Publicado originalmente na Revista de Jornalismo ESPM
A eleição de Jair Bolsonaro veio acompanhada da promessa de mudanças na relação do governo com o campo da mídia. A campanha eleitoral, no segundo semestre de 2018, e os primeiros meses de governo deram indicações de que há uma reconfiguração em andamento. A nova situação política afeta as relações de poder e a influência dos grupos de comunicação tradicionais e, não menos importante, coloca em posição de destaque a chamada nova mídia. Lives no Facebook, postagens no Twitter e mensagens no WhatsApp ocuparam, pela primeira vez no Brasil, um lugar relevante na disputa política e no concorrido mercado de produção de conteúdo noticioso.
Não é a primeira vez, em tempos recentes, que uma expectativa de mudança na correlação de forças no campo da mídia é alimentada. Em 2002, por exemplo, a eleição de Lula estimulou muitas especulações a respeito, mas o próprio se encarregou de dissipar a onda assim que o resultado das urnas foi anunciado. Ainda no domingo, 27 de outubro, o presidente eleito falou com exclusividade ao Fantástico e, no dia seguinte, novamente privilegiou a Globo ao se sentar na bancada do Jornal Nacional e ali permanecer por mais de uma hora, durante toda a duração do telejornal.
Bolsonaro tem dado sinais de que pretende, de fato, promover alterações na sua relação com as emissoras de TV. Ressalvo, porém, que ainda é cedo para afirmar se essa intenção declarada resultará em mudanças efetivas no médio e longo prazos. Alguns fatos significativos ocorridos entre outubro de 2018 e março de 2019 sugerem traços de um novo desenho no campo da comunicação. Vou tentar descrevê-los e analisá-los em seguida.
Período eleitoral (setembro/outubro)
O quadro começou a se desenhar ainda no primeiro turno da eleição presidencial. Na quinta-feira, 4 de outubro, três dias antes da votação, a Record exibiu uma entrevista com Bolsonaro no mesmo instante em que a Globo apresentava o último debate eleitoral. Na véspera, um médico de Bolsonaro havia informado que o candidato não poderia comparecer ao debate, uma vez que ainda se recuperava do atentado a faca que havia sofrido em Juiz de Fora, em 6 de setembro.
A entrevista foi gravada durante o dia, na casa de Bolsonaro. Além do repórter Eduardo Ribeiro, que fez as perguntas, o então vice-presidente de jornalismo da Record, Douglas Tavolaro, foi fotografado no local, acompanhando a gravação. Quatro dias antes, o bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal e proprietário da Record, havia declarado publicamente, nas redes sociais, apoio à candidatura de Bolsonaro.
O mais grave desse episódio, na minha opinião, foi a decisão da Record de exibir a entrevista no mesmo instante em que a Globo mostrava o debate. Como escrevi na época¹, pensando no interesse público, faria muito mais sentido que essa entrevista fosse exibida em horário que não coincidisse com o debate, dando a oportunidade aos espectadores de assistirem, se quisessem, aos dois eventos.
As campanhas de Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) cogitaram recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para impedir que a Record transmitisse a entrevista. Ciro e Alckmin, porém, desistiram de tomar essa iniciativa. O PT seguiu em frente, mas o TSE negou liminar ao partido.
Bolsonaro teve a oportunidade de falar abertamente sobre as suas ideias e projetos, além de atacar os adversários, sem ser contestado em momento algum pelo entrevistador. Perguntas abertas e sem foco permitiram que o candidato discursasse livremente. Em boa parte dos 27 minutos, o Jornal da Record pareceu o horário da propaganda eleitoral gratuita que Bolsonaro não teve durante a campanha (tinha direito a apenas 10 segundos por programa).
