“'Opinião só não muda quem não tem' Mário Quintana, poeta e jornalista
Um já estava preso e foi condenado a 20 anos. O outro teve a confirmação de que irá para a cadeia. O primeiro é culpado de tentativa de homicídio. O segundo, de corrupção, peculato e formação de quadrilha. Falo, respectivamente, do iraniano Farhad Marvisi e do publicitário Marcos Valério, ambos destaques na edição de quarta-feira (24). Qual dos dois personagens seria o mais importante para uma manchete: o iraniano que cometeu uma série de crimes no Ceará ou o publicitário, personagem central do escândalo do Mensalão?
O POVO optou pelo tema local, indo no sentido contrário da maioria dos jornais brasileiros. A definição de que Valério irá para a cadeira virou uma pequena chamada de capa. A decisão gerou a crítica do leitor Jorge Guimarães. Para ele o jornal se omitiu durante o julgamento do Mensalão. Outro leitor, que pediu anonimato, opinou que a manchete era a presença do ex-presidente Lula em Fortaleza. Como se vê, opiniões são bem divergentes.
Fim da pizza
Não é verdade que O POVO se omitiu no longo julgamento do Mensalão. O assunto foi bem noticiado na editoria Brasil e virou manchete da edição do dia 10 de outubro, quando o ex-ministro José Dirceu foi condenado. O leitor acerta ao criticar o pequeno destaque, mas exagera na dose.
É verdade, entretanto, que a notícia de que Marcos Valério terá que cumprir pena na prisão é, a meu ver, bem mais significativa. Além do fator histórico, traz a mensagem de fim da impunidade e de cumprimento da lei. Ingredientes suficientes para uma boa manchete e que acabou sendo noticiado de forma discreta.
Sem choro
O leitor Zé da Silva ( nome fictício), médico oftalmologista e que prefere não ser identificado, contestou informação dada pelo jornal, na edição de quarta-feira, de que o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) é a única unidade hospitalar do Ceará que realiza cirurgia de desobstrução das vias lacrimais. 'Várias clínicas particulares têm condições de fazer. Não fazem devido ao baixo valor pago pelo Governo'.
Segundo ele o hospital da Universidade Federal do Ceará também realiza o procedimento. 'O jornal deveria ter ouvido outras fontes.' Na matéria, a afirmativa é creditada a um único médico que, aliás, trabalha no próprio HGF. A jornalista Isabel Costa, autora do texto, admite o equívoco. 'Meu erro foi suprimir a especificação de que o HGF é o único da rede pública a fazer a cirurgia'.
Um erro, aliás, fácil de ser evitado caso um órgão superior – Conselho Regional de Medicina ou Secretaria da Saúde – fosse procurado. Sobre a UFC, a jornalista descobriu que a cirurgia não é feita ali desde 2011. Neste caso, o leitor é quem estava desatualizado.
Se vira no apagão
O apagão da madrugada da sexta-feira causou uma superlotação na secretaria eletrônica do ombudsman. Pela manhã mais de uma dezena de reclamações de atraso do jornal haviam sido gravadas pelos leitores. 'São mais de 10 horas e nada de jornal' desabafou Socorro Camelo. Nervosa, Marília, do Papicu, disse que o apagão não justificava a demora. Na verdade, qualquer minuto de atraso gera um caos, quanto mais um blecaute de 4 horas.
Quando a energia faltou parte do jornal estava sendo impresso. Ao ser confirmada a extensão do apagão, uma equipe de jornalistas foi incumbida de captar imagens e informações locais. As redes sociais passaram a ser as grandes aliadas. A agilidade proporcionou que O POVO saísse, diante de tantos problemas, com uma forte manchete na capa e uma boa edição em Radar com informações da polícia, dos hospitais, aeroporto e das agências.
A Redação trabalhou até por volta das 4h30min. Duas horas depois o jornal saiu do parque gráfico, em Maracanaú, alterando toda a logística de entrega. Segundo a diretoria do jornal os exemplares foram distribuídos até por volta das 16 horas. Quem não recebeu o exemplar será recompensado com acréscimo ao final do plano.
Esquecido pela mídia
Estudo do MPF sobre retirada – ou não – da estátua de Santa Edwiges de terreno da União na avenida Presidente Castelo Branco (Leste-Oeste).
FOMOS BEM
MOBILIDADE
Matéria denunciou falta de sinalização nas passagens de nível em Fortaleza.
FOMOS MAL
OUTRO JOGO
Erro da capa no placar do jogo Atlético(MG) 3 x 2 Fluminense.”