Sunday, 17 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Bento 16 critica ‘vida paralela’ na internet


Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 25 de janeiro de 2011


INTERNET


Papa critica ‘vida paralela’ na internet


O papa Bento 16 exortou os católicos presentes nas redes sociais a usarem a internet com responsabilidade e não cederem à ‘ilusão’ de construir perfis públicos artificiais. Ele elogiou o potencial das redes, mas advertiu para os riscos de uma ‘existência paralela’ no ciberespaço.


Bento 16 falou sobre a internet em sua mensagem anual do Dia Mundial das Comunicações, que a Igreja Católica celebra em 5 de junho.


O texto do papa não cita nominalmente nenhuma das redes sociais mais conhecidas, como Facebook ou Twitter, mas faz referências a jargões do mundo virtual, como ‘perfis’ e ‘compartilhar’.


‘O contato virtual não pode nem deve substituir o contato humano direto com as pessoas’, afirma o pontífice.


De acordo com ele, as novas mídias possibilitam a ‘busca autêntica de encontro pessoal com o outro’, mas requerem uma ‘reflexão séria acerca do sentido da comunicação na era digital’.


PRESENÇA NA WEB


Não é a primeira vez que Bento 16 menciona o que a igreja considera perigos da internet -em manifestações anteriores, ele já dissera que a rede pode potencializar a solidão e a desorientação entre os usuários mais jovens.


Ao mesmo tempo, o papa, que tem 83 anos e escreve os seus discursos à mão, tem procurado intensificar a presença do Vaticano na web por meio de sites como o www.pope2you.net, um canal do YouTube e aplicativos para iPods e iPhones.


Em 2009, a Santa Sé sofreu fortes críticas por anular a excomunhão do bispo inglês Richard Williamson, conhecido por negar o Holocausto. Naquela ocasião, o Vaticano se viu forçado a admitir que teria tido conhecimento das denúncias se soubesse usar melhor a internet.


MANUAL DE ESTILO


O papa também pediu aos blogueiros católicos que se portem com respeito em suas interações on-line e não tenham como meta obter o máximo de audiência possível. ‘A proclamação do Evangelho requer um tipo de comunicação ao mesmo tempo respeitoso e sensível’, disse.


Embora Bento 16, de novo, não tenha citado nomes, o presidente do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais, d. Claudio Celli, admitiu que a mensagem se aplica a blogs e sites católicos de linha mais conservadora que criticam com veemência algumas políticas do Vaticano.


Celli confirmou que o conselho trabalha em um manual com normas de estilo e recomendações de comportamento para católicos on-line. Ele afirmou, ainda, que o Vaticano tem planos de lançar na Páscoa, em abril, um novo portal multimídia -de início, só em inglês e italiano, com outros idiomas acrescentados posteriormente.


 


 


Presidente do Google pode vender parte de suas ações


DE SÃO PAULO – Um registro na SEC (a CVM dos EUA) mostra que o presidente-executivo da empresa, Eric Schmidt, estabeleceu um plano que lhe permite vender ações da companhia no próximo ano, no valor de cerca de US$ 334 milhões.


Segundo o registro, a venda seria parte de uma ‘estratégia de longo prazo para diversificação de ativos individuais e liquidez’. Ele já vendeu ações da empresa antes, em 2004.


A quantia representa 5% das ações da companhia que ele possui. Com a venda, a participação de Schmidt no capital do Google pode ser reduzida de 2,9% para 2,7%.


 


 


Após cobiçar Groupon, Google quer serviço próprio de compra coletiva


Depois de uma tentativa frustrada de comprar o Groupon, site pioneiro no mercado de compras coletivas, o Google resolveu lançando o seu próprio serviço, o Google Offers.


O Offers está em fase de testes em algumas cidades americanas e opera no mesmo sistema do concorrente: ofertas de produtos e serviços locais enviadas diariamente por e-mail.


A notícia foi confirmada pelo Google, depois de ter sido revelada pelo blog Mashable, especializado em notícias sobre mídias sociais.


‘O Google está em contato com pequenas empresas em busca de apoio e participação para o teste de um programa de cupons de descontos pré-pagos’, disse a empresa, por meio de um comunicado.


O Google não deu mais detalhes e disse apenas que a iniciativa é parte de um ‘esforço contínuo da empresa para oferecer novos produtos’.


Segundo o Mashable, que teve acesso a um documento interno do Google descrevendo o novo serviço, a companhia já tem um time de redatores para escrever os e-mails com as ofertas.


O Google pretende pagar 80% do valor a ser repassado para as empresas que aderirem ao serviço em até três dias. O restante ficará guardado por mais 60 dias para eventuais pedidos de devolução, quando então o valor restante será repassado às empresas.