A Record não foi a única a conseguir falar com o candidato nesse período pós-internação hospitalar por causa do atentado. Dias antes, José Luiz Datena (Band) e Boris Casoy (RedeTV!) entrevistaram Bolsonaro no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Os dois profissionais foram educados e respeitosos com o candidato, como seria de esperar, mas levantaram questões mais complexas e replicaram respostas de Bolsonaro, o que não se viu na entrevista dada à Record.
Essa ajuda da Record a um candidato presidencial pode ser comparada à famigerada edição do último debate entre Collor e Lula em 1989, exibida no Jornal Nacional dois dias antes do segundo turno da eleição. O favorecimento ao então candidato do PRN, determinado pelo dono da emissora, foi reconhecido 22 anos depois, no documentário Roberto Marinho – O senhor do seu tempo (2011), de Rozane Braga. “Nós erramos. Erramos com a intenção de acertar”, disse João Roberto Marinho.²
Em recuperação médica, Bolsonaro cancelou a participação em todos os debates presidenciais previamente programados para o segundo turno. Foi a primeira vez, desde a volta de eleições diretas em 1989, que não houve debate presidencial no segundo turno (em 1994 e 98, a eleição foi decidida no primeiro turno).³ E Bolsonaro e Haddad chegaram às urnas sem jamais terem se enfrentado em um debate – no primeiro turno, dos sete encontros do gênero, o candidato do PSL esteve nos dois primeiros e o candidato do PT nos quatro últimos.
A desistência de Bolsonaro de participar do último debate, na Globo, foi marcada por uma ironia. Ao oficializar o cancelamento, em 22 de outubro, a campanha enviou à emissora uma nota de seu médico acompanhada de uma reportagem exibida pela Record, um dia antes, na qual era descrito o quadro de saúde do candidato.
Campanhas eleitorais sempre geram reclamações de candidatos contra a mídia. É uma tradição. Mas o tom do ataque do PT à Record foi muito acima da média. Em sabatina no jornal O Globo em 23 de outubro, Haddad disse a respeito de Edir Macedo: “Um cara usar uma concessão de TV para fazer campanha aberta a um candidato. Nunca vi isso acontecer no Brasil. E ainda fazer do púlpito das igrejas lugar de comício para difamar o adversário. Falar de coisa que nunca existiu, que nunca aconteceu”. Ainda no primeiro turno, o candidato do PT havia afirmado que a candidatura de Jair Bolsonaro “é o casamento do neoliberalismo desalmado, representado pelo Paulo Guedes, que corta direitos trabalhistas e sociais, com o fundamentalismo charlatão do Edir Macedo”. Em resposta, na ocasião, a Igreja Universal afirmou que iria processar Haddad.
Em 25 de outubro, a três dias do segundo turno, a Record divulgou uma longa nota, na qual rebateu as diferentes críticas recebidas durante a campanha. Classificou os comentários de Haddad como “declarações caluniosas, falsas e preconceituosas”. Sobre a entrevista com Bolsonaro exibida no dia do último debate no primeiro turno, disse se tratar de “uma estratégia do mercado de televisão que visa transmitir ao telespectador informações em primeira mão com agilidade”. E sobre o apoio de Macedo ao candidato, a Record afirmou: “Um direito individual garantido pela Constituição e já exercido por ele em eleições anteriores. A decisão em nada influencia as posições da emissora, que tem um jornalismo premiado internacionalmente e reconhecido pelo público e anunciantes. Não aceitamos os ataques covardes à nossa conduta pautada numa só direção: jornalismo imparcial a serviço dos brasileiros”.
Entre o atentado a faca e a eleição, a Globo falou com Bolsonaro apenas uma vez, de forma breve e improvisada, dentro do avião que o levou de São Paulo ao Rio após a alta hospitalar. Contra a pressão da militância petista, que pediu à emissora para entrevistar Haddad no horário destinado ao debate, a Globo ateve-se ao que havia sido combinado originalmente: “Na reunião de elaboração das regras do evento foi acertado com as assessorias dos candidatos que, se Jair Bolsonaro não pudesse comparecer por razões de saúde, o debate não seria substituído por entrevistas”.
