Sunday, 17 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

O Estado de S. Paulo

MEMÓRIA / ACM
Moacir Assunção e Tiago Décimo

Morre ACM, o último grande coronel da política

‘Último grande coronel da política e figura onipresente na história do poder no País nas últimas décadas, o senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), de 79 anos, morreu ontem às 11h40 no Instituto de Coração (Incor) em São Paulo. ACM teve, segundo boletim médico, falência múltipla dos órgãos e insuficiência cardíaca. Estava internado desde 13 de junho com problemas renais e cardíacos. Há uma semana, seu quadro começou a se agravar, após sofrer uma crise gastrointestinal.

O corpo de ACM saiu do hospital por volta das 17 horas em um veículo da Prefeitura de São Paulo, seguido por um cortejo de carros escuros que levavam a família. Ele foi levado para a Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, de onde um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), cedido pela Presidência, levou-o para Salvador. Chegou às 20h46 à Base Aérea de Salvador, onde o esperavam cerca de 200 pessoas entre parentes, amigos e políticos, incluindo o prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro (PMDB), o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), e o ex-governador e presidente do DEM no Estado, Paulo Souto.

ACM foi levado em carro aberto do Corpo de Bombeiros do aeroporto até o Palácio da Aclamação, onde sua família já esperava. O velório é aberto ao público, que, ainda antes da chegada do avião a Salvador, fazia fila na entrada do palácio – que foi residência oficial de ACM quando ocupou o cargo de governador. O senador será enterrado na tarde de hoje, no Cemitério Campo Santo, ao lado do filho, Luís Eduardo Magalhães, que morreu em 1998.

Em São Paulo, durante todo o dia, parentes de ACM estiveram no hospital – sua mulher, Arlete, o filho Antonio Carlos Magalhães Júnior, o neto, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), a filha, Tereza, e a viúva de Luís Eduardo, Michele. Também foram até lá políticos, como o senador Romeu Tuma (DEM-SP) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM), e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.’

Carlos Marchi

O homem que montou um império de poder sob o signo da tragédia

‘O senador Antonio Carlos Magalhães foi o mais típico e o mais bem sucedido ‘coronel’ da política brasileira contemporânea – sobreviveu como mandachuva na ditadura e na democracia, estendeu seu domínio político-eleitoral dos grandes centros urbanos às mais remotas roças. Tinha uma fina intuição que lhe garantiu a sobrevivência política: na ditadura, mandou como poucos civis; sentiu, antes de todos, o esgotamento do regime militar e aderiu a Tancredo Neves, candidato da redemocratização, num momento crucial. Adiante, diria que sua adesão acabou com a ditadura.

Teve uma vida pontuada por muitas tragédias. Até ontem, morreu muitas vezes e conseguiu ressuscitar em todas. Sua primeira morte foi em 1982, quando seu candidato ao governo da Bahia, Clériston Andrade, faleceu num acidente de helicóptero às vésperas da eleição. A segunda sobreveio em 1986, quando a filha Ana Lúcia se suicidou, aos 28 anos.

A seqüência foi inclemente: em 1989, no auge do poder, um enfarte fulminante o abateu e o cardiologista Adib Jatene o fez reviver com uma cirurgia milagrosa – entre pontes de safena e mamárias, implantou-lhe até um naco de músculo de coração bovino no peito. A quarta e mais sofrida o atropelou em abril de 1998, quando perdeu o filho Luís Eduardo Magalhães, que iniciava uma promissora carreira política, em cujo vértice estava a Presidência da República. ‘Por que não eu?’, balbuciava ele no velório, vergado pelo sofrimento. Agora, sobreveio a quinta e inexorável morte.

BANDA DE MÚSICA

Ele foi o último exemplar da velha ‘banda de música’ da UDN, dono de um estilo combativo que abalava o poder dos adversários com um discurso, como fizera no passado Carlos Lacerda. Canalizava a mesma ferocidade, em outra dimensão, para pressionar aliados que lhe negassem um favor. Adaptou a lógica ancestral do mandonismo político nordestino: foi o primeiro grande ‘coronel’ com jurisdição ampla, mesclando a dominação dos antigos ‘coronéis’ do meio rural com um sofisticado esquema de informação e manipulação tipicamente urbano.

Seu lado mais conhecido era a truculência com que tratava os aliados que compuseram com ele um cenário de absoluta dominação da Bahia por mais de quatro décadas. No exercício desse modelo de mando, combinou o mérito de atrair para a Bahia uma montadora de carros, a Ford, com tabefes na cara de aliados que desobedeceram a suas ordens ou questionaram seu poder político; harmonizou a expansão do Pólo Petroquímico de Camaçari com o uso ostensivo do chicote para colocar ordem no curral eleitoral.

