Como muito bem anunciado pela Folha On Line nesta sexta-feira (20/1), a filha de Silvio Santos, que retornará em breve de viagem, vai vir com estratégias de mudanças para a emissora. Mas a verdade é que trazer novidades de TVs americanas não adianta muito, se pensar que os horários para apresentá-las talvez não se adequem, como muitos já testados. Mas muito mais que isso, a falta de respeito para com os telespectadores é o fator que mais faz o público mudar a sua opção de programação.
Emplacar uma novidade no SBT hoje em dia está praticamente difícil, pois a constante mudança de horário conseguiu irritar os telespectadores e fazer com que a concorrente ganhasse mais espaço. O público já não consegue mais se adaptar ao que as emissoras querem impor e, desta forma, toma consciência e percebe que pode, além de ter autonomia para trocar de canal, encontrar uma programação com muito mais qualidade e acima de tudo respeito para com quem a assiste.
A verdade é que o SBT precisa se preocupar muito mais com o entretenimento das pessoas. É claro que, sem dúvidas, para uma emissora de nome forte, com tantos anos de mercado e com profissionais reconhecidíssimos, tem que se pensar o lado comercial também. Afinal, continua a ser uma das maiores televisões do Brasil e, assim sendo, precisa sobreviver dos altos anúncios. Com isso fica escrava da ‘audiência’ que controla os horários e tudo que é veiculado.
Um conteúdo que acrescente
Mas exemplos de qualidade com baixo custo não é difícil ver em emissoras menores. A TV Gazeta, por exemplo, não é uma rede de televisão e, apesar de ter programas que quase nunca mudam seus formatos há anos, produz muito bem seus produtos. E outro exemplo é o respeito total com os telespectadores. É a única TV que segue criteriosamente o horário de veiculação dos programas. Fico bobo quando tenho a oportunidade de assisti-la e ver a consideração com o público ao começar pontualmente todas as suas transmissões.
Fidelizar o público não é apenas encher a programação com apelo, com baixo nível e programação repetitiva. Para cativar o público, é preciso muito respeito, com inovação, sim, mas com conteúdo que acrescente, que faça a diferença e faça as pessoas se sentirem bem. O dinheiro para as emissoras, não tenho dúvidas, é importantíssimo – afinal de contas, eles [empresários], fazem de suas concessões um mercado que gera milhões. Mas não se pode esquecer que quem está do outro lado da tela é o causador da existência destes canais.
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Jornalista, Taboão da Serra, SP