Tuesday, 26 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Paulo Rogério

“‘Muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender’ (trecho da música Fim de Ano)

Não é a toa que esses dois temas estão entre aqueles que mais preocupam o brasileiro. Quem tem, quer cada vez mais informação para não perder. Quem não tem, quer saber como conseguir. Nessa busca de informações, o jornalismo tem papel importante como prestador de serviço. Quem chega primeiro e sabe comunicar de forma mais clara ganha a confiança do seu público.

O POVO viveu os dois lados dessa realidade essa semana. Primeiro na edição de domingo com a manchete ‘Tabagismo – O desafio de apagar essa ideia’. Uma ótima matéria sobre os males do fumo e como o leitor pode deixar de fumar. Um tema ‘frio’ como tem sido as edições ‘revistizadas’ de domingo, característica da grande maioria dos jornais brasileiros. Fria, porém atual e que cumpriu seu papel de alertar e orientar quem está preocupado com a saúde.

O mesmo não pode se dizer do outro tema em questão. Quem lê o noticiário econômico geralmente está atrás de dicas de bons negócios, onde investir, como ganhar mais ou como evitar grandes prejuízos. O leitor quer estar por dentro do setor. Pois uma das maiores novidades na área dos últimos meses acabou sendo desprezado pelo jornal.

Silêncio total

Na quarta-feira foi anunciado que os dois maiores bancos privados – Bradesco e Itaú – não resistiram à pressão dos bancos oficiais e também baratearam o crédito. A notícia foi manchete nos principais jornais do País na quinta-feira. As publicações mostraram ao leitor como agir, compararam juros, opções de investimento, opinião de especialistas, etc. Enfim, um ‘servição’ de como cuidar melhor do seu ‘rico dinheirinho’.

No O POVO a cobertura fez o básico. Não ousou, não informou o leitor/consumidor o que fazer. Faltou comparativos, análises ou qualquer explicação simples como, por exemplo, como transferir a conta salário para outro banco para aproveitar oportunidade. O assunto passou em branco também na primeira página. Nenhuma chamada foi dada. A manchete da edição ficou com a possibilidade de aprovação do Projeto Ficha Limpa.

Valores invertidos

No dia seguinte O POVO correu atrás e inverteu aposta do dia anterior. O projeto, manchete quando ainda era possibilidade, virou uma pequena chamada ao ser aprovado. E olha que era uma decisão histórica. O destaque passou a ser uma espécie de guia para o consumidor, exatamente sobre os novos créditos. Saiu atrasado em relação à concorrência e longe de esclarecer o que a manchete prometia – ‘Como trocar sua divida cara por uma mais barata’ – já que mostrou somente a ‘portabilidade de crédito’ modalidade pouco conhecida dos leitores . Na avaliação interna a editoria prometeu mais detalhes de serviço nas demais edições.

Título-charada

A editoria Ceará lançou uma charada para o leitor na edição do dia 16. O título da manchete era direto ‘Geógrafo pode ter sido assassinado’. A capa acompanhou o mistério com chamada no mesmo tom: ‘Ambientalista pode ter sido assassinado, denunciam familiares e amigos’. Ora, nem precisa ser um Sherlock Holmes para ver que o que faltou mesmo foi uma leitura atenta da matéria. O texto na página interna relata que o ambientalista foi morto com um tiro na nuca ao sair de igreja. Ou seja, não foi morte natural, nem suicídio. Ele realmente foi assassinado, não há duvida disso. Não se justifica o ‘pode ter sido assassinado’ vendido no título. A notícia é o protesto diante da possibilidade da vítima ter sido executada. Elementar , meu caro…

Esquecido pela mídia:

Terreno privado no Cocó que criou impasse ambiental.

FOMOS BEM

 APURAÇÃO EFICAZ DE ESPORTES comprovou uso irregular de jogadores que pode mudar rebaixamento do Estadual

FOMOS MAL

JORNAL COBROU prisão de assaltantes de bancos e não noticiou quando de fato ela foi concretizada”