Com essa modelagem híbrida, sobreviveu a todas as fases políticas que atravessou na carreira, mesmo às grandes reviravoltas do seu tempo, e se manteve influente por quase quatro décadas e oito presidentes, do marechal Humberto Castelo Branco ao sociólogo Fernando Henrique Cardoso. Amorteceu as críticas à forma agressiva de fazer política mediante três evidências: 1) modernizou a Bahia; 2) virou sinônimo da Bahia e da baianidade; 3) teve, com a cultura baiana e com a fusão religiosa, uma relação de profundo engajamento e afeto.

ESPÍRITO SINCRÉTICO

Sempre trafegou impávido entre os ícones do sincretismo baiano, respeitado por todas as tendências e linhagens. Patrono do afoxé Filhos de Gandhi e do Olodum, foi afetuoso amigo de Jorge Amado, Pierre Verger e Carybé. Caetano e Gil, que certamente nunca pensaram como ele, nunca o criticaram abertamente. Seus aniversários eram comemorados em Salvador com meio feriado; a festa começava de manhã, com missa na Igreja do Bonfim, à qual ele, membro da Irmandade do Bonfim, assistia coberto por uma capa de cor vinho, entre parentes e incontáveis seguidores.

Ignorou o protocolo e abraçou com fervor de sacristão generoso as manifestações sincréticas. Cumpria com fervor religioso o ritual de acompanhar os 8 quilômetros da procissão, desde a Igreja de Nossa Senhora da Conceição até a Colina do Bonfim. Na escadaria da Basílica do Senhor do Bonfim, presenciava a tradicional lavagem e, em todas elas, era banhado com a água-de-cheiro vertida dos cântaros das baianas. Não raro, era fotografado tomando a bênção de Mãe Menininha ou aboletado num abraço com dona Canô.

Montou um império político a partir da primeira e sofrida eleição, em 1954, para deputado estadual, pela UDN. Desde o início, combinou um estilo agressivo com o pragmatismo que o aproximava do poder: foi abraçar o presidente eleito Juscelino Kubitschek, mesmo sendo ele do arqui-rival PSD. No regime militar, em 1964, já deputado federal (eleito em 1958 e reeleito em 1962 e 1966), se postou – mais do que um correligionário – como um arauto.

A recompensa veio rápido: em 1967 foi nomeado prefeito de Salvador, saindo em 1970 para ser eleito indiretamente governador da Bahia. Quando deixou o governo, em 1975, foi presidir a Eletrobrás. Em 1978 voltou ao governo da Bahia, novamente por via indireta. Expandiu a escala de poder: primeiro, inaugurou um jornal – o Correio da Bahia -; depois montou uma televisão; acabou obtendo o direito de reproduzir o sinal da TV Globo na Bahia, que era da TV Aratu, para a sua TV Bahia.

MALVADEZA E TERNURA

Nasceu na Ladeira da Independência, bairro de Nazaré, Salvador. Quando criança, era ‘Toninho’; político, o ministro Golbery do Couto e Silva cunhou-lhe o rascante apelido ‘Toninho Malvadeza’, que ele assumiu, para otimizar a sua fama de ‘coronel’, desdenhando o caráter depreciativo. Adiante, propagou ele mesmo uma versão oposta do apelido – ‘Toninho Ternura’. Em Salvador, era o ‘Painho’, eufemismo sincrético que o ungia como cabeça coroada do Império da Bahia.

A partir de 1994 a truculência de ACM foi paulatinamente abafada pelo estilo refinado e eficiente do filho Luís Eduardo Magalhães, eleito presidente da Câmara. Cansado das pressões de ACM, FHC atraiu o filho, que saiu da presidência da Câmara para ser líder do governo. Um clima de afeição se formou entre o presidente e o filho do seu incômodo aliado.

Luís Eduardo cresceu e domou ACM, orgulhoso da performance cada vez mais graduada do filho. Um ano antes das eleições de 1998 a passagem do cetro na política baiana já estava aprazada: Luís Eduardo começou a trabalhar para ser candidato ao governo – o que, à época, equivalia a uma nomeação. Repentinamente, a morte sobreviria para ACM pela segunda vez: em abril, Luís Eduardo teve um enfarte e morreu, dois dias depois de Sérgio Motta, importante assessor de FHC.

ACM demorou a se recompor. Reeleito presidente do Senado para o biênio 1999/2001, ele parecia lutar para reencontrar o prazer da política, que logo reverberaria com agressividade total.