Transição (novembro/dezembro)
Original, a liturgia bolsonariana após a confirmação da vitória nas urnas diz muito sobre a visão que o hoje presidente tem do campo da comunicação. Trinta minutos depois da divulgação dos resultados oficiais, em 28 de outubro, Bolsonaro surgiu ao vivo, em uma conexão transmitida em seu perfil oficial no Facebook, no qual tem mais de 9 milhões de seguidores. Cerca de 300 mil pessoas o acompanharam ao vivo, por cerca de oito minutos. Uma hora após a live, o vídeo acumulava 2 milhões de reproduções e mais de 350 mil comentários.
A comunicação não ocorreu na sede do seu partido ou em um hotel, como costumam fazer políticos nessa situação. Bolsonaro permaneceu em casa. Ao lado da mulher, Michelle, e de uma intérprete de libras, ele iniciou a transmissão dizendo: “Quero agradecer a Deus pela oportunidade”. E explicou a razão de estar fazendo uma comunicação direta: “Esse primeiro contato meu, via live, deve-se ao respeito, à consideração e à confiança que tenho no povo brasileiro. Só cheguei aqui porque vocês, internautas, povo brasileiro, acreditaram em mim”.
Um pouco depois dessa live, Bolsonaro foi à frente de casa e leu um discurso para todas as emissoras de televisão reunidas em pool. Um repórter da Globo, Paulo Renato Soares, foi escalado para representar o conjunto da mídia. Enquanto o presidente eleito falava, uma equipe da Record registrava imagens exclusivas, dentro de sua casa, de bastidores.
No dia seguinte, Bolsonaro apareceu nas cinco principais emissoras de TV aberta do país em pouco menos de duas horas. No total, falou por cerca de 90 minutos em conversas ao vivo com a Record (33 minutos), SBT (8) e Globo (12), e gravadas com Band (28) e RedeTV! (7). Foi o início da guerra declarada a setores da mídia.
A Record não foi apenas a que teve direito a mais tempo. Teve o privilégio de ser a primeira a falar com Bolsonaro e foi a única a receber elogios do presidente eleito. “Parabéns pela votação e obrigado por me receber mais uma vez. Boa noite, presidente”, disse o repórter Eduardo Ribeiro. “Boa noite. Eu que agradeço o jornalismo isento da Record”, respondeu. Na conversa, Bolsonaro falou da intenção de “privatizar ou extinguir” a TV Brasil, “uma TV que tem traço de audiência” – um plano que, aparentemente, foi revisto.
Já a entrevista à Globo teve como um de seus assuntos principais a Folha. Por dois minutos, Bolsonaro e William Bonner falaram sobre o jornal. O apresentador do Jornal Nacional quis saber: “O senhor vai continuar defendendo a liberdade da imprensa e a liberdade do cidadão de escolher o que ele quiser ler, ver ou ouvir?”. O presidente eleito disse: “Sou totalmente favorável à liberdade de imprensa. Temos a questão da propaganda oficial do governo, que é outra coisa”.
Disse, então, que precisava fazer justiça a uma funcionária do seu gabinete apontada pela Folha como funcionária fantasma em uma reportagem. “Não quero que ela [a Folha de S.Paulo] acabe, mas no que depender de mim, na propaganda oficial do governo, imprensa que se comportar dessa maneira, mentindo descaradamente, não terá apoio do governo federal”, disse. Bonner insistiu: “Então, o senhor não quer que esse jornal acabe? O senhor está deixando isso claro agora”. A questão deu oportunidade para um novo ataque de Bolsonaro: “Por si só, esse jornal se acabou”. E acusou a Folha de ter divulgado fake news contra ele durante a campanha eleitoral.
