Na terça-feira, 18 de setembro, a Civil, um novo empreendimento americano para financiar jornalismo de interesse público, iniciou o processo de levantamento de fundos através da venda de tokens digitais. Mantida por uma fundação de mesmo nome, a Civil se compromete que todos os recursos arrecadados serão investidos em novas redações independentes. A principal diferença da Civil para as já tradicionais vaquinhas da internet é que ela se apoia na tecnologia blockchain, projetada para criar fontes de informação descentralizada. A tecnologia blockchain permite que qualquer pessoa crie e distribua conteúdo livremente e que não possa ser facilmente censurado.
Segundo a especialista em mídias digitais americana Amy Webb, “plataformas descentralizadas de notícias e informações darão mais controle aos editores e afastarão a estrutura de poder dos operadores de plataformas [como Google ou Facebook], que controlam ou limitam a distribuição e a remuneração. Pense nessa tendência como uma nova maneira de construir confiança em torno de informações críticas”. Durante sua palestra na conferência ONA18, em Austin, na semana passada, quando lançou seu novo relatório sobre tendências digitais para o jornalismo, Webb se disse entusiasmada com a Civil.
A fim de zelar pela governança do processo, a Civil tem uma constituição e também um conselho que conta com a participação, entre outros, de Emily Bell, professora da Escola de Jornalismo da Universidade Columbia, e Sue Gardner, ex-diretora executiva da Fundação Wikimedia. Por trás da Civil está um time liderado pelo jornalista Maththew Iles e pela executiva Vivian Schiller, ex-presidente da NPR.