A partir de 1999, sustentou uma agressiva guerrilha com o senador Jader Barbalho (PMDB-PA). No início de 2001, o inimigo foi eleito para sucedê-lo e, ao mesmo tempo, FHC demitiu seus dois ministros – Rodolpho Tourinho, nas Minas e Energia, e Waldeck Ornellas, na Previdência. Sobre ele próprio pairava a ameaça de cassação pela quebra de sigilo do painel do Senado. Amargou doloroso processo de fritura. Pela primeira vez na vida se viu acuado, defendido apenas por seu advogado, Márcio Thomaz Bastos. Adiante a luta se tornou franca entre ele e Jader.

ACM jogou a toalha em fins de maio de 2001, quando renunciou ao cargo de senador – pouco antes de Jader – para não ser cassado, brigando com FHC. Pouco depois, proclamaria da planície: ‘Eu não acabei.’’

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Cacique tinha faro aguçado e gosto especial pelo poder

‘ACM gostava tanto do poder que seu faro político parecia antecipar-lhe com precisão as mudanças de rumo para continuar mandando. Era um dos esteios do apoio político ao governo João Figueiredo, em 1984, mas repentinamente inverteu seu rumo. Após uma conversa aberta, numa madrugada de outubro daquele ano, com o então candidato Tancredo Neves, virou o leme, abandonou o PDS, partido do regime militar e deu, com a adesão do seu grupo, a certeza matemática da vitória oposicionista no colégio eleitoral. Diria depois que ali mudou a História do Brasil.

Pouco depois, quando o então ministro da Aeronáutica, Délio Jardim de Mattos, num discurso no aeroporto de Salvador, chamou de traidores os que se bandeavam para a oposição, ACM respondeu dois tons acima, dizendo que traidores e corruptos eram ‘os que apoiavam um corrupto para a Presidência’ (o candidato do governo era Paulo Maluf). A reação foi a senha. Ele, José Sarney, Aureliano Chaves e Marco Maciel perderam o medo dos militares: saíram do PDS e foram fundar o PFL.

A recompensa veio logo: nomeado ministro das Comunicações de Tancredo, continuou mandando mais do que antes. Em 1986, sofreria a primeira grande derrota eleitoral, quando seu candidato, Josaphat Marinho, perdeu o governo da Bahia para Waldir Pires, então no PMDB.

Renovado, disputou, ele mesmo, o governo da Bahia em 1990 e ganhou, desta vez em eleições diretas. Em seguida, tornou-se arauto do governo Collor, mas rompeu com ele na desgraça. No governo Itamar Franco, foi alvejado pelo episódio da ‘pasta rosa’. Quando Itamar nomeou ministro seu inimigo Jutahy Júnior, ACM gritou que tinha um dossiê de provas de corrupção no governo.

Itamar pediu-lhe o dossiê. À frente de uma tropa, ACM atravessou a Praça dos Três Poderes e, ao entrar no gabinete, encontrou toda a imprensa lá dentro. Pediu que os jornalistas saíssem, mas Itamar objetou e sugeriu que mostrasse o dossiê à vista da imprensa. ACM não tinha nenhum dossiê consistente. Deu uma desculpa e se foi.

Em 1994, foi eleito senador e acabou na presidência do Senado. Fortíssimo no primeiro governo FHC, ele pintou e bordou com o governo para que fosse suspensa a intervenção do governo no Banco Econômico e para aprovar a sua venda ao Banco Excel. Xingou o presidente do Banco Central, falou em novos dossiês e comandou novamente uma blitzkrieg pela praça até o palácio. Fernando Henrique cedeu: o Excel comprou o Econômico pelo valor simbólico de R$ 1.’

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Perto do ocaso, experimentou o travo da derrota

‘No início de 2002 ACM já estava em campanha para voltar ao Senado, municiando todos os mecanismos que fizeram dele o mais evidente sinônimo da Bahia nos últimos 40 anos. Na eleição, no entanto, ele se isolaria da disputa federal. Ressuscitado da morte política determinada um ano antes, brigado com José Serra, o candidato situacionista, ele se elegeu senador com uma votação consagradora, elegeu o ex-senador Paulo Souto para o governo estadual e, de lambugem, o ex-governador César Borges com ele para o Senado.

Pela primeira vez em 50 anos de carreira política, no entanto, ele iria se postar numa franca e ostensiva oposição a um governo, depois de ter sido aliado e cortesão de JK, Jânio Quadros, Humberto Castelo Branco, Arthur da Costa e Silva, Emílio Médici, Ernesto Geisel, João Figueiredo e FHC. Os breves intervalos foram nos governos João Goulart e Itamar Franco.

