Tuesday, 24 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Campanha atualiza ranking da baixaria

A sexta atualização do ranking da baixaria na televisão foi divulgada na quarta-feira, 12/5, pela coordenação da campanha ‘Quem financia a baixaria é contra a cidadania’, da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. O ranking traz os dez programas da televisão brasileira que mais desrespeitam os direitos dos cidadãos, de acordo com denúncias feitas à campanha pelos próprios telespectadores.


As críticas ou elogios aos programas de TV podem ser feitos por qualquer cidadão por meio de um número de telefone gratuito (0800-619619) ou pelo site da campanha, em (www.eticanatv.org.br).


O ranking é montado com base na manifestação popular. A partir dele, um conselho elabora pareceres que serão entregues às emissoras de TV. Constituem este sexto ranking as denúncias feitas do dia 13 de janeiro a 7 de maio de 2004. Foram 1.612 reclamações no total.


Lançada em novembro de 2002, a campanha ‘Quem financia a baixaria é contra a cidadania’, coordenada pelo deputado Orlando Fantazzini (PT-SP), luta por uma programação televisiva de qualidade. Desde então, já recebeu mais de 15 mil manifestações. Junto com a sexta versão do ranking foi também divulgado um documento público, assinado pelas entidades parceiras da campanha, de repúdio à carta enviada pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação ao presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.


Apelo aos anunciantes


Em janeiro deste ano, uma decisão inédita do Ministério da Justiça reclassificou cinco telejornais policialescos como inadequados para exibição antes das 21 horas, por causa de seu excessivo apelo à violência. O ministério, no entando, voltou atrás na decisão.


Mesmo com o recuo do governo, a coordenação da campanha considera que os tais programas – entre eles o Brasil Urgente, da Rede Bandeirantes – são inadequados ao horário de exibição. Por isso, enviou ofícios aos anunciantes desses telejornais recomendando que deixassem de associar seus produtos a programas que desrespeitam os direitos dos cidadãos.


Repúdio às acusações


Por causa dessa medida, a Rede Bandeirantes acusou o deputado Orlando Fantazzini de extrapolar sua função parlamentar, ferir o Código de Ética e Decoro Parlamentar e cercear o livre exercício das atividades das empresas anunciantes.


O documento de repúdio à carta da Rede Bandeirantes afirma que não houve qualquer tipo de intimidação às empresas anunciantes por parte do coordenador da campanha. ‘Ao que nos consta, o deputado não ameaçou prender ou processar ninguém. (…) Para o fiel cumprimento do direito de liberdade de expressão, qualquer cidadão tem direito de recomendar ações a outros cidadãos, ações essas que não são criminosas, mas baseadas em princípios éticos e legais’, diz um trecho do documento.


O contato da campanha com os anunciantes foi feito por meio de um ofício que solicitava que a empresa deixasse de anunciar no programa, e apresentava as justificativas para o pedido. Foram contatadas 14 empresas anunciantes dos programas policialescos exibidos no período da tarde. Destas, apenas seis responderam à solicitação feita pela campanha, e cinco prometeram que irão rever suas estratégias de publicidade.


Os dez mais


Eis os dez programas campeões da sexta edição do ranking da baixaria:


1. Celebridade (Rede Globo) – apelo sexual, incitação à violência e horário impróprio.


2. Kubanacan (Rede Globo) – apelo sexual, incitação à violência e horário impróprio.


3. Programa do Ratinho (SBT) – apelo sexual, ridicularização da pessoa humana e horário impróprio.


4. Pânico na TV (Rede TV!) – incitação à violência, ridicularização da pessoa humana e horário impróprio.


5. Big Brother Brasil (Rede Globo) – apelo sexual.


6. Eu vi na TV (Rede TV!) – apelo sexual.


7. Superpop (Rede TV!) – apelo sexual e exploração do ser humano.


8. Malhação (Rede Globo) – horário impróprio.


9. Sabadaço e Boa Noite Brasil (do apresentador Gilberto Barros – Band) – apelo sexual e horário impróprio.


10. Cidade Alerta (Rede Record) – horário impróprio.