Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Quando o desleixo toma conta da telinha

Certamente você que vê televisão está acostumado a ver coisas que resultam em um certo parâmetro de vergonha alheia, não é? Garanto então que esse tipo de presepada tem casa certa, afinal algumas emissoras são mais conhecidas por tal tipo de deslize.

Tudo bem, pessoas despreparadas estão em todo lugar, mas o que acontece quando profissionais despreparados estão presentes nos meios de comunicação?É, digamos que a coisa fica beeeem mais visível.

Há algum tempo o telespectador sofre com grades de programação mal planejadas, além dos péssimos produtos colocados no ar. Ok, falar mal dos produtos em si é algo subjetivo já que é basicamente gosto pessoal, e não é essa a intenção deste texto.

Vamos focar então naquela onda de colocar participantes de reality shows como repórteres, apresentadores de programas, ou também na inconstante grade de programação e reprises desmedidos, como se a responsabilidade estivesse nas mãos de indivíduos próximos de um surto.

Vergonha alheia

Vou usar de um exemplo sempre atual: SBT. A emissora de Sílvio Santos sempre teve como principal característica a eterna busca pela grade perfeita, tendo como resultado uma programação mutante. Se já é ruim agora, vamos recordar o passado: alguém se lembra da época em que a emissora estava reprisando programas como Passa ou Repassa, ou Fantasia?

Convenhamos que programa de auditório repetido é algo tenso. Muito tenso. E perto disso a entrada de três novelas reprisadas em sua grade – Pérola Negra, Esmeralda e Canavial da Paixão –, somada a exibição de Ana Raio e Zé Trovão, não parece surpreender.

Falando em novelas, o que acontece com a Record, que até pouco tempo mudava bruscamente o horário de suas novelas? Ou demorou tanto a perceber que o horário de seus programas simplesmente não contemplava o público-alvo de suas atrações? [Ver aqui, Gugu Liberato que o diga…]

Mas pior ainda creio que seja emissoras que aproveitem celebridades instantâneas como apresentadores e repórteres. Talvez um meio mais barato e atrativo em termos de sustento, mas com certeza não são dos mais levados a sério.

Sinceridade: já tenho vergonha alheia da época em que BBBs que mal saem da casa e já estão no quadro ‘Repórteres por um Dia’ no Fantástico, ou pior ainda: no Zorra Total. Agora imagine então quando vão parar nos programas de celebridades?

Mais barato

São muitos os exemplos e seria cansativo listar ainda mais nesse texto, mas pense na programação atual e tente listar por si mesmo. Tente pensar racionalmente e deixar seu gosto pessoal de lado. Pense nas fórmulas repetitivas e até as ofensivas.

Falta de opções melhores? Falta de criatividade? Um público mais exigente ou mais chato? Uma forma mais barata de fazer as coisas funcionarem?

O que você pensa disso?

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Jornalista, São José do Barreiro, SP; seu blog