Assistir um telejornal é gratificante, muito prazeroso. Ficar bem informado de forma diligente e ágil é fantástico. No mundo de hoje, ter o auxílio da TV como divulgadora de notícias se tornou fundamental. Todo brasileiro tem cadeira cativa. Desfrutar da companhia de bons jornalistas e comentaristas no fim de noite é agradabilíssimo. Confunde o conceituar “jornalismo verdade” quem acredita ser apenas impelir o fato bruto e abusivo da realidade das calçadas e barrancos.
A sociedade sofre com o tsunami da criminalidade e a insegurança que tranca os cadeados das residências brasileiras. Mas não é tolerável que sofra também com a falta de sensibilidade de quem ousa nos informar por um meio de comunicação. Recordemos, imaginemos alguns casos agora. Do Oiapoque ao Chuí, as redações dos telejornais caçam como lobos, ou como raposas tísicas, flagras de cadáveres no passeio público, em ribanceiras ou asfaltos sangrentos do Brasil. Os boas-noites cordiais são sucedidos e antecedidos de cenas horripilantes… Da falta de ética no jornalismo. Corpos banalizados na tela criam uma imagem desnecessária na sala de jantar dos lares brasileiros.
A verdade é que alguns jornalecos insistem em manchar de vermelho o espaço destinado à economia, política, cultura etc. E fazem do todo uma coletânea de fatos criminais e cenas de barbárie que chocam o olhar atento na informação. Decorrente disso se instaurou a “cultura do horror”. Os assuntos em rodas de amigos viraram o reflexo do que foi visto de mais impiedoso na TV.
Bailando com o “dantesco”
Credibilidade! Somente será “verdade” quando essa respeitar o telespectador atento ao chamado informativo. Sensacionalismo da carnificina horrenda, que certos meios se propõem a paginar, deve ser banido do modo televisivo de informar. A tristeza se propaga pelas ondas eletromagnéticas e se instalam lá em casa. Choramos as dores dos semelhantes. Mas o que vemos vai além da notícia! Invadem. Estampa na capa o rosto a malgrado. Para quem faz jornalismo deste feitio, não é o bastante somente informar, veem à desnecessária necessidade de chocar.
Na TV aberta, somos obrigados a assistir o lamentável… Do lamentável. Porém: poderíamos optar a não ceder audiência à sanguessuga? Acreditem! Não temos muitas opções. Zapeando os canais abertos, fatalmente somos capturados pela “psicose” das telenovelas. Mas nesse caso de fuga, vale mais a pena ir de encontro à fantasia do que bailar com o “dantesco”.
Expor e explorar a imagem apavorante do assassinato de um indivíduo é um denso desrespeito a integridade do ser humano. Um close… revoltante! Para não dizer cruel!
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Francisco Júlio Xavier é estudante de Jornalismo