Em 2006, apoiou Geraldo Alckmin um tanto desinteressadamente, mas um fenômeno estranho abalou seu império: seu candidato ao governo estadual perdeu a eleição para o PT por 600 mil votos de diferença e seu candidato para o Senado foi derrotado pelo PDT por 700 mil. O ocaso se descortinava sobre sua carreira. Este ano fez duas dezenas de discursos no Senado para desancar o governo Lula, mas finalmente se dobrava à única recorrência que cultuou: pensava em bandear-se para apoiá-lo.’

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Herança política depende de neto

‘Antonio Carlos Magalhães morreu no momento em que experimentava o maior declínio: pela primeira vez, em 53 anos de vida política, ele tinha adversários no governo federal, no governo estadual e na Prefeitura de Salvador; perdeu a influência sobre a Assembléia Legislativa, o Tribunal de Justiça e o Tribunal Regional Eleitoral. Para um político que exercia seu mando influenciando decisões e intermediando os interesses baianos em Brasília, restou-lhe muito pouco no fim.

A sucessão no grupo poderá ser traumática, admitem aliados e adversários. Nos últimos anos, talvez sentindo o declínio do seu poder, ACM tentou queimar etapas para vitaminar o neto ACM Neto e antecipá-lo governador da Bahia em 2010. Em outra freqüência, operava seu velho aliado Paulo Souto, ex-governador, que almejava tornar-se o líder do grupo político sem brigar com o chefe. Mas para tanto deveria eleger-se governador em 2006. Falhou.

Hoje, ACM Neto é a mais popular figura do grupo em Salvador e Souto, no interior. Mas terá muitas dificuldades com a eleição municipal do ano que vem. Primeiro, porque não tem candidato suficientemente forte para ganhar a eleição na capital; segundo, porque o grupo vem sendo sistematicamente sangrado pelo ministro Geddel Vieira Lima, ministro da Integração Nacional, que tem usado a força do ministério para conquistar adesões de prefeitos do DEM (antigo PFL) para o PMDB. A tarefa, segundo um adversário, não tem sido difícil, porque ACM, com seu comando de tons agressivos, educou a Bahia para o adesismo. Logo, os prefeitos estão aderindo ao novo poder.

Quando perdeu o governo da Bahia em 1986, ACM tinha um plano B que funcionaria de maneira muito eficaz: poderoso em Brasília, continuou como ministro das Comunicações e, mais que isso, como o homem mais influente do governo de José Sarney, até por ter uma forte bancada própria no Congresso. Em 1990, pôde restaurar, com relativa facilidade, a plenitude do seu poder na Bahia.

ELOS PERDIDOS

Agora, perdidos os elos com o poder, resta ao grupo – mais especificamente, à família Magalhães – a força econômica e midiática de seu pequeno império. A família é dona da TV Bahia (seis emissoras, em Salvador e nas cinco mais importantes cidades baianas), repetidora da Rede Globo no Estado. Os negócios são dirigidos pelo filho ACM Júnior, que é também o suplente que vai assumir a vaga no Senado, embora sem nenhuma vocação política.

Esse dilema começou a se delinear em abril de 1998, quando um enfarte matou Luís Eduardo Magalhães, o filho que ele havia preparado para sucedê-lo na política e que tinha um estilo diametralmente oposto ao do pai.

À época, Luís Eduardo e ACM foram pivôs de um grande enigma do primeiro governo Fernando Henrique Cardoso. O presidente expôs uma clara dicotomia em relação a pai e filho: atraiu o filho, Luiz Eduardo, ao posto de delfim, líder do governo, presidente da Câmara e presumido candidato à sucessão presidencial; e relegou o pai a um distanciamento crescentemente incômodo, que redundaria, em 2000, no episódio que o obrigou a renunciar ao mandato e à presidência do Senado.’

TRAGÉDIA EM CONGONHAS
Eugênia Lopes, Marcelo de Moraes e Rosa Costa

Oposição cobra demissão de Garcia

‘Gesto obsceno de assessor de Lula recebe críticas de partidos

Três partidos de oposição – PSDB, PPS e Democratas – divulgaram nota ontem pedindo a demissão do assessor especial da presidência da República, Marco Aurélio Garcia, flagrado fazendo gestos obscenos para comemorar a notícia de que uma das possíveis causas do acidente com o Airbus da TAM teria sido um defeito no reverso do avião. Na interpretação do assessor, essa notícia livraria o governo de responsabilidade pela tragédia.

