Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Paulo Rogério

“Aprender a criticar é um processo tão doloroso quanto o de aprender a ser criticado…’ Lira Neto, ex-ombudsman do O POVO

Notícias de irregularidades no serviço público não é novidade no fazer do jornal. O combate hoje é contra a impunidade. Na segunda-feira, 30, O POVO teve a chance de amplificar uma decisão que é rara. A Prefeitura de Fortaleza publicou no Diário Oficial do Município (DOM) 15 portarias que criam procedimentos para investigar infrações cometidas por servidores. Entre elas contratação sem licitação, extorsão e desvio de conduta. Um ex-secretário aparece como suspeito. A matéria relembrou diversos casos, mas não mostrou o principal: o nome dos investigados.

Um estranho silêncio já que tudo está na edição do dia 23 do DOM. É informação pública, acessível a qualquer cidadão. O bom jornalismo deveria ter dado instrumentos para o leitor fazer a sua própria consulta.

O vazio foi questionado na avaliação interna e na terça-feira, em nova matéria, só o nome do ex-secretário foi revelado. No procedimento, o jornal explica que tal atitude é tomada porque as infrações ‘ainda estão sendo investigadas’.

Critérios

Segundo o editor executivo de Conjuntura, Gualter George, a decisão foi expor apenas o ex-secretário por ser um cargo de primeiro escalão. ‘Foi o critério, restando-nos discutir se justo ou injusto’. O ombudsman não tomou conhecimento de qualquer debate, apesar de ter levantado questionamento. Se o critério era esse, todos os nomes – e outros que integram CPIs – deveriam ter sido omitidos. Afinal, é um processo onde todos estão sendo só investigados. Não há porque destacar um ou outro. Não somos juízes para tal. Somos jornalistas e vivemos de divulgar informações. Essa era uma. Pública e ‘quente’ por sinal. .

Brincadeira tem limite

Esse é o alerta que o leitor Gustavo Vieira faz para os editores de Esporte diante do título escolhido – ‘Que time é teu?’ – para matéria publicada quarta-feira abordando o clube do coração dos lutadores de MMA. Ele diz que ficou desapontado com a opção ‘tão chula’. Aproveito a observação de Gustavo para relembrar outro título utilizado na mesma editoria, na capa do caderno da edição do dia 20 de abril: ‘Vai dar m****!’ Deu…

Já comentei que Esportes, Vida & Arte e Buchicho têm certa liberdade no estilo já que os temas são mais leves e permitem certo humor. A editora executiva do Núcleo de Cotidiano, Tânia Alves, reforça a tese. Porém, no caso do MMA, ela acha que ‘houve exagero’. A meu ver, se o espírito é a brincadeira, o título reflete pegadinha ainda muito usada entre os jovens. Não vamos ser tão puritanos para quem já usou ‘Ah, se eu te pego!’ ou ‘Chupa que é de uva’. Já o segundo título, não. É de muito mau gosto.

Quanta diferença

Jornalista não é obrigado a saber de tudo, mas uma espiga de milho todo mundo conhece. O leitor Elbo Alves não entende como o jornal conseguiu confundir tudo domingo, em Política. ‘O agricultor da foto nunca ia segurar um pendão do milho e dizer que era uma espiga. Seria motivo de piada’. O leitor tem razão. A legenda informa que ‘José Sobral mostra a espiga que não vingou em Quiterianópolis’. Não há espiga na mão dele. Só o pendão, a parte ‘masculina’ do milho. A espiga é a ‘parte feminina’.

Eis a diferença.

Esquecido pela mídia: Depois do arrastão em janeiro, como anda segurança no zoológico Sargento Prata, no Passaré?

FOMOS BEM

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