Saturday, 16 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

O ponto de vista dos críticos

Em seus quase dois anos como ombudsman do New York Times, Arthur S. Brisbane já recebeu diversas reclamações sobre as resenhas do jornal. Em alguns momentos, os leitores apenas discordam da opinião do crítico. Em outras, simplesmente ficam confusos e perguntam como as críticas são feitas. Eles ficam enfurecidos quando consideram que um crítico atacou a dignidade de um artista, por exemplo.

Um certo desconforto talvez seja inevitável diante da quantidade de resenhas – elas são publicadas diariamente na seção de artes e semanalmente na de livros. São cerca de 40 pessoas – entre equipe fixa, freelancers e revisores –, sem contar com os profissionais da revisão de livros, que trabalham de maneira separada. Ou seja, são em torno de milhares de resenhas a cada ano.

Para Jonathan Landman, editor de Cultura do NYTimes, uma crítica deve informar, entreter e atrair os leitores. “Um leitor deve ficar com a sensação de que aprendeu algo. Uma resenha deve fazer você querer ir para uma peça, ver algo na TV. Uma crítica negativa deve ser estimulante também; por que algo ruim não pode te deixar furioso?”, comentou.

O NYTimes obriga-se a revisar cada filme que é lançado comercialmente em Nova York ou Los Angeles (foram quase 700 no ano passado). A escolha dos livros resenhados, por sua vez, é arbitrária – seria impossível cobrir todos os lançamentos do país. Estreias na Broadway e produções das Óperas Metropolitan e New York City são mandatórias. Todas as grandes performances no Carnegie Hall e na Filarmônica de Nova York também. Muitas das exposições temporárias dos museus Metropolitan e MoMA são resenhadas. Há, ainda, um crítico de arquitetura, Michael Kimmelman, que escreve sobre como os homens usam o ambiente construído de diversas cidades.