Integrantes da base aliada da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo da Câmara também criticaram o assessor de Lula. Além dos pedidos de demissão, foi exigido de Garcia pedido de desculpas. ‘Quando se vêem atitudes dessa natureza, vê-se que não se assumiu a existência de uma crise’, disse o relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS). ‘Nesse momento não concordamos em externar alegria independentemente de qual foi a causa do acidente’, afirmou o presidente em exercício da CPI, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Para os deputados de oposição da comissão, Marco Aurélio Garcia tratou com ‘deboche’ as famílias das vítimas do acidente. ‘O simbolismo do gesto representa tripudiar em cima das famílias das vítimas’, disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). ‘O mínimo que ele tem de fazer é entregar o cargo’, afirmou o deputado Vic Pires Franco (DEM-PA).

O líder do Democratas no Senado, José Agripino (RN), e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) defenderam a imediata demissão do assessor. ‘Se o presidente sente como nós a dor do Brasil, o escárnio desses gestos deve colocá-los diretamente fora do governo’, disse Agripino. Para Vasconcelos, a falta de compostura e de respeito à opinião pública é motivo mais do que justo para que os dois sejam demitidos imediatamente.

Para o presidente do Democratas, deputado Rodrigo Maia (RJ), o comportamento de Garcia foi ‘estarrecedor e inaceitável’. Em nota oficial, Maia defendeu que Marco Aurélio peça desculpas pelo gesto. ‘E reze para que as pessoas tenham, em relação a você, a tolerância e o respeito que você não teve em relação a elas’, observou o democrata.

TUCANOS

‘Os gestos obscenos foram a primeira manifestação pública do governo sobre a tragédia que enlutou não só as famílias dos mortos, mas todos os brasileiros’, afirmou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio, na nota do partido.

Para o deputado federal e ex-presidente nacional do PSDB José Aníbal (SP), ‘o PT diz que não é culpado por tudo e não se acha responsável por nada. Agora, com esse gesto, revela todo o deboche e desprezo pela vida de milhares de famílias’.

O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), também divulgou nota na qual afirma que Garcia e seu assessor foram ‘flagrados em explícita cena de regozijo com reportagem que anunciava defeito mecânico na aeronave.’’

Vera Rosa e Lisandra Paraguassú

Assessor pede desculpas e presidente aceita

‘Lula evitou repreensão; ‘não somos monstros’, afirma auxiliar de Garcia

O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, pediu ontem desculpas pelo gesto obsceno feito na quinta-feira à noite. Apesar de ter ficado aborrecido com o episódio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não repreendeu Garcia. Lula encarou o episódio como ‘uma infelicidade, um acidente de percurso’ e pediu ao chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, que tranqüilizasse o subordinado.

Para Lula, o episódio está sendo superdimensionado. ‘Foi uma infelicidade, mas essas coisas acontecem’, comentou o presidente. Mas a Comissão de Ética Pública do governo vai analisar o comportamento de Garcia em sua próxima reunião, no dia 30. Um dos principais auxiliares de Lula, ele será chamado a dar explicações, pessoalmente ou por escrito.

Na nota divulgada ontem – com o pedido de desculpas apresentado na última linha -, Garcia culpa a imprensa por ‘interpretações’ dadas ao seus gestos. Diz que sua reação, ‘absolutamente pessoal, não expressa ‘satisfação’, ‘alívio’ ou ‘felicidade’, como pretenderam informar ‘setores da mídia’. Ao lembrar que o momento vivido pelo País, abalado pela morte de aproximadamente 200 pessoas, é de recolhimento, luto e pesar, ele afirma que seu sentimento, ao ver a reportagem do Jornal Nacional, foi de indignação.

‘Sem nenhuma investigação, ou parecer técnico consistente, importantes setores dos meios de comunicação não hesitaram poucas horas depois do acidente, em lançar sobre o governo a responsabilidade da tragédia de São Paulo’, escreveu Garcia, acrescentando que a imprensa deveria reconhecer que houve ‘precipitação’ e ‘desinformação’ da opinião pública nas reportagens sobre o acidente. O auxiliar de Lula destacou, ainda, que sua reação ocorreu ‘em privado’ e em repúdio aos que trataram ‘sordidamente’ de se ‘aproveitar da comoção que o País vive para insistir na postura partidária de oposição sistemática a um governo duas vezes eleito pela imensa maioria do povo brasileiro’.

No mesmo tom, o assessor de Garcia, Bruno Gaspar, também se defendeu da avalanche de críticas da oposição. ‘Não somos monstros’, disse Gaspar, que estava ao lado de Garcia, assistindo ao Jornal Nacional, na quinta-feira, e também fez um gesto obsceno.

