A TV brasileira começou com a Tupi e Assis Chateaubriand para terminar com a Globo e Roberto Marinho. Hoje o que se vê são formatos de programas comprados dos Estados Unidos e da Europa (que tem a TV mais chata do mundo), como se um livro pudesse ser feito a partir da capa.
Enquanto o Fantástico, de melhores épocas, surgiu de uma ideia do Boni-pai, agora todo tipo de atração, antes na maioria criada aqui, passou a ser importada, como o famigerado Big Brother, ou o atual Superstar, enquanto as novelas perdem audiência para suas precursoras mexicanas e até colombianas do SBT.
As direções e produções da TV nacional não acreditam mais no seu próprio taco ante a perda de audiência para as TVs a cabo à base de enlatados estrangeiros. E agora a internet. Quase todo novo programa, inclusive jornalístico, importa formatos e até conteúdo.
Ainda assim, a TV continua o principal meio de comunicação do país. E aí está o x da questão. A TV aberta é o meio de formação e informação de 90% do país. O meio que mais influencia e determina as eleições. E ao mesmo tempo o meio que mais critica a democracia porque a vê, junto com o governo, como invasor e ladrão de seus caríssimos espaços comerciais.
Resultado: Barack Obama ou Berlusconi ganhariam fácil a próxima eleição para presidente do Brasil hoje.
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Zulcy Borges de Souza é jornalista