De improviso, Bonner disse que, apesar de críticas que considera injustas feitas pela Folha ao JN, respeita o jornal. “A Folha é um jornal sério, é um jornal que cumpre um papel importantíssimo na democracia brasileira. É um papel que a imprensa profissional brasileira desempenha e a Folha faz parte desse grupo”. No mesmo dia, a Folha respondeu às críticas e acusações de Bolsonaro, mostrou que o presidente eleito havia se enganado em relação à reportagem sobre a sua funcionária e registrou que os comentários feitos no JN intensificaram um movimento espontâneo nas redes sociais para que as pessoas assinassem o jornal.
O mês de novembro foi marcado por declarações explícitas de apoio a Bolsonaro de Silvio Santos, dono do SBT, e de Marcelo de Carvalho, sócio e vice-presidente da RedeTV!. O primeiro conversou com o presidente eleito por telefone, ao vivo, durante o evento beneficente Teleton. De improviso, após festejar a escolha de Sergio Moro para ministro da Justiça, Silvio disse: “O Brasil vai ter dezesseis anos de homens com vontade de fazer o Brasil caminhar. Pode ser que isso não aconteça, mas se depender, eu não vou viver até lá, é claro, mas se depender da minha vontade e das pessoas que querem um Brasil pra frente, oito anos com Bolsonaro e oito anos com Moro. Vai ter dezesseis anos de um bom caminho. Peço a Deus que isso se realize”.
Entre outubro e dezembro, a Record fez cinco entrevistas exclusivas com Bolsonaro. A emissora teve ainda o privilégio de ser a única a exibir uma entrevista com a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. E, em mais de uma ocasião, teve acesso a imagens de Bolsonaro na intimidade, seja em sua casa, seja no hospital, fazendo exames. Depois da Record, a emissora que mais teve acesso a ele foi a Band, com direito a três entrevistas. A RedeTV! conseguiu entrevistar Bolsonaro duas vezes no período. Globo e SBT exibiram apenas uma exclusiva com Bolsonaro, mas Silvio Santos também falou ao vivo com ele no Teleton.
No poder (janeiro a março)
Os primeiros meses do governo Bolsonaro se mostraram extremamente confusos no que diz respeito a suas relações com a mídia. O presidente reduziu o recurso a lives no Facebook, mas intensificou o uso do Twitter, fazendo anúncios oficiais, respondendo a seguidores e batendo boca com adversários e, até, com aliados. Esse início de governo foi marcado, também, por dois episódios que explicitaram a nova configuração do campo – com a Record no papel de emissora aliada e a Globo como “inimiga”.
Num domingo, 20 de janeiro, o senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) escolheu o programa Domingo Espetacular, da Record, para responder a duas denúncias divulgadas pelo Jornal Nacional nas edições de sexta (18) e sábado (19). O telejornal da Globo havia levantado novas informações sobre movimentações financeiras suspeitas do senador. De forma inédita, na mesma noite em que foi ao ar a entrevista à Record, ela mereceu reparos da Globo, no Fantástico. A apresentadora Ana Paula Araújo observou que o programa concorrente deixou de fazer duas perguntas a Flavio Bolsonaro que poderiam ter esclarecido melhor o que foi dito. E, com alguma ironia, registrou que o senador não respondeu a uma questão essencial porque não foi questionado a respeito. A Record não comentou o episódio. O repórter Lucio Sturm, questionado por mim, disse que teve liberdade para perguntar o que quisesse a Flavio Bolsonaro.
Um fato de certa forma cômico, que mostra a confiança de Bolsonaro na Record, ocorreu em 23 de janeiro. O presidente viajou a Davos, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial. Foi o seu primeiro evento internacional desde a posse. Uma entrevista coletiva a jornalistas do mundo inteiro havia sido agendada, mas foi cancelada 40 minutos antes de ocorrer. Assessores deram justificativas diferentes para o cancelamento. À noite, Bolsonaro deu uma entrevista à Record, em Davos, para explicar por que cancelou a entrevista coletiva. Justificou que foi por “recomendação médica”, para “chegar descansado” a São Paulo, alguns dias depois. Em 28 de janeiro, o presidente se submeteu a uma cirurgia para retirada da bolsa de colostomia que usou desde que havia sido esfaqueado.