No fim do ano passado, o Google ofereceu quase US$ 6 bilhões pelo Groupon, mas a oferta foi rejeitada.


O site de compras coletivas está se preparando para levantar US$ 15 bilhões em uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).


O Groupon faturou cerca de US$ 2 bilhões no ano passado, está presente no Brasil e tem como principal concorrente o Peixe Urbano.


 


 


Usuário de rede de relacionamento é mais engajado em grupos sociais


Os usuários de internet e de redes sociais estão mais envolvidos em grupos de trabalho voluntário ou organizações coletivas do que a média da população dos Estados Unidos.


Pesquisa feita pelo instituto de pesquisas Pew mostrou que 80% dos norte-americanos adultos que usam a internet participam de algum grupo ou organização de trabalho voluntário, ante 56% dos que não navegam na web.


Entre os usuários de redes sociais, esse percentual aumenta para 82%, número que é ainda maior entre os que usam o Twitter -85%.


A pesquisa conclui que a internet está tendo amplo impacto no envolvimento das pessoas em grupos cívicos, sociais e religiosos.


Dos entrevistados, a maioria disse que a internet os mantêm informados sobre as atividades dos grupos nos quais têm participação.


‘É importante notar que 25% dos adultos não são ativos nos grupos em que participam. Eles apontam a falta de tempo como fator que limita o envolvimento, e cerca de um quinto deles diz que a falta de acesso à internet é um entrave’, disse Aaron Smith, especialista do Pew e um dos autores do estudo.


Os dados também mostraram que o grau de envolvimento dos internautas é maior do que o observado entre os que não usam a web.


Isso acontece especialmente entre os usuários de redes sociais, que estão mais expostos a fazer e receber convites para ingressar em atividades coletivas.


Como consequência disso, 62% dos usuários disseram que têm orgulho de fazer parte de algum grupo, ante 47% dos que não navegam na internet.


Mesmo assim, os internautas também afirmaram mudar mais de grupos sociais.


 


 


Donos do iPad preferem anúncio a pagar por conteúdo


Os donos do tablet da Apple estão pouco dispostos a pagar por aplicativos, mostrou um estudo da empresa de pesquisa on-line Knowledge Networks nos EUA.


Segundo a pesquisa, os usuários preferem aceitar publicidade para obter conteúdo gratuito ou com custo mais baixo.


Na pesquisa, 86% deles disseram que estão dispostos a ver a anúncios para ter acesso grátis a conteúdos, como programas de televisão ou artigos de revistas e jornais.


Em média, os usuários do iPad fazem download de 24 aplicativos. Desses, apenas um quarto é pago.


De acordo com a pesquisa, só cerca de 13% dos entrevistados disseram que estavam dispostos a pagar por conteúdos aos quais eles já tinham acesso. E só estavam propensos a gastar um extra médio de US$ 2,60 por isso.


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Troca de guarda


No ‘Wall Street Journal’, ‘Poder energético sai do Ocidente’. Relatório da consultoria PFC Energy, de Washington, ‘ilustra a mudança dramática’, com ‘o coração da indústria global de energia deixando o Ocidente conforme Rússia, China e Brasil tomam os lugares no topo do influente ranking’. Por exemplo, ‘companhias não ocidentais [sic] como Petrobras avançam sobre ocidentais como Shell’. A ‘mudança de poder’ é mais evidente nas reservas: ‘Exxon e Shell tinham 85% das reservas de petróleo’ no final dos anos 60 e hoje ‘têm apenas 15%’.


// COMPRADOR VS. VENDEDOR


Na manchete do ‘WSJ’, ‘Cresce temor por preços globais’. Em entrevista ‘às vésperas do Fórum Econômico em Davos’, o presidente do Banco Central Europeu, o francês Jean-Claude Trichet, falou contra os ‘preços altos de energia e alimentos’. No destaque do jornal, ‘emergentes como China e Brasil, com inflação em alta, empurram os preços em outros países’. Horas depois o presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou a agenda para o G20 defendendo, no destaque da Reuters , ‘regulação dos mercados de commodities’ de alimentos e energia.


Já no ‘Valor’, ‘Brasil avisa não aceitar controle de preço de matérias-primas’.


// DAVOS, DE NOVO


A cobertura financeira ‘ocidental’ abriu a semana especulando sobre a agenda do Fórum Econômico Mundial. O canal CNBC postou, em seu especial sobre Davos, longo elogio à América Latina. Já o ‘WSJ’ avalia que o evento deve refletir o maior ‘otimismo’ global, mas também a preocupação com os ‘preços crescentes das commodities’.


