Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Paulo Rogério

“‘Tudo é tudo e nada é nada’ – Tim Maia, cantor e compositor

No mês dedicado às mulheres, uma citação em matéria publicada na editoria Brasil, segunda-feira, irritou o leitor Luís Carlos, que também é médico. O texto, enviado por agências de notícia, informou que a top model brasileira Lea T, batizada como Leandro Cerezo se submeteu a cirurgia de mudança de sexo e que agora é 100% mulher. ‘Isso é hilário, mentiroso e desinforma tudo. Ela nunca será 100% mulher, pois nada por dentro muda’ desabafou o leitor.

Coincidentemente, na quarta-feira, o caderno Buchicho publicou nota informando que organizadores do concurso de Miss Universo Canadá recusaram inscrição da transexual Jenna Talackova que havia feito cirurgia semelhante. Justificativa: ela ‘não nasceu naturalmente mulher’. A polêmica do leitor foi levada para a Redação e gerou um debate interno, evidenciando a importância de aprofundamento do tema.

Afinal, a mídia erra ao afirmar que um transexual é 100% mulher? O que diz a Ciência e a legislação? O que pensam psicólogos e sociólogos? O que pensa a sociedade? Como é a vida de uma pessoa após a cirurgia? E os preconceitos? Perguntas – e dúvidas – não faltam.

Números

Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde um em cada 30 mil homens quer se tornar mulher. E uma em cada 100 mil mulheres deseja ser homem. No Brasil, o Sistema Único de Saúde faz a cirurgia desde 2008. Dados do Ministério da Saúde revelam que a cada 12 dias uma pessoa se submete a este tipo de procedimento na rede pública, uma demanda crescente. Apesar da provocação do leitor e do ombudsman, apenas a coluna Cena G debruçou-se sobre o assunto. É pouco. Falta pluralidade de opiniões que auxiliem o leitor a formar uma opinião.

Eleições 2012

Uma baixaria permitida. É assim que o leitor Ricardo Pamplona define o que ele aponta como ‘espaço generoso’ dado à troca de acusações entre os irmãos Ferreira Gomes e prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins. Para ele a matéria com as acusações de Ivo Gomes contra a administração municipal, publicada como manchete de página, quinta-feira, em Política, foi demais. ‘Hoje chegou ao limite. Isso revela a dependência que o jornal ainda mantém com o setor público e uma editoria que não é capaz de abordar assuntos produtivos!’

O editor executivo de Conjuntura, Guálter George, disse que as declarações são importantes dentro do quadro sucessório. ‘Nada mais político do que o comportamento de Ivo Gomes, um dos auxiliares mais próximos do governador, irmão dele, inclusive, em relação à aliada prefeita Luizianne Lins’. A insinuação do leitor – de relação comercial – não faz sentido. A verborragia política realmente tem sido maçante. Porém, não vi desequilíbrio na cobertura. Mas o jornal deveria sim aprofundar-se em questões mais sérias no dia a dia e não só nas edições de domingo.

Constrangimento

A mistura de ofertas de empregos, cursos e concursos com anúncios de acompanhantes no Caderno de Empregos têm sido constrangedora para o professor Alberto Marques, coordenador do curso de Gestão de Recursos Humanos da Faculdade Lourenço Filho. Ele utiliza o caderno em sala de aula e pede que tal junção seja evitada. Ele tem razão. Embora haja uma diferenciação gráfica – cores distintas – publicar os assuntos no mesmo caderno não tem sido uma boa opção. O fato se repetiu duas vezes em 2012, em janeiro e no domingo passado. Questionada, a editoria não respondeu até o fechamento da coluna.

Esquecido pela mídia:

A insegurança nas escolas da rede pública de ensino do Ceará.

FOMOS BEM

IMAGENS

Cobertura fotográfica dos efeitos da chuva de terça-feira na capital cearense

FOMOS MAL

OMBUDSMAN

Ao informar que o caderno especial Chico Anysio, de seis páginas, tinha oito.”