Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Redação festeja quatro Pulitzer

Em sua coluna de domingo [23/4/06], a ombudsman do Washington Post revela que, às três horas da tarde do dia 17/4, a redação parou para acompanhar os boletins da Associated Press anunciando os ganhadores dos Pulitzer, a mais importante premiação do jornalismo americano. O editor-executivo, Leonard Downie Jr., anunciou para os funcionários que o jornal havia ganhado quatro prêmios.

Em outros jornais, Deborah afirma que os editores e os vencedores geralmente brindam a notícia com champanhe. No Post, o ritual é outro: discursos e agradecimentos duraram cerca de uma hora e meia. Downie afirmou que ‘foi um dos maiores dias na história do nosso grande jornal’. Os cônjuges e os filhos dos vencedores estavam presentes, assim como o presidente do Post, Don Graham, e o publisher Bo Jones. ‘Nenhum jornal tem um melhor proprietário e publisher‘, elogiou Downie. Os vencedores estavam tímidos e um pouco envergonhados, segurando papéis com seus discursos.

‘Por que o Pulitzer é tão importante para os jornalistas?’, questiona Deborah. ‘É porque os vencedores são escolhidos pelos júris por terem feito um trabalho exemplar, o melhor do país’. A ombudsman revela que Graham faz parte do conselho Pulitzer, mas não vota nas categorias em que o Post concorre.

Vencedores

Dana Priest, que escreve sobre agências de inteligência, ganhou o prêmio de reportagem de denúncia, com a matéria sobre as prisões secretas da CIA no Leste Europeu mantidas para interrogar suspeitos de terrorismo. Dana começou sua carreira no jornal como estagiária. ‘Tem situações em que Dana sabe mais sobre o que está escrevendo do que alguns funcionários das agências que ela cobre’, diz Downie.

O repórter nacional David Finkel ganhou na categoria reportagem elucidativa por uma série que documentou o projeto americano para instaurar a democracia no Iêmen. Finkel, que já foi finalista por seis vezes, está no Post há 16 anos.

Sue Schmidt, Jeffrey Smith e James Grimaldi receberam o prêmio de jornalismo investigativo por seus artigos sobre o escândalo do lobista Jack Abramoff. Downie afirmou que Sue, jornalista que liderou a investigação, é uma ‘repórter investigativa clássica’. Sue trabalha no Post há 23 anos e seu avô, George Schmidt, era editor de fotografia do New York Daily News quando sua equipe ganhou o Pulitzer, há 50 anos. Grimaldi está no Post há seis anos e Smith, há 20.

A editora de moda do diário de Washington, Robin Givhan ganhou o prêmio na categoria de crítica. Ela está no jornal há 11 anos e faz comentários sobre o que as pessoas importantes estão vestindo. ‘Esta moça causa impacto’, disse Downie.

O Post teve dois outros finalistas. Steve Fainaru, repórter esportivo que se ofereceu para trabalhar no Iraque, concorreu na reportagem internacional pelo que Downie classificou como ‘o registro memorável da dor e da incerteza existencial dos soldados americanos no Iraque’. A cobertura sobre como a guerra contra o terrorismo afetou as liberdades civis foi finalista da categoria de serviço público, a mais prestigiosa do Pulitzer, que concede uma medalha de ouro ao vencedor. Mas, como relata Deborah, ninguém ficou triste por os vencedores da categoria terem sido o Times-Picayune e o Biloxi Sun-Herald, pela excelência em servir às comunidades da região devastada pelo furacão Katrina, no ano passado.

A equipe do Post já recebeu 19 Pulitzer com Downie no cargo de editor-executivo – mais do que qualquer outro editor já ganhou. Outro recorde foi a indicação para o prêmio de serviço público: seis em sete anos, com dois ganhadores. A equipe comemorou as vitórias em uma festa no Hay-Adams Hotel.