O ‘Financial Times’, com a cobertura mais extensa, destacou que os EUA não devem ter maior presença neste ano, em contraste com ‘Índia, Brasil, China’. E também previu que o recente ‘otimismo será matizado por riscos como inflação e commodities’, sobretudo alimentos.


// OS RICOS E O RESTO


A ‘Economist’ desta semana deu capa, às vésperas de Davos, para ‘Os ricos e o resto’, cobertura especial sobre os ‘líderes globais’ e sua crescente vantagem financeira sobre ‘todos os outros’. Sublinha a maior desigualdade nos EUA, nas duas últimas décadas, e que o fenômeno avança pelo mundo, com o coeficiente Gini, ‘medida mais comum de desigualdade’, saltando da Alemanha até a China. ‘Só num país grande, o Brasil, o coeficiente caiu.’


Ao fundo, a mesma ‘Economist’ postou estudo da consultoria PwC, prevendo que ‘neste ano as economias da Índia e do Brasil podem passar as do Japão e da França’, respectivamente.


No quadro da PwC, Brasil e Rússia avançam sobre França e Alemanha


// O MUNDO DE MARLBORO


Na capa de ontem do ‘Valor’, ‘O mundo de Marlboro contra o Uruguai’. A americana Philip Morris ‘joga uma cartada decisiva para seu futuro’, ao levar o país ao tribunal de solução de controvérsias do Banco Mundial por ‘violação do tratado de proteção de investimento firmado entre Uruguai e Suíça _onde fica a sede de sua divisão internacional’. A empresa contesta políticas antitabagistas que vetaram embalagens de cor ‘light’ para produtos como o Marlboro e elevaram a 80% o espaço de advertência no maço. Segundo o jornal, ‘o resultado da disputa pode mudar os rumos’ do setor no mundo, Brasil inclusive.


‘AO CENTRO’


O discurso de Obama sobre ‘o estado da união’, hoje, marca ‘guinada’, adiantam jornais dos EUA. E a ‘New York’ avisa que ele se reuniu até com o marqueteiro republicano Matthew Dowd -seguindo o que fez Bill Clinton com Dick Morris, para a reeleição


 


 


POLÍTICA NA REDE


Fernando Rodrigues


Campanha de Dilma na rede mobilizou 200 mil e-mails


A presidente Dilma Rousseff amealhou 200 mil seguidores espontâneos que ofereceram seus e-mails para receber notícias na campanha presidencial do ano passado.


O dado é da empresa norte-americana Blue State Digital, comandada por marqueteiros de internet que trabalharam para a campanha de Barack Obama, em 2008.


Contratada pelo PT, trabalhou na campanha de Dilma na web, juntamente com a brasileira Pepper Interativa.


O número cadastros espontâneos é uma forma de medir o impacto na internet de um político em campanha. É diferente da tabulação de visitas a sites oficiais (na casa dos milhões) ou da adesão a perfis em redes sociais.


Obama, por exemplo, montou uma rede de 13,5 milhões de e-mails em 2008.


A atuação da Blue State Digital na campanha de Dilma aparece no site da empresa (www.bluestatedigital.com) como caso de sucesso.


Os norte-americanos ressaltam as dificuldades para se realizar campanhas eletrônicas no país. ‘As regras on-line estavam sendo feitas e interpretadas ao longo da eleição’, afirma a empresa.


Ela diz ter atraído mais de 4,5 milhões de visitantes únicos para o site da petista nos seis meses de campanha. A marca é modesta se comparada à de grandes portais. O UOL tem mais de 30 milhões de visitantes únicos por mês.


Montar mailing com endereços válidos é um dos grandes desafios da campanha na rede. Os 200 mil e-mails que a campanha de Dilma levantou são um ponto de partida para futuras eleições.


Não se sabe como essa base de dados será depurada nem como a presidente usará esses e-mails no seu dia a dia.


 


 


TECNOLOGIA


Joseph Menn, Financial Times


Líder da Apple tem jeito prático e modesto


Mais de duas décadas atrás, Tim Cook, jovem aluno do curso de MBA na Duke University, preparou um cuidadoso plano para os 25 anos seguintes da vida profissional. Pouco tempo atrás, encontrou uma cópia do plano e percebeu que não havia servido em nada para orientar seu percurso na vida.


O plano não dizia nada sobre a necessidade de seguir um palpite, como ele fez em 1998 ao trocar um emprego seguro em uma grande empresa por uma vaga na Apple, que cambaleava à beira da extinção. A decisão o levou a assumir neste mês o comando interino da segunda mais valiosa entre as empresas de capital aberto.


