O Big Brother Brasil, que vem sendo levado ao ar pela Rede Globo de Televisão, representa muito bem a ideologia da comunicação pela massificação, que norteia as ações e decisões do governo Lula, no sentido de estereotipar reações e conduta dos indivíduos.
Notoriamente, o que caracteriza uma sociedade democrática de direito e de fato são as oportunidades colocadas à disposição de todos os cidadãos para que, por seu esforço e sua dedicação pessoal, possam ter acesso aos benefícios por ela ensejados. O que seria das sociedades livres se cidadãos não precisassem de esforço e trabalho para progredir e melhorar sua qualidade de vida? Certamente criaríamos uma sociedade parasitária, patrocinada por um Estado paternalista e exclusivista, em que o grande mérito da valorização humana seria a esperteza. O que distingue os indivíduos numa sociedade livre é justamente essa valorização pelo esforço e a dedicação pessoal, e não sua condição social ou tendências sexuais.
Lulismo-messiânico
O Big Brother Brasil acaba de dar um exemplo do que vem a ser a cultura pela massificação dos meios de comunicação, cujo objetivo é a estereotipar reações e conduta dos indivíduos.
A retórica governista, propagandeada no slogan ‘Brasil, um país de todos’, e muito bem explorada pelo empresário das rinhas, pelo presidente Lula e por todos os companheiros-ministros ou ministros-companheiros, ganhou força quando um dos participantes, ao ser colocado no ‘paredão’, não teve escrúpulos em fazer uso desse novo Brasil de todos. Os discursos messiânico-populistas do presidente Lula sempre atribuem tudo de ruim que existe no país como conseqüência dos privilégios de uma elite sanguessuga e aproveitadora, que desde o Descobrimento explora o povo, enquanto tudo que há de bom é resultado do trabalho das massas oprimidas, excluídas e discriminadas. Assim, teríamos o Brasil bom, o dos oprimidos, excluídos e discriminados. e o Brasil mau, o das elites aproveitadoras e sanguessugas. Excluindo os bons e os maus observa-se que não sobra espaço para os demais, que constituem a grande maioria.
Foi assim que, no programa BBB, um jogo onde está em prêmio a bagatela de um milhão de reais, ao se ver colocado no ‘paredão’ o professor gay de origem humilde apelou à retórica governista ou ao lulismo-messiânico, alegando que sua exclusão seria uma vitória dos maus. Vociferou estar sendo discriminado, pelo fato de ter vindo de família pobre e ser gay e que, portanto, ele era do bem. Imediatamente o movimento GLS (gays, lésbicas e simpatizantes) entrou em ação para defender um pobre irmão batalhador e honesto, discriminado por uma sociedade elitista e sectária. E assim o pobre gay sensibilizou a opinião das massas que, comovidas, detonaram do programa a única mulher que não representava o estereótipo das mulheres da casa.
É tudo igual
Isto sim, foi discriminação! Nada contra os gays ou gays pobres, mas ser gay ou ser pobre são condições distintas e que devem ser analisadas com isenção da discriminação e, sobretudo, da esperteza. Tanto que o rapaz que nasceu pobre, uma situação que lhe foi imposta pela vida, hoje é professor universitário, o que derruba a propaganda petista e do rei das rinhas, de que antes o Brasil não era um país de todos.
Já o rapaz gay não foi uma condição imposta pela vida, foi uma opção pessoal. Assim como o pobre professor exigiu diante das câmeras respeito, igualdade e uma oportunidade, o rapaz gay também deveria ter respeitado aqueles que optaram por seguir o rumo normal da natureza humana. Não é condição vergonhosa ou humilhante ser normal e exercer sua masculinidade ou feminilidade, o que não é normal é tentar fazer isso parecer anormal somente para se dar bem. Usou, unicamente, de esperteza, o professor, para continuar no jogo e abocanhar o seu milhão, e não porque tenha sido discriminado. Até porque, enquanto não era de seu interesse, manteve em segredo seus pendores.
Como diria nosso presidente: ‘Misóginos ou filóginos, é tudo igual, o que nos diferencia é que alguns somos mais iguais do que os outros’.
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Professor, militar, Rio de Janeiro