Friday, 15 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

A forte presença da religião

O tempo de programação religiosa exibida pela TV aberta no Brasil chega a 140 horas semanais. A Rede TV lidera com 27%, ou 46 horas semanais de sua programação destinada a esse gênero, seguida pela Record, de propriedade do fundador de uma seita evangélica, com 32 horas semanais, e pela Band com 31 horas. O gênero é o que ocupa o maior espaço nas grades com 13,55% do tempo médio. Esta semana a Globo fez uma cobertura expressiva da visita do papa ao Brasil, a Igreja Católica conta com diversas emissoras, como a Rede Vida e a TV Canção Nova. As TVs encontram uma forma de obter vultuosos lucros.

Fortemente influenciado pelo catolicismo trazido pela invasão mercantilista portuguesa e distante da educação o Brasil sempre fora repleto de misticismos, de profetas como Antônio Conselheiro e o padre Cícero, muito prestígio dos padres católicos e agora dos líderes das seitas evangélicas. Esses últimos lideram a presença em grandes canais de TV aberta do país. Com TVs próprias e horários comprados, difundem formas de conseguir prosperidade e fazem mercado de milagres.

A religião oferece o consolo diante da transitoriedade e fragilidade do corpo humano possuidor de raciocínio, com sua autodestrutividade fraqueza diante da natureza. No Brasil, a religião é diretamente ligada ao domínio político de oligarquias e agora tem bancadas e partidos dos líderes das seitas evangélicas fazendo parte do status quo. Pouca educação é a grande mazela social do país. As pessoas querem curas, alívios para os tormentos internos e enfrentar a miséria. Sem compreender tudo isso, ficam entregues aos preceitos religiosos.

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Luiz Rodrigues é jornalista e estudante de Direito, Caicó, RN