Com objetivo de ampliar a capacidade criativa e o foco na produção de conteúdo para diferentes plataformas, a Globo anunciou ontem seu novo modelo de gestão da divisão de entretenimento. No lugar de uma única diretoria de entretenimento, como existia até agora, serão três áreas, com gestão descentralizada: dramaturgia diária, dramaturgia semanal e variedades.
“Como nossa principal vocação é contar histórias, estamos colocando o conteúdo em primeiro plano, apoiado por nossos talentos e pela enorme capacidade de produção do Projac”, afirmou Carlos Henrique Schroder, diretor-geral da Globo por meio de nota.
No texto, ele explica que a mudança foi definida a partir da decisão do diretor geral de Entretenimento, Manoel Martins, de aposentar-se. Há 37 anos na empresa, Martins foi um dos responsáveis pela consolidação do Projac como a maior produtora da América Latina. Comandava a área de entretenimento desde 2008.
“Manoel nos deixa o legado de uma produção eficiente e altamente qualificada de 2,5 mil horas anuais, reconhecida e premiada no mundo todo”, informou Schroder, observando que a aposentadoria planejada de Martins ajudou na transição.
Aposta em conteúdo
Na nova estrutura, a dramaturgia diária será liderada por Sílvio de Abreu; a dramaturgia semanal, por Guel Arraes; e variedades, ficará com Boninho, que cuidará de programas diários e ‘realities’. Ricardo Waddington é o responsável por noites e fins de semana. As áreas de entretenimento serão apoiadas pelas diretorias de produção, liderada por Eduardo Figueira, e desenvolvimento artístico, por Monica Albuquerque.
O desenho procurou fortalecer a criatividade. Para cada área, haverá um fórum de debates, que mobilizará atores, roteiristas e diretores que estejam fora do ar para desenvolver novos projetos. “O modelo é uma evolução artística, tudo fica mais participativo ainda, é como um coletivo criativo preparando a Globo para o futuro”, diz Boninho, na nota.
A aposta em conteúdo se junta a outras iniciativas implementadas pela atual gestão, como a mudança da marca, a produção para outras plataformas e o investimento em novos formatos e linguagens.
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Renata Batista, do Valor Econômico