Em silêncio, semblante cerrado, mãos cruzadas, com cabelos grisalhos disfarçando seus 75 anos e um grosso sobretudo marrom para proteger do frio portenho de 13 graus, cercado de cadeiras vazias, Miguel Ángel Furci parecia ainda mais só e desamparado na pequena sala do Tribunal Oral Federal 1, no final da tarde de quinta-feira 26, em […]
anos de chumbo
Na ditadura, não precisávamos pensar sobre questões complexas, não havia a necessidade de se discutir os direitos das minorias, direitos humanos e muito menos novos formatos de família. Vivíamos num oásis paradisíaco, sem conflitos sociais.
Coletânea reúne contos de 18 autores, escritos na época da ditadura militar ou por escritores que tiveram as suas vidas afetadas de alguma forma pelos acontecimentos daquele período.
A história que Daniela Arbex começou a contar em 2002 se encerra com o livro “Cova 312 – A longa jornada de uma repórter para descobrir o destino de um guerrilheiro, derrubar uma farsa e mudar um capítulo da história do Brasil” (Geração Editorial).
"A Memória de Todos Nós" (Record), novo livro do jornalista Eric Nepomuceno, é uma obra oportuna no momento em que manifestantes, ainda em número pequeno, pedem a volta da ditadura militar e alguns historiadores amenizam a tragédia que foi o regime instaurado em 1964 no Brasil do ponto de vista dos direitos humanos.
Entre 1889 a 1964, período entre a Proclamação da República e o Golpe de 64, ocorreram no Brasil 12 motins, sobre os quais a imprensa sempre se posicionou. Mas sua participação na década de 1960 foi além do posicionamento: pela primeira vez ela conspirou.
Enfim, uma boa notícia neste pântano de informações desalentadas que fazem cada vez mais opressivo o cotidiano dos brasileiros: nenhum quartel, nenhum general ousou comemorar a tragédia de 31 de março de 1964, o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart e implantou a ditadura militar há 51 anos. O silêncio não foi produto […]