‘Eu estou muito triste’, observou. ‘Nós estávamos num momento privado, extravasando nossa indignação com a cobertura parcial e precipitada de certos setores da imprensa, que tentaram politizar a tragédia’, afirmou o assessor, numa referência às afirmações divulgadas até agora de que problemas na pista de Congonhas podem ter contribuído para o desastre com o avião da TAM. Para Garcia e Gaspar, a imprensa debitava toda a culpa pelo acidente na conta do governo federal.’

Sérgio Duran

Imagem pode virar marca do governo

‘Vídeo de Garcia ganha 19 inserções no YouTube e mais de 50 mil acessos

A reação com gestos obscenos do assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia tem o potencial de marcar negativamente a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na opinião do escritor Mário Rosa, autor de dois livros sobre gestão de crises, A Era do Escândalo e A Reputação na Velocidade do Pensamento, ambos da Geração Editorial. ‘Tragédias como essas produzem identificação imediata. São palha. O gesto dele é como fagulha’, afirmou.

Ontem, havia 19 inclusões do vídeo de Garcia no YouTube, uma das quais com 31 mil downloads. Juntos, todos ultrapassavam 50 mil acessos. No Orkut, surgiu a comunidade ‘Eu odeio Marco Aurélio Garcia’.

Para Rosa, o gesto do assessor foi a única reação emocional de uma sucessão de atitudes ‘racionais’ do governo, todas equivocadas. ‘O primeiro representante oficial a conceder entrevista foi um diretor técnico (brigadeiro Jorge Kersul Filho), que falava com uma frieza impressionante. Deveria ter sido alguém do primeiro escalão’, considerou Rosa.

Segundo o especialista, Garcia não teve a privacidade invadida. ‘As pessoas não se dão conta de que a revolução tecnológica criou um novo padrão de comportamento e ética, misturando público e privado’, diz. ‘Junte o gesto dele à aposta do governo em explicações técnicas e você terá o espectador se perguntando: ‘Esse governo tratará assim também o meu luto?’, pondera Rosa.

Assim como o escritor, o professor emérito de filosofia política da Universidade de São Paulo José Arthur Giannotti considerou que a oposição ao governo Lula saiu na frente na politização do acidente da TAM.

‘Você tem uma série de erros mostrando que a política de tráfego aéreo está completamente equivocada no País e quem comanda isso é Brasília. Ora, a questão está politizada desde o início. Trata-se da falência de um sistema administrado pelo governo federal’, diz.

Para Giannotti, porém, é cedo para afirmar que o governo Lula será marcado pelo apagão aéreo. O gesto obsceno de Garcia também será relativizado. ‘Dependerá da elegância das pessoas’, considerou o professor.

Rosa discorda. ‘A rainha Maria Antonieta ficou marcada com a frase dos brioches, o ex-presidente João Figueiredo pela do cheiro dos cavalos, que, para ele, era melhor do que o do povo. Ora, não há como subestimar o potencial disso’, afirma.

‘Garcia ignorou a revolução tecnológica. Sua história é prima da protagonizada pela modelo Daniela Cicarelli. No passado, transar em uma parte deserta da praia poderia ser considerado privado, hoje não mais’, analisa Rosa.’

VOZ DO BRASIL
O Estado de S. Paulo

‘A Voz do Brasil’ seguirá fuso de cada Estado

‘O programa A Voz do Brasil passará a ser transmitido sempre às 19h no horário local de cada Estado, e não mais no horário de Brasília. A decisão foi anunciada pelo Ministério das Comunicações e consta da Portaria 392. A idéia é padronizar a retransmissão seguindo os quatro fusos horários do País.As emissoras de rádio de locais com fuso horário diferente deverão gravar o programa e levá-lo ao ar às 19h para que haja ‘unicidade na transmissão’, segundo o ministério.’

LULA VAIADO
Marcelo Rubens Paiva

Viva a vaia

‘Grande a celeuma em torno da vaia que Lula recebeu no Maracanã. Teorias da conspiração sugerem orquestração política. Flávio Aguiar, da Carta Maior: ‘De minha parte, não conheço na história, numa circunstância dessas, nem vaia nem aplauso, que não parta de uma orquestração. A puxada dos aplausos partiu da tribuna. Quem terá puxado as vaias? DEMs distribuídos? Os incansáveis PSTUs e PSÓIS compactados? Tudo junto? É mais provável.’

Analistas tentam entender por que o vaiaram. Tenho outras perguntas: Por que a vaia contra Lula incomoda tanto? Por que não vaiar? Um presidente não pode ser vaiado? Seu governo e seus atos merecem aplausos unânimes? Até de quem viaja de avião?