Vice-presidente operacional da Apple durante os últimos cinco anos, Cook agora tem a oportunidade de provar que é capaz de suceder Steve Jobs, um dos mais carismáticos dos líderes empresariais mundiais, forçado a deixar o posto uma vez mais por problemas de saúde.


Mas, para efetivamente se equiparar a Jobs, Cook tem muito a provar, já que a Apple está fazendo apostas cruciais em nova onda de tecnologias, que incluirá as próximas gerações de seu celebrado tablet iPad e do iPhone. Essa abertura não é natural para Cook, 50, filho de um esforçado operário da construção naval. Ele trabalhou metodicamente por 12 anos na IBM e teve passagens por postos mais importantes em uma distribuidora de computadores e na Compaq. A experiência exerceu profunda influência sobre a maneira pela qual ele encara a tecnologia e a liderança. A capacidade de equilibrar seus antecedentes nos ramos de engenharia e gestão ao estilo decisório mais rápido e inovador que aprendeu sob a tutela de Jobs serão cruciais nos próximos meses.


HOMEM PRÁTICO


Para quem vê de fora, Cook muitas vezes é encarado como o homem prático e eficiente que garantiu que os sonhos digitais de Jobs não soçobrassem por falta das peças necessárias. Ele certamente não tem o carisma de astro do rock que fez de Jobs um herói mesmo fora do mundo dos negócios.


No entanto, antigos executivos da Apple que trabalharam em estreito contato com Cook afirmam que a empresa estará em boas mãos.


Descrevem-no como um colega tão exigente quanto Jobs, que é notório por seu detalhismo. Cook, dizem os colegas, raramente (se alguma vez) levanta a voz. ‘Não é um cara emotivo, mas as pessoas sabem quando está insatisfeito com elas’, diz um antigo colega de trabalho.


Dotado de um humor seco, Cook tem gostos modestos.


Vive há muito tempo em uma casa alugada em Palo Alto, quando tem dinheiro para bancar um palácio. Torcedor apaixonado do time de futebol americano da Universidade Auburn, cujas flâmulas enfeitam seu escritório e casa, ele muitas vezes voa ao Alabama para acompanhar os jogos da equipe.


O cabelo de Cook é grisalho e cortado rente ao crânio; ele usa óculos e se mantém em forma com regime rigoroso de exercício que começa antes do alvorecer. Sua dedicação à forma física se intensificou depois que problemas temporários de saúde foram diagnosticados, incorretamente, como esclerose múltipla, na metade dos anos 90, dizem colegas.


Ele provou seu valor para a Apple pouco depois de ser contratado. Jobs havia voltado à problemática empresa apenas um ano antes, e descobriu situações desastrosas. O esforço foi imenso, mas seu sucesso foi tão essencial para restaurar a lucratividade da Apple quanto os novos e elegantes produtos sonhados por Jobs. Desde então, Cook vem sendo alvo de outras empresas. Em setembro, quando surgiram rumores de que ele seria candidato ao comando executivo da Hewlett-Packard, a Apple o premiou com uma opção de ações de US$ 35 milhões.


Cook já é o funcionário mais bem pago da empresa, porque Jobs recebe apenas um salário nominal de US$ 1 por ano.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Globo troca Xuxa de horário para rejuvenescer audiência


O sonhado domingo não voltou para as mãos de Xuxa, mas, correndo atrás de uma audiência mais jovem, a loira vai ganhar um novo horário na Globo neste ano.


A partir de abril, o ‘TV Xuxa’ trocará as manhãs de sábado pelas tardes. Irá ao ar na faixa das 14h30, entre o ‘Estrelas’ de Angélica e o ‘Caldeirão do Huck’, lugar hoje ocupado por filmes.


A mudança visa fortalecer a linha de shows da Globo no dia, uma vez que Raul Gil, no SBT, tem incomodado com frequência a emissora com bons ibopes no horário.


Além de uma audiência maior, a Globo quer rejuvenescer a faixa com a chegada do ‘TV Xuxa’.


A atração tem em média 30% de audiência composta por pessoas com idades entre 4 e 17 anos e 22% de público com mais de 50 anos.


Aos sábados, na faixa vespertina, com os filmes, a Globo reunia apenas 20% de público jovem e 31% de telespectadores com idades acima de 50 anos.


Criado em 2005, o ‘TV Xuxa’ não se encontrou na grade da Globo. Passou por mudanças de horário, formato e direção. Chegou a ter média de dez pontos de audiência em abril 2009, mas encerrou 2010 na casa dos 8,5 pontos e perdendo a liderança em algumas ocasiões. (Cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande SP).


