Saturday, 16 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Paulo Rogério

“'Notícia é o que alguém quer suprimida. Tudo o mais é publicidade.' Katharine Graham, jornalista norte-americana

Ganha força e interesse a cobertura jornalística das Eleições 2012. Hora, então, de investir em pautas diferenciadas. Em uma delas, publicada na quarta-feira (11), O POVO mostrou a evolução patrimonial dos concorrentes a prefeito de Fortaleza, de acordo com declarações entregues pelos próprios candidatos à Justiça Federal. Em meio aos números, uma informação chamou a atenção. O deputado Roberto Cláudio (PSB) teve um crescimento de quase 7.000% em dois anos.

Dos cerca de R$ 8 mil em 2010, saltou para quase R$ 586 mil em 2012. A matéria até que registrou o fato, mas de forma relatorial, sem questionar as diferenças apresentadas. Não há uma única declaração dos candidatos envolvidos. Nem mesmo diante daquele que teve tamanha evolução de bens, no caso, o candidato do PSB. A ausência foi criticada no O POVO Online – 24 comentários até sexta-feira. 'Explica essa mágica para a população, Dr Roberto', disse o internauta Paulo.

DECISÃO É DO LEITOR

O editor-adjunto de Conjuntura, Érico Firmo, não vê anormalidades. 'É muito comum haver salto de patrimônio de parlamentares jovens, sem bens acumulados, e que passam a receber salários consideráveis'. Comum ou não, caberia ao jornal explicar a evolução meteórica e questionar o homem público ali envolvido, independente de partidos e salário. O leitor é quem decide o que faz com essa informação. O que não pode é o jornal mostrar tamanha passividade diante de

números extravagantes.

MANCHETES POLICIAIS

O POVO abriu a edição de sábado (7) com uma manchete intrigante: '110 armas encontradas na sala de policial afastado'. Intrigante pela quantidade, pelo tipo de armas – espingarda e metralhadoras – e pelo fato de o delegado da área não saber de nada. A notícia chama a atenção. Afinal é uma quantidade considerável de armas para ser escondida em um único lugar. Tanto que virou manchete. O problema é que este diferencial estava errado. Na realidade as armas estavam espalhadas na delegacia e não na sala do policial preso no dia anterior. A correção foi dada na segunda-feira (9), como secundária.

Mas, afinal, de onde o jornal tirou a informação que as armas estavam em uma sala? O editor-adjunto de Cotidiano, Tiago Braga, diz que o erro foi de construção textual. 'Na coletiva, foi dito que as armas foram encontradas espalhadas na delegacia. E na sala do inspetor, só as drogas'. Segundo ele, o texto original causou uma interpretação errada na edição, na hora que a matéria foi refeita.

O ERRO É SEMPRE NOSSO

Erros como este acabam afetando a credibilidade das matérias de segurança. Dois dias antes, outra manchete também teve falha. O jornal abriu edição do dia 5 com o título: 'Traficantes jogaram 187 kg de cocaína de helicóptero'. No dia seguinte, os 187 quilos viraram 174 nas matérias internas. Nenhuma explicação foi dada, o que levou o editorial a manter os números iniciais, errados ou não. Até hoje não se sabe qual a quantidade certa e se o erro foi do jornal ou as versões da Polícia foram diferentes.

PERDIDOS NO JORNAL

No mesmo dia, duas matérias em editorias diferentes deixaram o leitor 'na mão'. No sábado (7), dia que Esportes denominou como 'A luta do século', o leitor até gostaria de acompanhar o confronto de Anderson Silva e Chael Sonnen.

Mas teve que ir atrás de outro veículo para saber como. A única referência que O POVO informou é que seria à noite.

Nada sobre horário e onde assistir. Em Economia Especial aconteceu parecido. Em duas páginas, o jornal noticiou o lançamento do Anuário de Fortaleza, uma obra da 'casa'. Faltou, no entanto, o mais importante: onde e como o leitor pode obter o livro.

A leitora Regina Sá, jornalista do Hospital Geral de Fortaleza, buscou e não achou a informação. Como ela, outros dois leitores citaram a ausência. Nos dois casos, um serviço teria evitado que o leitor se sentisse como um 'doidinho' em busca de informação. Segundo a assessoria de imprensa do O POVO, o Anuário de Fortaleza não será vendido ao busca de informação. Segundo a assessoria de imprensa do O POVO, o Anuário de Fortaleza não será vendido ao público por força de convênio entre Prefeitura de Fortaleza e a Fundação Demócrito Rocha. O material está disponível no Virtual Paper do O POVO Online.

Esquecido pela mídia: Quando será entregue a Cidade da Confecção?

FOMOS BEM

TV O POVO

Emissora completou no início de julho cinco anos de funcionamento.

FOMOS MAL

FUROS

Jornal informou dois dias depois a fuga de presos na CPPL em Itaitinga.”