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O POVO mudou. Na semana que passou, conferimos mudanças diversas, do gráfico ao editorial, que surpreenderam o leitor. Como algumas ainda estão sendo apresentadas, trataremos, aos poucos, neste espaço das principais. Uma das novidades da renovação foi o lançamento do caderno DOM., há uma semana.
Pelo produto, conclui-se que um esforço de planejamento resultou na multiplicidade – de gêneros e de conteúdos. São matérias, reportagens, entrevistas, colunas. Pautas escolhidas com atenção, textos bem cuidados, imagens valorizadas. O caderno é plural. Acabam-se os dominicais de Política, Economia e Vida&Arte Cultura.
A Redação lembra que esses assuntos poderão estar no DOM. E acrescento: de forma muito mais atraente.
Conteúdos diferenciados
“O DOM. surge no contexto das mudanças do jornal, de renovação da forma como trabalhar o jornalismo. Essas mudanças passam pelo investimento em reportagem, em colunistas e conteúdos diferenciados. O DOM. objetiva trazer tudo isso, de forma a alinhar forma e conteúdo ao leitor. A nosso ver, e a julgar pelos retornos que tivemos, a primeira edição do DOM. atingiu estes objetivos”, descrevem os diretores da Redação, Fátima Sudário e Erick Guimarães.
O DOM. investe na informação segmentada. Deixa o jornal mais elegante, chama à leitura, agrupa todo um conteúdo de forma mais leve e charmosa. O jornal ganha ao se renovar, ganha ao reinventar o produto, arregimentando análises e design. Um dos maiores valores do O POVO é o despertar para a inquietude. Belo trabalho.
Jornalismo de serviço
Uma grande utilidade do jornalismo é dotar o leitor de informações de utilidade imediata. O jornalismo de serviço está presente, de forma mais explícita, em matérias acerca de concursos públicos, de jogos, agenda cultural, serviços públicos, para listar alguns exemplos. No O POVO, é mais facilmente identificado a partir de alguns elementos de que o projeto gráfico-editorial dispõe, como a ferramenta “Serviço”, localizada ao fim da matéria, em que devem ser publicadas informações úteis referentes ao assunto do texto: telefone, site da internet, endereço, horário de atendimento, preço etc.
O serviço como meta
Há uma meta interna a cumprir em relação aos serviços. Cada editoria deve publicar, por dia, um número mínimo do elemento “Serviço” nas matérias.
Na semana que passou, a editoria de Política publicou, na matéria “2014] Campos diz que não há definições sobre alianças estaduais” (14/1), um Serviço com o endereço do PSB em Brasília e o site do partido. Por que o endereço de Brasília? É o tipo da informação que não tem utilidade imediata ao leitor cearense.
Na semana anterior, havíamos divulgado com a matéria “Ceará] Cerca de 70% dos municípios terão limites reajustados” (8/1), o seguinte Serviço: “A lei que atualmente regulamenta os limites dos municípios do Ceará data de 1951”. É o exemplo do dado que não corresponde à ideia de Serviço. Há ainda os casos, na editoria, em que publicamos, insistentemente, os endereços da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa.
O que diz a Redação
Guálter George, editor-executivo do Núcleo de Conjuntura (responsável pela editoria de Política), explica: “Um dos nossos desafios prioritários atuais é qualificar o conteúdo de serviço. Temos discutido a necessidade disso e como fazê-lo, exatamente pela constatação de que nem sempre os dados que ali constam atendem à perspectiva que a seção conceitualmente oferece. De algum tempo lidamos com ele, a despeito de erros pontuais cometidos, com algo mais do que uma meta a ser cumprida.” Os diretores da Redação, Fátima Sudário e Erick Guimarães, enfatizam que o “trabalho de qualificar é contínuo e necessário”. E citam que, nessa semana, foi ampliado o quadro dos jogos, com dados acrescentados.
Tenho ressaltado, nas avaliações internas, que, mais do que uma meta interna a ser cumprida, o Serviço, como gênero da informação que é, deve ser tratado com mais perspicácia e acuidade. A meta, por si, não deve se sobrepor à importância da notícia. Precisamos, além de discutir, tratar de escolher melhor as informações que publicamos.
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