SORTUDOS


Guilherme Berenguer e Simone Spoladore viverão amigos que ganharão juntos na loteria em ‘Vidas em Jogo’, próxima novela da Record


O NÚMERO É…


A Globo comemorou o crescimento de audiência no início de 2011, mas a ressaca de ‘Passione’ chegou. A média/dia da emissora caiu de 21,4 pontos (dia 14) para 15,7 pontos (dia 21). Culpa em parte de ‘Insensato Coração’ e ‘BBB 11’, que ainda não emplacaram.


Curva Na faixa nobre do domingo (das 18h à meia-noite) a Globo também perdeu público. Foi da média de 20,2 pontos (dia 16) para 15,6 pontos (anteontem).


Ventos Com a chegada de Hebe, Luciana Gimenez pode ganhar um novo dia na Rede TV!: sábado à noite.


Cozinha Paulo Tiefenthaler, do ‘Larica Total’ (Canal Brasil), está negociando com a MTV. Ele deve ganhar um quadro no novo ‘Rockgol’.


A PERGUNTA É…


Qual a proposta do cenário de LED do ‘Vídeo Show’ (Globo)? Parece que os apresentadores vieram direto do Além.


Horário Nem se Ratinho quiser seu programa poderá voltar para a faixa da tarde no SBT. O Ministério da Justiça o reclassificou como impróprio para menores de 12 anos. Só pode ir ao ar após as 20h.


Ponta Christopher Lloyd (dr. Brown de ‘De Volta Para o Futuro’) fará uma participação na nova temporada de ‘Fringe’ (Warner), que acaba de estrear nos EUA.


Ringue O canal Combate exibe na madrugada do dia 5 a esperada luta entre os brasileiros Anderson Silva e Vitor Belfort no UFC 126.


com SAMIA MAZZUCCO


 


 


Bárbara Paz estreia programa de curtas hoje no Canal Brasil


A atriz Bárbara Paz aparece com o rosto cheio de sangue na abertura do programa ‘Curta na Estrada’, que estreia hoje à noite no Canal Brasil.


Calma, é tudo ficção. A ‘mise-en-scène’ faz parte de um dos curtas-metragens que ela produziu ao lado de Rafael Primot para a atração, que terá 13 episódios.


A nova série é um desdobramento do ‘Curta São Paulo’, exibido em 2009 e apresentado por Bárbara. Cada edição do programa traz de dois a três curtas, antecedidos por um filminho introdutório de autoria da dupla. O programa de estreia, ‘I Love Sapatos’, gira em torno do universo dos calçados.


Primeiro, será exibido ‘Os Sapatos de Aristeu’, de René Guerra. A trama: um travesti morre e sua família decide enterrá-lo como um homem.


Em seguida, o curta ‘Ímpar Par’, de Esmir Filho, diretor do comentado ‘Os Famosos e Os Duendes da Morte’. O filme é uma fábula sobre um sapateiro em busca do par perfeito.


Nos demais programas, haverá curtas de José Roberto Torero, Selton Mello, Ana Luiza Azevedo e outros.


NA TV


Curta na Estrada


estreia


QUANDO hoje, às 0h, no Canal Brasil


CLASSIFICAÇÃO não informada


 


 


Sexo entre jovens faz série perder anunciantes


A estreia de uma série sobre o mundo adolescente nos EUA, na semana passada, já custou à MTV americana atrito com três anunciantes e deixou o canal no centro de uma discussão sobre os limites da pornografia infantil na televisão.


‘Skins’, uma reformulação de um programa britânico de mesmo nome, é estrelado por atores que têm entre 15 e 19 anos. Sediado em Baltimore, o seriado retrata histórias supostamente verídicas que envolvem cenas de nudez parcial, violência, drogas e referências a sexo.


E, se a versão britânica está na quinta temporada, a americana corre riscos no primeiro mês de exibição.


No último sábado, a Wrigley Company foi o terceiro patrocinador a anunciar que deixaria o programa por temer que o conteúdo ofendesse seus consumidores.


A empresa foi precedida pela rede de restaurantes Taco Bell -que divulgou que o programa não se ‘encaixa’ na marca- e pela GM.


Tudo porque, com o propósito de mostrar explicitamente o que seria o comportamento dos jovens hoje, o roteiro não poupa cenas que vão de simulação de masturbação a violência sexual.


O grupo Parents Television Council, que se propõe a supervisionar a programação voltada para crianças e adolescentes, divulgou ter contado 42 ocorrências e referências a drogas e álcool no episódio de estreia. Então, a organização enviou uma carta ao Departamento de Justiça, ao Senado e ao Judiciário americanos pedindo a abertura de investigações.


AUDIÊNCIA RECORDE


Em números, a estreia foi um recorde para o canal: foi vista por 3,3 milhões de americanos -dos quais 1,2 milhão tinha menos de 18 anos, segundo o Nielsen (instituto que mede audiência nos EUA). Pela classificação indicativa, o programa seria impróprio para menores de 17.


