Quando o leitor abre o jornal, espera encontrar notícias bem escritas, com texto correto, conciso e preciso. O conteúdo deve ser o mais completo possível. Texto com informação incompleta pode deixar o leitor irritado. Foi o que ocorreu na terça-feira passada, 29/9, quando um assinante entrou em contato com a ouvidoria criticando a falta de uma informação, que ele considerava relevante. “O texto informa que, além do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), são 63 prefeitos que se filiaram, mas não diz quais são os municípios e nem os (nomes dos) prefeitos”, reclamou. O leitor se referia à matéria “Ao lado de Camilo e aliados, RC se filia ao PDT de olho em 2016”, da editoria Política.
De fato, a falta dos nomes dos municípios e, especialmente, dos prefeitos deixa a informação incompleta. Sem elas, o leitor não consegue fazer uma radiografia do partido no Estado e nem é capaz de elaborar uma boa síntese. Não foi a única vez, durante a semana passada, que uma informação ficou pendente no O POVO. Na edição do mesmo dia, a matéria “PF prende 26 pessoas por tráfico internacional”, editoria Cotidiano, informava que a operação da Polícia Federal havia sido desencadeada em 19 municípios cearenses, mas só citava cinco deles. É o tipo de dado que faz falta. É lógico que o leitor quer saber se o fato aconteceu próximo dele ou não.
Enviei para a Redação um pedido de explicação para a falta de informação nos dois casos. Sobre o nome dos prefeitos, o editor-executivo do Núcleo de Conjuntura, Guálter George, explicou que, durante a filiação, “inexistia, pelo que sabemos, uma relação disponível de nomes de novos filiados”. Por sua vez, Érico Firmo, editor-executivo de Cotidiano, justificou assim a falta de informação na matéria sobre a Operação Cardume: “A Polícia Federal só divulgou a lista dos municípios nos quais houve prisões. Os demais municípios, no Ceará ou em outros estados, não foram informados”.
Sei das dificuldades de conseguir informações em coberturas de grande movimentação, como foi a filiação dos prefeitos cearenses ao PDT ou das operações da PF, mas não justifica que o conteúdo fique incompleto. As matérias sequer informam de tentativas para buscar as listas não divulgadas nos dois eventos. Uma suíte (matéria que dá sequência ao assunto), no dia seguinte, poderia tentar conseguir os dados inexistentes na primeira versão.
FALTOU A CHAMADA
Na terça-feira passada, 29/9, leitor ligou para a ouvidoria reclamando da falta de chamada para uma matéria que estava publicada na página 13, Mundo. O texto abordava o discurso da presidente Dilma Rousseff, na abertura da 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York. “Dilma é presidente do Brasil, foi falar na ONU e não tem nenhuma chamada (na capa) e nem foto”, disse. Também se mostrou incomodado com a qualidade da imagem da página interna, que não tinha a presidente como foco central.
A queixa do leitor tem sua razão de ser. Naquele dia, O POVO trouxe cobertura com um texto principal de análise e mais duas notas coordenadas sobre a abertura da reunião na ONU. No entanto, nenhuma menção havia na capa que chamasse para o material publicado. Foi um equívoco não atentar para a importância da assembleia que estava se iniciando em meio à crise de refugiados causada pelo conflito no Oriente Médio. Além disso, a escolha da imagem que ilustrava a matéria principal não foi das melhores – mostrava mais o ambiente do que a presidente do Brasil. Sobre o assunto, a Redação não se pronunciou.
MANCHETE ERRADA
No último sábado de setembro (26/9), O POVO publicou a manchete: “Ceará é o segundo estado que mais gera emprego no País”. O texto estava em Economia e tinha como fonte dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Só que a informação estava errada. No dia seguinte, 30/9, foi publicada uma matéria com a informação correta: o Estado ocupa a quinta posição no ranking. Foi uma forma tímida de correção, posto que a retificação só aparecia no segundo parágrafo. Em casos assim, o melhor é ser o mais direto e claro possível.
A correção da manchete integra os 17 reparos publicados na seção “Erramos” em setembro (ver gráfico). O levantamento é feito, mensalmente, pelo Banco de Dados do O POVO. De acordo com “Guia de Redação e Estilo” do jornal, na seção “devem ser privilegiados os erros de informação, créditos, fotos e erros graves de português cometidos em títulos e resumos de matérias”. Também presto contas do número de atendimentos ao leitor no mês passado.