“‘Infringir a tradição também é uma tradição…’ Alexandre Blok, poeta russo
Bom Natal e um 2012 repleto de boas notícias e energias positivas. Não, a coluna não está com a data errada. Pode até parecer estranho – e realmente é – eu enviar essas mensagens em pleno dia 18 de dezembro, quando ainda restam 13 dias para terminar 2011. Mas esta é a última coluna do ombudsman do ano e não poderia deixar a boa educação de lado. E só me despeço prematuramente dos leitores, neste espaço, não porque quero. Faço por um motivo simples: o jornal não circulará nos dias 25 de dezembro e 1º de janeiro, os dois próximos domingos.
Apesar de Fortaleza ser a quinta capital brasileira em número de habitantes, os leitores continuarão sem receber jornal impresso nestas datas. Uma interrupção que não acontece nas quatro primeiras colocadas – São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília. Em muitas outras cidades essa realidade local é parte do passado. Não seria hora de esse costume ser modificado na imprensa cearense?
Segundo a chefia de Redação não há previsão de mudanças em curto prazo; ‘Há, no Ceará, uma antiga tradição dos jornais não circularem no Natal, Ano Novo e dois dias do carnaval. No O POVO a quantidade exata de edições que circula em um ano está, inclusive, explícita no contrato de assinatura’.
Outras ausências
Tradições são feitas para serem quebradas. O POVO, pelo seu pioneirismo, poderia repensar essa posição. Quem sabe até com uma edição especial vespertina? Um dos motivos alegados para a não circulação é que os leitores dormem tarde, alguns bebem além da conta e não terão a mínima vontade de ler jornal. Será?
Outro, mais concreto é a dificuldade de montar toda a operação logística – impressão e distribuição – nestes dias pelo clima festivo. São argumentos válidos. Mas leitura de jornal é hábito. Nos próximos dois domingos muitos leitores sentirão a modificação na rotina. E como de costume irão reclamar.
A chefia de Redação garante que o portal O POVO Online fará a atualização do noticiário. Não deixa de ser uma opção. Mas quem logo cedo consulta a internet não poderia também folhear a edição impressa? Seja como for, além dessa coluna, outras publicações saem hoje pela última vez em 2011. É o caso do Ciências & Saúde, do People, do tablóide Empregos e da coluna Concidadania, entre outras. Mesmo sem a coluna o ombudsman atenderá os leitores normalmente durante a semana.
Terceiro mandato
Um é pouco, dois é bom, três é demais. Esse foi o título da última coluna do então ombudsman da Folha, Carlos Eduardo Lins da Silva, publicada dia 21 de fevereiro de 2010. Este velho clichê esteve em minha cabeça logo após assumir o segundo mandato, em janeiro de 2011. Nem sabia se seria convidado para um terceiro período. Mas, e se fosse?
Lins recusou o terceiro convite diante do quadro que avistava para a sucessão presidencial daquele ano. Particularmente, me faltava também estímulo para certos debates que vislumbro no pleito de 2012. Prefiro estimular idéias e propor soluções. Há ainda quem propaga que após dois anos, a rotina de trabalho e assuntos afeta o ombudsman. Discordo.
Desafio
Quando o convite foi feito, em novembro, falou mais alto o espírito desafiador do escorpiano. Porque as coisas teriam que ser iguais? Porque não tentar ser diferente? É com esse pensamento de transformação e de quebrar conceitos, que inicio no próximo dia 6 de fevereiro um novo mandato. O terceiro consecutivo.
Uma marca obtida somente por profissionais que dispensam comentários: Adísia Sá e Plínio Bortolotti. E exatamente no ano em que completo meio século de vida, 25 deles como jornalista, vividos aqui mesmo no O POVO. Coincidências? Não acredito nelas!
ESQUECIDO PELA MÍDIA – Desvio de areia do cemitério do Bom Jardim para obras.
FOMOS BEM
LIXÕES
Série que mostrou estado atual dos antigos e novos lixões de Fortaleza.
FOMOS MAL
LIMOEIRO
Irmãos foram condenados a mais de 150 anos por chacina e o jornal publicou apenas uma breve.”