Apesar do ibope, segundo o ‘New York Times’, executivos do canal se reuniram já no dia seguinte à exibição para discutir se o programa poderia violar leis federais de pornografia infantil. Então, pediram aos produtores que reeditem alguns conteúdos e baixem o tom nos episódios.


Uma das cenas que mais os preocuparam, segundo o jornal, mostra um adolescente de 17 anos correndo pelado após tomar um comprimido para disfunção erétil.


 


 


LITERATURA


Ana Paula Sousa


Mário de Andrade reabre hoje com festa


Quando chegarem à sala de atualidades, onde acontecerá a reinauguração da Biblioteca Mário de Andrade na tarde de hoje, os convidados serão recebidos pelo semissorriso do poeta modernista que criou as bases da política pública de cultura da cidade de São Paulo.


O retrato do poeta Mário de Andrade (1893-1945) que está pregado na entrada da sala de chão brilhante e janelas com vista para a praça Dom José Gaspar tem sentidos que ultrapassam os da mera homenagem.


Andrade foi, ao lado do crítico literário Sérgio Milliet (1898-1966) e do poeta Paulo Duarte (1899-1984), um dos idealizadores do Departamento de Cultura de São Paulo, criado em 1935.


Foi essa instituição que, ao definir os livros como um dos eixos de sua atuação, transformou a biblioteca paulistana nesse raro bem que a cidade terá agora de volta.


Após anos de goteiras, cupins e descaso, o segundo maior abrigo de livros do país -só atrás da Biblioteca Nacional, no Rio – renascerá com 3,3 milhões de itens.


O prédio, inaugurado em 1943, foi fechado para uma ampla reforma em 2007.


A biblioteca circulante, que passara anos ‘vivendo de favor’ em outros endereços, havia sido reaberta em julho de 2010. Mas foi guardada para hoje a festa com pompa, autoridades e shows.


FICHÁRIOS


Na última sexta-feira, era grande o corre-corre para que nada ficasse fora do lugar. Havia de tudo no prédio: de andaimes e furadeiras a tesouras para recortar os papelinhos que ordenam os velhos fichários de A a Z.


Apesar de inadequado ao silêncio que se espera de uma biblioteca, o burburinho pré-festa não parecia perturbar os visitantes, que, desde julho, circulam por um dos espaços do vasto edifício.


A biblioteca circulante está aberta a quem deseja folhear periódicos ou pegar emprestado algum dos 42 mil títulos disponíveis.


Na última sexta-feira, na larga mesa de madeira renovada depois do restauro, ‘O Livro de Areia’, de Jorge Luis Borges (1899-1986), descansava sozinho, enquanto, ao seu lado, um volume sobre neurociência cognitiva era devorado por um jovem.


Já o mezanino, com vista para a rua da Consolação, se mostrava um refúgio perfeito para quem, à espera da chuva que as nuvens anunciavam, buscava ‘um minuto de paz’, como descreveu a leitora que folheava um atlas.


CLASSIFICADOS


A diretora da Mário de Andrade, Maria Christina Barbosa de Almeida, diz que a biblioteca circulante tem recebido, diariamente, cerca de 700 pessoas.


‘Estamos conquistando, além dos leitores habituais, um público de pequenos comerciantes da região’, diz.


Para atrair os novos frequentadores, a biblioteca oferece, por exemplo, títulos sobre marketing e administração de empresas. Outra estratégia é abrir as portas às 8h30. ‘Assim, quem entra às 9h no emprego tem tempo de dar uma passadinha por aqui antes’, explica ela.


De acordo com Almeida, às segundas-feiras, quando o Centro Cultural São Paulo está fechado, o movimento é maior: ‘Vem muita gente ler o jornal do final de semana para procurar emprego’.


Agora, será possível, após ler o jornal, cruzar a biblioteca circulante e pisar no mármore da entrada principal. Ali, a estátua ‘A Leitura’, de Caetano Fraccaroli, impassível, reitera o sonho modernista de Mário de Andrade.


REINAUGURAÇÃO DA MÁRIO DE ANDRADE


QUANDO hoje, a partir das 11h, com shows na praça Dom José Gaspar; às 15h, cerimônia oficial


ONDE r. da Consolação, 94, tel. 0/xx/11/ 3814-4832


QUANTO grátis


FUNCIONAMENTO de segunda a sexta, das 8h30 às 20h30; sábados, das 10h às 17h


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 25 de janeiro de 2011


CONFLITO


TV árabe incendeia crise entre palestinos


A divulgação de material diplomático envolvendo supostas negociatas entre palestinos e israelenses fez o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, iniciar ontem uma ampla ofensiva retórica, denunciando a ‘conspiração do Fatah’. A facção do presidente Mahmoud Abbas teria ‘cooperado secretamente com Israel’ nos assuntos ‘mais essenciais, como Jerusalém e a questão dos refugiados’.


