Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Paulo Rogério

“Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.” (Mário Quintana, poeta e jornalista0

Cursos gratuitos de línguas. A manchete de Brasil da edição de segunda-feira, 25, não poderia ser mais atrativa. O primeiro pensamento é automático: onde é? Como devo fazer? Quem procuro? Uma resposta que O POVO facilmente poderia ter fornecido ao seu leitor através de um “Serviço”, a ferramenta ideal para matérias deste tipo. Porém, nada disso foi colocado no texto, o que provocou frustração dos leitores ávidos por uma informação de quais cursos seriam realizados no Ceará.

A leitora Maria de Fátima reclamou que nem sabia como se matricular. “Acabei apelando para o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), que estava relatada no texto e ninguém informou nada”. O protesto continuou com Cristina Barreto que lamentou as incoerências no texto e cobrou a publicação de uma nota de correção. Dezessete comentários criticando a matéria foram registrados no O POVO On line. A matéria informava ainda que as inscrições podiam ser feitas pela Internet. Tudo errado.

Verificação básica

Antes de prosseguir é importante explicar aos leitores que grande parte das notícias nacionais e internacionais chega aos jornais através de agências de notícias. São empresas que contratam vários jornalistas em estados diferentes, centralizam a informação e abastecem as redações com fotos e textos. O POVO tem contrato com as conhecidas agências Estado, Folha e France Press, entre outras.

No caso da matéria utilizada em Brasil, a origem é a Agência Brasil, do Governo Federal. Pois bem. Cabe a quem seleciona o material acrescentar, cortar, mudar o enfoque, enfim, editar. Foi o que faltou nesse caso. Os leitores têm razão na bronca. O jornal simplesmente reproduziu o texto da agência, sem qualquer tentativa de maior apuração.

Sem detalhes

Uma leitora fez aquilo que o jornal deveria ter feito antes de publicar a matéria: conferir no site das entidades citadas a veracidade das informações. Uma atitude que poderia ter feito o jornal dar a informação correta: naquele momento as matrículas estavam suspensas. A observação foi feita no comentário interno solicitando a publicação de mais detalhes.

Inclusive da informação faltante de que o os cursos de línguas oferecidos pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) – exatamente os destacados na manchete – são destinados apenas para quem já atua no turismo. Houve a promessa de estudo de nova matéria, mas não houve tempo. Na sexta-feira, o Pronatec abriu as pré-matrículas dos cursos gratuitos para novas turmas. Indagada, a editoria não quis se manifestar.

De quem é a culpa?

O jornal continua cometendo erros graves na grafia de palavras. Há duas semanas citei falhas que não tinham como explicar aos leitores como o uso de intensão no lugar de intenção e sessão eleitoral no de seção. Essa semana outros dois erros fizeram corar o ombudsman. Um na editoria Radar, terça-feira, onde foi escrito “assessórios” – assim mesmo, com dois esses – em matéria que falava do roubo de acessórios de informática.

O outro, domingo, 24, em Política, ao reproduzir declaração de deputado que teria afirmado seu partido estar “cônsul das responsabilidades”. O correto é cônscio. “O que está acontecendo com os profissionais do O POVO?” indagou a leitora Maria Irismar de Paula. “É preciso que volte a figura do revisor” sugeriu outro leitor.

Apontar um culpado seria missão ingrata. Constantemente os profissionais da Redação passam por cursos de Português. O retorno da figura do revisor é descartado. Creio que a falha tem origem ainda nos primeiros anos de escola dos profissionais: a falta de leitura. Cabe a cada um procurar atualização diária.

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