Quem costuma ir ao estádio, sabe que a melhor coisa de um domingo é vaiar o juiz, a sua mãe, o time adversário, a torcida inimiga, a bandeirinha sexy, os gandulas que atrasam a bola e, se for o caso, o próprio time, os jogadores e especialmente o técnico. E Lula estava num estádio dos mais animados, em que, dizia Nelson Rodrigues, vaia-se até minuto de silêncio.

Não surpreende Lula ter ficado triste. Surpreende a quantidade de pessoas que saíram em sua defesa e de teorias elaboradas baseadas na gafe ideológica atual: é o governo do Bolsa-Família contra os ricos que viajam de avião. Desmembraram a oposição política. Querem desqualificar a oposição popular.

Às vezes, uma vaia é apenas uma vaia. Mas logo depois da de Lula, entupiram-se os e-mails de internautas. Mauro Carrara afirmou que, ‘conversando aqui e ali, com jornalistas, políticos e gente do povo’, descobriu como foi arquitetado o ‘plano de humilhação’: há um mês, já se falava, no prédio da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio, numa ‘recepção’ diferenciada para Lula. Recrutou-se gente para vaiar. Um tal Fabra, representante da juventude do PSDB, que se reuniu até com Ali Kamel, diretor da Rede Globo, estaria por trás. Claro. Como em toda teoria da conspiração, a Globo está por trás. Sem ela, perde-se o sabor.

Carrara tinha uma fonte, o estudante Rogério, de 18 anos, morador em Duque de Caxias: ‘Era mesmo para vaiar o Lula, do jeito que disseram. Uns das coordenações, do grupo, puxaram mesmo, e o pessoal foi atrás. Se dois, três começam, vai todo mundo no arrastão. Tinha gente lá ontem que nem tinha participado de nada. Foi lá só para agitar mesmo.’

Boa a fonte. Posso arrumar outra, Denise, é… assistente social. Assistentes sociais são pessoas dignas e dão credibilidade a declarações. Tem 56 anos. Senhora de respeito, avó já. Avós não mentem. Moradora de… Tem de ser um bairro popular. Cidade de Deus: ‘Não vaiei também não, moço! Mas tinha um senhor de terno e cabelo com gumex que oferecia lanche e condução de volta só pra quem vaiasse. Voltei de carona e com fome.’

Para o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), há indícios de que o prefeito do Rio, César Maia, organizou a claque para aplaudi-lo e vaiar o presidente: ‘A meu ver, cabe uma investigação a respeito tanto da forma como a prefeitura do Rio selecionou os voluntários quanto sobre a venda e distribuição gratuita de ingressos.’

Gilson Caroni Filho, professor e colaborador do Observatório da Imprensa, escreveu: ‘O júbilo com o constrangimento infligido ao presidente está presente em nove entre dez colunistas e editores.’

‘O jornalismo não só não oculta para quem torce como deixa claro a que facção organizada pertence’, concluiu. E daí que Lula foi vaiado? Se eu estivesse lá, vaiaria. Porque sempre vaiei autoridades e sempre vaiarei, para que elas nunca se acomodem no poder. Não faço parte de nenhuma conspiração, não conheço Ali Kamel, nem pertenço a uma facção organizada. Sou um eterno brasileiro, codinome irreverente.

Vaiar é uma das experiências mais relaxantes. E divertidas. Como um gesto reichiano, solta-se o ar numa catarse. Há exorcismo de tensões peitorais. A via é uma ola vocal. E olha que Lula não tem do que reclamar. O público o vaiou educadamente. Nem parecia estar num estádio. Juízes, bandeirinhas, torcida adversária, jogadores e técnicos escutam coisas muito piores.

Merece vaia o pedido de desculpas da TV Cultura, por causa da análise interna que considerou impróprio para o horário o teleteatro Billy, A Garota, dirigido e escrito por Mário Bortolotto e exibido domingo. Funcionários da própria emissora se queixaram do tema ‘suicídio’ e da suposta cena de strip-tease da atriz Liz Reis. A cena dura segundos. Nem chega a ser um strip. A atriz fica com a roupa de baixo.

A TV Cultura deveria olhar para o futuro, por não ter (entre aspas) obrigação com a audiência. Mas uma âncora conservadora difícil de arrastar envergonha o espectador – como a demissão da apresentadora Soninha, por ter declarado em 2001 que consumiu maconha. Mais um dilema para Paulo Markun: talvez por não ousar, a TV Cultura perdeu o rumo e a qualidade, e virou uma alma perdida que vaga no limbo da zona ‘traço da audiência’. Em tempo: Billy, A Garota é reprisada hoje, às 23 h, na RedeSTV. Para conferirmos o que a TV Cultura teme exibir às 20h.

