucas semanas depois de ter sido escolhido o diário mais bem desenhado do mundo, numa competição com 389 órgãos de 22 países –, o londrino The Guardian foi eleito o jornal do ano no mais importante concurso de imprensa da Grã-Bretanha, o British Press Awards.
Prêmio merecido. O novo formato não afetou o que o jornal tem de melhor: as suas colunas de análise e opinião, e a cobertura política local.
O Guardian investiu na mudança – a mais drástica de sua história de 135 anos – £80 milhões (pouco mais de R$ 300 milhões). A metamorfose reverteu a tendência de queda da circulação do respeitado jornal de centro-esquerda. As suas vendas estão na casa dos 400 mil exemplares, beirando os 500 mil aos sábados. Aos domingos, circula o seu irmão Observer.
No ano passado, antes do Guardian, o Independent e o Times se tabloidizaram – o último, segundo os críticos, em mais de um sentido. Hoje em dia, na Grã-Bretanha, sobrevivem apenas dois broadsheet dailies, como chamam ali os jornalões: o Daily Telegraph (que, se fechar, muita falta não fará) e o Financial Times (para este leitor, o melhor do mundo no gênero).