A TV Al-Jazira, do Catar, e o jornal The Guardian começaram no domingo a divulgar uma série de reportagens sobre supostos bastidores de negociações entre israelenses e palestinos. As mensagens teriam por base 1.700 telegramas diplomáticos secretos referentes ao diálogo de paz entre 1999 e 2010, e detalhariam como negociadores palestinos submeteram-se a exigências israelenses amplamente condenadas nas ruas de Ramallah e Gaza.


Funcionários da Autoridade Palestina teriam concordado em ceder autoridade sobre a Esplanada das Mesquitas – terceiro local mais sagrado do Islã -, aceitado a existência de assentamentos em terra palestina e abdicado do direito de retorno de parte dos refugiados palestinos. O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse que a reportagem da TV árabe demonstra como a Autoridade Palestina buscou ‘eliminar a justa causa palestina’.


Em Ramallah, partidários do Fatah tentaram invadir um escritório da Al-Jazira e queimaram bandeiras da emissora. O presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, por sua vez, negou taxativamente ter oferecido concessões secretas a Israel. Após um encontro com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, no Cairo, o líder palestino acusou a Al-Jazira de divulgar documentos contendo as posições israelenses como se fossem palestinas.


Em Israel, analistas classificam os documentos como originais. Segundo repórteres do Canal 2, o material teria sido vendido à rede de televisão por um ex-funcionário da Autoridade Palestina e exposto com o objetivo de ‘destruir a credibilidade’ de Abbas. Para Israel, a exigência palestina de parar todas as construções em assentamentos na Cisjordânia perdeu força após a publicação das supostas mensagens secretas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


 


 


Tunísia fecha TV privada e prende dono por ‘traição’


O governo interino da Tunísia fechou, no fim de semana, o mais antigo e popular canal privado de televisão, contrariando suas promessas de respeitar a liberdade de expressão. A agência estatal de notícias disse o proprietário da Hannibal TV, Larbi Nasra, foi preso e as transmissões foram interrompidas por ‘alta traição’.


A emissora foi acusada de tentar ‘abortar a revolução dos jovens, espalhar a confusão, incitar ao conflito e divulgar informações falsas que poderão criar um vazio constitucional e desestabilizar o país, lançando-o em uma espiral de violência, com o propósito de restaurar a ditadura do ex-presidente’, segundo o comunicado oficial. Nasra e seu filho haviam sido presos ‘para garantir a segurança da país e o sucesso da revolução’.


O fechamento da rede aconteceu enquanto o canal se preparava para transmitir uma entrevista com Hamma Hammami, um líder do Partido Comunista tunisiano, hoje proibido. Um dos críticos mais ousados de Ben Ali antes da sua fuga, Hammami, a partir de então, começou a criticar abertamente a influência do partido no governo provisório, inclusive em um documento transmitido na noite de sábado pela rede Hannibal. Ele também tem vínculos com os sindicatos tunisianos, que apoiam os protestos contra o novo governo.


Lotfi Callemi, porta-voz da Hannibal TV, disse que o governo interrompeu o sinal da emissora sem aviso prévio ou qualquer explicação. ‘O proprietário apoiava a revolução e dava a todas as pessoas a possibilidade de se manifestarem’, declarou. Sallemi definiu a medida como uma flagrante violação da liberdade de imprensa, e afirmou que poderia ter sido feita qualquer acusação contra o proprietário sem tirar de repente do ar um canal importante.


Credibilidade estatal. Depois da divulgação da notícia, na noite do domingo, vários tunisianos afirmaram que a decisão afeta profundamente a credibilidade do governo provisório, que enfrenta um crescente número de protestos contra as pressões de antigos membros do partido governista anterior, entre eles o primeiro-ministro Mohammed Ghannouchi, que era o braço direito de Ben Ali e se recusa a renunciar. O destino da emissora representará um teste crucial para o compromisso do novo governo para com as liberdades civis.


Uma semana depois do inicio dos protestos, chegaram no fim de semana a Túnis os primeiro comboios de tunisianos procedentes do sul empobrecido, que se uniram à multidão que ocupa as ruas da capital. Durante mais de oito horas, os manifestantes vaiaram e pediram a dissolução do governo. ‘Hoje, hoje, o governo deve sair’, era o slogan preferido.