Em fevereiro, a revista Veja divulgou áudios de mensagens enviadas pelo presidente Bolsonaro ao então ministro Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral de governo. Em um deles, o presidente ordena que o assessor cancele uma reunião agendada com Paulo Tonet Camargo, vice-presidente de relações institucionais do Grupo Globo. “Gustavo, o que eu acho desse cara da Globo dentro do Palácio do Planalto? Eu não quero ele aí dentro. Qual a mensagem que vai dar para as outras emissoras? Que nós estamos se [sic] aproximando da Globo. Então não dá para ter esse tipo de relacionamento. Agora… Inimigo passivo, sim. Mas trazer o inimigo para dentro de casa é outra história”. Além de explicitar a visão que tem da Globo (um “inimigo”), a preocupação com o que vão pensar as outras emissoras sugere haver algum tipo de compromisso do presidente com elas.
Dois fatos novos, surgidos nesses primeiros meses de governo, merecem registro pelas possíveis repercussões que poderão ter no campo da mídia no decorrer do governo Bolsonaro. A Folha noticiou, em 8 de janeiro, que o governo tem pronto um projeto de lei destinado a proibir um instrumento de negociação comercial que, segundo críticos, garante o domínio da Rede Globo no mercado publicitário de TV aberta no Brasil. É o chamado “BV”, ou bonificação por volume, uma comissão que os veículos de comunicação dão para as agências que os escolhem como destinatários da verba de publicidade.
Em 15 de janeiro, o empresário Rubens Menin e o jornalista Douglas Tavolaro, até então vice-presidente da Record, anunciaram a criação da CNN Brasil, um canal de notícias 24 horas, para a TV paga, com marca licenciada pelo canal CNN Internacional. Com previsão de entrar em operação no segundo semestre, o empreendimento deve contar com 400 profissionais. Três dias depois do anúncio, os sócios foram recebidos no Planalto por Bolsonaro e seu filho Eduardo, que é deputado federal. O licenciamento inclui uma série de compromissos, mas a linha editorial do canal brasileiro é totalmente independente do americano.
Uma consideração final
O panorama traçado aqui buscou reunir uma série de fatos e também de indícios que apontam para uma mudança significativa nas relações do governo federal com algumas das principais empresas de comunicação do país. O que se viu até o momento é inédito no Brasil. Pela primeira vez desde a redemocratização, em 1985, um governo se refere à Globo como “inimiga” e afaga de forma tão explícita um concorrente. Não ouso, porém, especular sobre os próximos capítulos dessa história e muito menos sobre as consequências desse redesenho.
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¹Record ajuda Bolsonaro ao exibir entrevista na hora do debate da Globo, 5 de outubro de 2018, blog do Mauricio Stycer, no UOL.
²Segundo o depoimento de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, Boni, a percepção na Globo é que Collor havia vencido o debate contra Lula, mas Roberto Marinho entendeu que a primeira edição do encontro, exibida no Jornal Hoje, não expressava isso. “E mandou reeditar esse debate.” No documentário, Boni cita Armando Nogueira (1927-2010), então diretor de jornalismo, que teria dito: “Collor ganhou o debate por 3 a 2. O doutor Roberto mandou editar de 3 a 0.”
³FHC (1998), Lula (2006) e Dilma (2014) faltaram a debates no primeiro turno.
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Mauricio Stycer é jornalista, crítico de TV do UOL, colunista da Folha. Autor de Topa Tudo por dinheiro – As muitas faces do empresário Silvio Santos (Todavia), Adeus, controle remoto – Uma crônica do fim da TV como a conhecemos (Arquipélago) e História do Lance! – Projeto e prática de jornalismo esportivo (Alameda).