O debate dos candidatos presidenciais na TV Bandeirantes foi o destaque da imprensa antes mesmo de acontecer. No sábado e domingo, os jornais vieram repletos de matérias sobre outros encontros memoráveis, teorias sobre como um candidato ganha (ou perde) um confronto deste tipo.
Do ponto de vista da mídia, porém, a notícia mais importante do fim de semana saiu na sexta-feira e é a mudança na direção de redação do jornal O Estado de S. Paulo. O colunista Eduardo Ribeiro, do site Comunique-se, apurou que a chegada de Ricardo Gandour ao jornal para a vaga de Sandro Vaia teria sido indicação de Carlos Alberto Di Franco, professor do curso Master em Jornalismo, representante da Universidade de Navarra no Brasil e numerário da Opus Dei. Para quem não lembra, no início do ano saiu na revista Época uma matéria informando que Di Franco é também conselheiro espiritual do candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin. O próprio Alckmin tem negado fazer parte da Obra, embora não consiga disfarçar muito a sua simpatia pela prelazia ultra-conservadora da Igreja Católica. Se a mudança no Estadão representa mais uma ação da Opus Dei na mídia, porém, ainda é cedo para dizer. Gandour, como o leitor poderá ler na matéria de Ribeiro selecionada para esta seção, vem do Diário de São Paulo, fez carreira nas Organizações Globo e foi também, nos anos 90, um dos responsáveis pela da campanha da Folha de São Paulo com os famosos fascículos, que levaram o jornal a tirar 1,6 milhão de exemplares aos domingos, mas que não foi capaz de propiciar a retenção deste público, que hoje gira em torno de apenas 300 mil por dia.
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