A agência estatal de notícias disse que o proprietário da Hannibal TV era parente da segunda mulher do ex-presidente, Leila Trabelsi, uma figura detestada no país, cuja família enriqueceu depois do seu casamento. Mas a Hannibal TV, fundada há cerca de cinco anos, era mais conhecida pelos conflitos do que pela intimidade com o governo de Ben Ali, e chegou a perder direitos de transmissão de jogos de futebol para a rede estatal e o direito de transmitir um programa de entrevistas muito semelhante ao da televisão estatal.


Desde a derrubada de Ben Ali, os programas políticos e o noticiário deixaram de festejar o ex-presidente, mas exigiam que o antigo partido governista fosse excluído do governo provisório. Há protestos diários no país desde que o governo provisório foi anunciado, na semana passada. Segundo os defensores do novo governo, décadas de governo unipartidário deixaram poucas pessoas qualificadas para conduzir o Estado até as eleições livres, que se realizarão daqui a seis meses, sem data marcada.


O chefe das Forças Armadas da Tunísia, Rachid Ammar, disse ontem que o ‘vácuo de poder’ no país pode levar a uma ditadura. Segundo ele, os militares irão agir para salvaguardar a revolução que depôs o presidente depois de 23 anos no poder. ‘O Exército nacional é o garantidor da revolução. / NYT e AP


PARA LEMBRAR


Após um mês de violentas manifestações contra corrupção, desemprego e falta de liberdade política, o presidente tunisiano, Zine el-Abidine Ben Ali, que estava havia 23 anos no poder, fugiu do país. Foi a primeira vez que um movimento popular destituiu o líder de um país árabe. Desde o início, a polícia respondeu com violência, e mais de 70 civis morreram. Jovens tornaram-se os protagonistas dos distúrbios, utilizando redes sociais, como Facebook e Twitter, para organizar protestos e publicar vídeos dos confrontos com a polícia. Alguns manifestantes citaram documentos dos EUA divulgados pelo site WikiLeaks, que citavam casos de corrupção no governo de Ben Ali.


 


 


TELEVISÃO


Patrícia Villalba


Bárbara Paz coloca o pé na estrada


Entre a problemática Renata, que sofria de drunkorexia em Viver a Vida, novela que terminou no ano passado, e a paleontóloga que interpretará na próxima trama das 7 da Globo, Morde & Assopra, a atriz Bárbara Paz teve tempo para exercitar seu lado de musa do cinema underground, gravando os 13 episódios da série Curta na Estrada, que estreia hoje à meia-noite no Canal Brasil.


O programa tem curadoria da própria Bárbara Paz e do amigo e ator Rafael Primot. Os dois escolheram 25 curtas representativos de todas as regiões do País. A cada episódio, a dupla apresenta de dois a três filmes, agrupados por ter algo em comum. E é sobre esse ‘algo em comum’ que os atores, amigos há 15 anos desde que se conheceram numa oficina do diretor teatral Antunes Filho, aparecem em cenas introdutórias, em uma espécie de minicurtas.


Amor por sapatos. O minicurta da estreia trata de um assassinato cometido com um sapato de salto alto – sapatos aparecem em destaque nos dois curtas do dia, I Love Sapatos e Ímpar Par. Denso, o primeiro, de René Guerra, conta a história de um travesti que morre e, segundo desejo da família, será enterrado como homem. Levou o 5.º Grande Prêmio Canal Brasil de Curtas-Metragens em 2010.


O segundo, de Esmir Filho, mistura o amor pelos sapatos com o amor em si, para falar de um sapateiro de uma cidadezinha do interior que procura o par perfeito. Ela calça 33 e tantos sapatos já machucaram seus pés, que agora está apegada a um só par.


No final de cada episódio, há entrevistas com pessoas reais, que dão depoimentos depois de assistir aos filmes. O primeiro a falar é um sapateiro com 60 anos de profissão. ‘Eu comecei menino com sapato e até agora só tenho sapato na minha cabeça’, diz ele, que não é, mas bem que poderia ser, o sapateiro do curta-metragem de Esmir Filho.


Curta na Estrada é, na verdade, uma segunda temporada de outro programa apresentado por Bárbara no Canal Brasil, o Curta São Paulo, de 2009. Bárbara e Rafael seguem a série apresentando filmes como Morte, de José Roberto Torero, e Quando o Tempo Cair, de Selton Mello, ambos no dia 1.º de fevereiro.


No dia 15, um filme do próprio apresentador e curador, intitulado Doce Amargo, é exibido pela primeira vez, junto com 3.33, da atriz Sabrina Greve. Quem não puder ver hoje, tem ainda o horário alternativo da madrugada de sábado para domingo, à 1 hora.


 


 


 


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