A emissora que pode arriscar, como a TV Cultura, é a que menos ousa. Já a Rede Globo, que tem um caixa movimentado, é a que mais inova, apresenta linguagens arriscadas (como a minissérie Pedra do Reino) e leva para o Fantástico filosofia e astronomia, enquanto Gugu mostra no SBT a nova loira do Tchan. Mais fatura quem mais arrisca?

Merece aplauso a nova fase de Retrato Falado, quadro de Denise Fraga (há sete anos em cartaz no Fantástico): Te Quiero America. É sabido que a audiência do programa sobe, quando o quadro do núcleo Guel Arraes entra no ar. Mesmo assim, mexeram no seu formato, sem temor.

Dirigido por Luiz Villaça, escrito por Maurício Arruda, ele sempre foi produzido em São Paulo. Apagou-se aquele ar de vítima atrapalhada da personagem. Explora-se um formato híbrido, mais moderno, quase cinematográfico; com pausas, silêncios, planos seqüência e câmeras na mão. Maria (Denise Fraga) mora num edifício no Minhocão. Acabou de se separar. Tem só um gato. É eleita a funcionária mais produtiva da firma e ganha uma viagem para Ushuaia, no fim do mundo; a cidade mais ao sul do continente. Lá encontra Francisco (ótimo ator João Miguel), outro viajante solitário. Então, um desencontro detona a trama, que rodará por vários países da AL. Onze episódios. Não há mais humor pop, mas introspecção e angústia. Reflexo de tempos sombrios?’

TELEVISÃO
Etienne Jacintho

6 atrações e 3 vagas

‘O Multishow já escolheu seis projetos novos, frutos de seu pitching ao contrário. Em maio, o canal promoveu um workshop com produtoras independentes do eixo Rio-São Paulo, para dar um briefing sobre o perfil do Multishow e das atração que o canal estava procurando para ocupar a grade de programação em 2008.

Dos seis projetos escolhidos para a produção de pilotos, apenas três terão continuidade e chances de estrear no Multishow. Os pilotos serão entregues em agosto. A partir daí, o canal realizará pesquisa com o público jovem para avaliar o sucesso de cada um dos pilotos. As três atrações eleitas serão anunciadas pelo canal no fim deste ano.

Os seis finalistas foram: Na Contramão, da Raccord Produções, que pode ter Marcelo D2 como apresentador; Programa dos Sonhos, da Maria Bonita; Verdade ou Conseqüência, da Panorâmica, que já faz Tribos, atração do Multishow; Fiz do Meu Jeito, da Conspiração, parceira do canal em Retrato Celular; Preserve, da KN Vídeo, que também produz o Vai pra Onde? no canal; e Felicidade Livre, da Honze Filmes, parceira do Multishow no Por trás da Fama.

Irmãzinha

Chega hoje a Paraíso Tropical, Fernanda (Juliana Didone) meia-irmã de Fred (Paulo Vilhena). Apaixonada pelo rapaz, ela atormentará a vida de Camila (Patrícia Werneck) e, de quebra, partirá para cima do grande amor da moça, Matheus (Gustavo Leão).

Entre-linhas

Hoje chega ao fim a novela interativa De Que Lado Você Está?, produção do IG que estava sendo exibida há cerca de 40 dias. A novela teve 27 mil usuários diários e atingiu 250 mil pessoas durante o tempo em que permaneceu no ar.

R$ 2 milhões é o valor que Globo teve de depositar de indenização por danos morais para a família de Luís André Matarazzo, por ter divulgado o seqüestro de seu filho de 12 anos, em 2000, antes que a polícia solucionasse o crime. A notícia, do Consultor Jurídico, diz que a emissora foi a única TV a divulgar o caso na época.

Por falar em processo, o ex-BBB Alberto Pimentel, o coubói, estuda processar todas as emissoras que falaram mal dele durante a exibição do programa. Haja processo.

Em menos de um mês, o novo site de receitas do Mais Você recebeu mais de 40 mil cadastros. ‘Já temos mais de 6.500 receitas enviadas pelo público’, comemora Ana Maria Braga.

Patrícia Maldonado, ex-Record, faz sua pré-estréia na Band no domingo, participando das transmissões e boletins do Pan. Ela estréia no dia 30 na emissora, no comando do Atualíssima.

No ar no GNT, Patrícia Travassos, agora contratada da Record, já está gravando a nova novela da emissora , Caminhos do Coração. No elenco também estão Ana Markun, Ana Rosa, Gisele Policarpo, Rafaela Mandeli e Eduardo Lago.’

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Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.

Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

O Globo

Veja

Terra Magazine

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